Disputas eletrizantes marcam o Paracopa Sesc 2017

Destaque do evento foi a 11ª Copa Santa Catarina de Basquete em Cadeiras de Rodas

Disputas eletrizantes marcam o Paracopa Sesc 2017

Destaque do evento foi a 11ª Copa Santa Catarina de Basquete em Cadeiras de Rodas

Em uma disputa eletrizante, a equipe Harpia da Fronteira, de Foz de Iguaçu, sagrou-se campeã da 11ª Copa Santa Catarina de Basquete em Cadeira de Rodas. A competição, que ocorreu de sexta-feira, 27, até domingo, 29, integrou a programação da Paracopa Sesc 2017. A grande final foi disputada entre a equipe paranaense e a Cepe/Rapozas do Sul, de Joinville.

O atleta Antônio Fernando de Borba, 30 anos, conhecido como Gaúcho, da Harpia da Fronteira, foi o cestinha da partida. Ao fim do jogo, ainda eufórico pela conquista da primeira colocação, ele revelou que este é o primeiro ano que o time participa da competição.

Além disso, este também foi o primeiro título da equipe e o segundo campeonato fora do estado. “Estou há um mês na equipe, jogava em Balneário Camboriú. Cheguei para reforçar o time e sair da zona de conforto. Essa vitória é muito importante para nós. Com certeza os méritos é de toda a equipe”, diz.

Há sete anos no Basquete, o atleta conta que o esporte entrou em sua vida pela insistência de um técnico. “Fui conhecer e não quis mais parar. Fiquei dois anos no Rio Grande do Sul, cinco em Balneário Camboriú e agora, em busca de novos horizontes, entrei para a equipe de Foz de Iguaçu”, conta.

Neste ano, a Afadefi, de Balneário Camboriú, que mais possui títulos na Copa Santa Catarina de Basquete em Cadeira de Rodas ficou com o terceiro lugar. A técnica Alba Cristina Sobreira Garcia está apenas há um ano no comando e ainda tenta organizar o time.

Ela lamenta que, por dois pontos, a equipe perdeu a vaga para a disputa do troféu. “Mas estamos felizes com a participação, o evento é muito bem organizado e vamos treinar mais para no próximo ano voltarmos a ser os campeões”.

Há mais de 20 anos Alba trabalha com o basquete, porém, está foi a primeira vez que assumiu o desafio com cadeirantes. “Nunca havia treinado cadeirantes, então busquei ajuda, fiz cursos, me especializei e estamos em busca de vitórias. Neste ano é o quarto terceiro lugar, mas aos poucos vamos chegar lá”, diz.

Miriany Farias

Para ela, o maior desafio de treinar a equipe é por ser mulher.

“Apesar de termos excelentes treinadoras mulheres, ainda há um bloqueio”, comenta. Alba ressalta que o fato do time ser de cadeira de rodas, não há nenhum empecilho.

“Não se pode tratar como pessoas diferentes. Eles têm a mesma capacidade do que qualquer um, mas dentro de suas limitações. São pessoas normais que trabalham, estudam, têm famílias. As pessoas é que ainda são muito preconceituosas mesmo dizendo que não”, avalia.

A equipe Apedeb/Sesc/FME, de Brusque, neste ano, ficou com a quinta posição, já Spartacus/Sesc/FMEC, de Caçador, em sexto lugar.

O técnico de esportes do Sesc, Gustavo Josende Caetano, diz que a competição serviu como treinamento para o Campeonato Brasileiro, que ocorre entre 13 a 19 de novembro, em Goiânia. “Temos nossa equipe desde 2007 e esta é a primeira vez que vamos participar da disputa na terceira divisão. Mas ainda estamos correndo atrás da liberação dos atletas do trabalho, o que tem dificultado bastante”, comenta.

Evento de inclusão
O Paracopa Sesc tem como objetivo principal oportunizar a prática de atividades esportivas com foco na inclusão e na integração. Além disso, o intuito é promover discussões e reflexões por meio de palestras, oficinas, colóquios e programação paralelas, bem como incluir pessoas com e sem deficiência em esportes adaptados. Neste ano, o evento iniciou na quarta-feira, 18 e seguiu até este domingo.

O gerente do Sesc de Brusque, Edemar Luiz Aléssio, o Palmito, afirma que a cada ano o evento tem melhorado e, neste ano, um curso de avaliação funcional reuniu mais de 120 pessoas que trabalham com grupos de deficientes. “Essa busca em poder transformar e melhorar a vida de outras pessoas, seja nas escolas, no trabalho, é muito importante”.

A vinda do atleta paralímpico Yohansson Nascimento, na quarta-feira, 25, também foi um destaque especial. Ele palestrou para alunos do Sesc e no Salão Paroquial da Igreja São Luiz Gonzaga.

Nascimento nasceu sem as duas mãos e obteve medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Londres e prata nos Jogos Paraolímpicos do Rio. “Só tenho a agradecer muito o apoio do Sesc de Santa Catarina e Nacional, que nos dão suporte para realizar os eventos, além da participação do público, que está sempre presente”, diz.

Durante o evento ainda ocorreram competições de tênis de mesa, nas categorias andante (amputados) e cadeirantes, em que participaram três equipes, sendo Apedeb, de Brusque, Harpia da Fronteira, de Foz de Iguaçu e Cepe/ Rapozas do Sul, de Joinville.

No futebol suiço e vôlei de dupla feminino, para deficientes auditivos participaram as equipes de Brusque, Joinville, Balneário Camboriú, Blumenau e Curitiba.

Miriany Farias

Classificação

Copa Catarinense de Basquete em Cadeira de Rodas

1º lugar – Harpia da Fronteira – Foz de Iguaçu
2º lugar – Cepe/Rapozas do Sul – Joinville
3º lugar – Afadefi – Balneário Camboriú
4º lugar – Aflodef – Florianópolis
5º lugar – Apedeb/Sesc/FME – Brusque
6º lugar – Spartacus/Sesc/FMEC – Caçador

Tênis de Mesa

Categoria Andante

1º lugar – Alencar José Wilbert – Apedeb/Sesc/FME – Brusque
2º lugar – Odair Ribeiro – Harpia da Fronteira – Foz de Iguaçu
3º lugar – Leonardo Rosa – Cepe/Rapozas do Sul – Joinville

Categoria Cadeirante

1º lugar – Amarildo Eleotério – Cepe/Rapozas do Sul – Joinville
2º lugar – Everson Tomaz – Apedeb/Sesc/FME – Brusque
3º lugar – Lucas Santos – Harpia da Fronteira – Foz de Iguaçu

Categoria deficientes auditivos

Futebol 
1º Lugar: ASBRU – Brusque
2º Lugar: ASBLU – Blumenau
3º Lugar: OPS – Curitiba
Vôlei 
1º Lugar:Camila N./Jucele – ASBRU
2º Lugar:Camila C./Castrine – ASBRU
3º Lugar: Camila Z./Fernanda – ASBLU

 

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