Do telemarketing à coluna social: André Groh comemora 10 anos de jornal O Município
Brusquense relata momentos marcantes e fala sobre o trabalho de colunista
Brusquense relata momentos marcantes e fala sobre o trabalho de colunista
Carismático, atento aos detalhes e bem relacionado. Com 27 anos, o colunista André Groh completa uma década de casa no jornal O Município nesta terça-feira, 1º de fevereiro. Ao longo dos anos, são diversos destaques na coluna e muitas histórias para contar.
Porém, quem pensa que são 10 anos de coluna está enganado. O jovem André começou sua caminhada no telemarketing aos 17. Segundo ele, em janeiro de 2012, a família já tinha assinatura do periódico em casa e a mãe, Alice Ermes Groh, o influenciou na busca por um trabalho.
“Naquele dia fui buscar as vagas na edição impressa e tinha uma chamada ‘profissional de vendas de assinatura’. Gostei do nome, a seleção era simples, cheguei e estávamos em seis pessoas”, relembra.
Após a entrevista, André foi chamado para trabalhar na área de telemarketing. No jornal, passou por treinamentos e participou de convenções. “Era um período difícil de vender. Todo mundo estava exausto de atender esse tipo de ligação. A assinatura do jornal acontecia, mas era um desafio atingir a meta”, relembra.
O período no telemarketing seguiu até 2013. Neste período, uma história que o marcou, foi quando ele recebeu ameaças após vender a assinatura para uma mulher. “Alguns dias depois, o marido dela ligou possesso para o jornal, enciumado. Queria falar comigo, disse que viria atrás de mim. Eu só estava fazendo o meu trabalho, não sei que história ela contou para ele”, relembra.
“Vendi a assinatura e pronto. Mas o jornal sempre me protegeu e cuidou da situação. Depois, a gente acabou rindo bastante”, completa.
Entretanto, André pondera que episódios assim eram raros. “Na maioria das vezes, a equipe era muito bem atendida”, diz.
Com os desafios das televendas, André foi promovido para a recepção, com mais atendimentos pessoais. Nesta função, atuou na comercialização de anúncios e classificados.
Também, começou a fazer a Página do Leitor e o antigo Correio Infantil do jornal. “Eu fazia essa agenda. A Risolete Schlindwein fazia as legendas e, aos poucos, ela foi me passando o bastão, para eu escrever. Eu recebia as fotos e escrevia, ela foi me ensinando”, recorda.
Após um tempo, passou a fazer o obituário. Ele tinha que ligar para as funerárias e apurar os óbitos do dia. Depois, confirmava as informações com as famílias enlutadas e pedia uma foto do falecido.
“Uma vez foi me passado o óbito de um homem mais velho, que faleceu na UPA. Perguntei ao agente funerário se era na Unidade Prisional Avançada e ele disse: ‘é, acho que sim, é o que está aqui’. Liguei para a família, mas sem sucesso”, conta.
André detalha que o governo ainda implantava as Unidades de Pronto Atendimento, mas ainda não tinha uma em Brusque. “Coloquei por extenso que ele faleceu na Unidade Prisional. No dia seguinte, o filho ligou estarrecido para o jornal e disse que foi um erro. O pai dele faleceu na UPA de Itajaí, no postinho”, relembra. “Nos desculpamos e ele foi compreensível, mas eu nunca esqueci dessa situação”, diz.
Com os tropeços, também vieram os aprendizados. Passou a escrever o Município na História e a coluna Variedades. Cada vez mais atento, André se aperfeiçoou, aceitou desafios e evoluiu.
No final de 2013, com o Variedades, ele se inseriu no circuito cultural de Brusque. “Os artistas começaram a entrar em contato e eu comecei a buscar por eles também, para repercutir o trabalho”, diz.
Em meados de 2015, após mudar o contrato de CLT para PJ, iniciou um blog no site do jornal, que alguns dias depois se tornou uma coluna. Em algum tempo, a coluna Variedades passou a contar com o nome dele e, mais tarde, a coluna Olhar também.
No final de fevereiro de 2016, ele assumiu a Olhar, publicada em uma página nas sextas-feiras. Em 1° de abril, a coluna trocou de nome e nasceu a Viva, com uma página nas terças e sextas. Depois de alguns meses, com demanda comercial, passou a ser página dupla.
Em janeiro de 2020, a Viva se transformou em coluna André Groh. Ele relembra que, no início, recebeu algumas críticas. “Teve gente que ligou para o jornal e perguntou se eu era filho de alguém. Disseram ‘vocês estão loucos, ninguém conhece esse guri’”, relata.
“Mas eu não estava nem aí, achava um máximo. Só não podia vacilar, se eu fizesse um bom trabalho o sucesso era certo. O jornal já tinha credibilidade e se me deram esse trabalho é porque viram que eu tinha capacidade. Sempre procurei dar o meu melhor”, aponta.
O sucesso veio e, quase sete anos depois, o colunista recorda de bons momentos, encontros com famosos e furos de bastidores publicados. Um deles foi a cobertura exclusiva em um evento de poker com o jogador Neymar, em Itapema, em 2017. O colunista foi uma das poucas pessoas que puderam entrar no local com celular.
André também destaca a transição do empresário Luciano Hang de uma vida discreta para uma personalidade nacionalmente conhecida. “Eu acompanhei todo esse movimento dele. Tomou outras proporções, muito maiores do que há sete anos”, diz.
Na coluna Viva, ele recorda de quando apurou e publicou sobre a compra da aeronave Bombardier Global 6000 pelo empresário, em maio de 2019. Na época, era avaliada em US$ 62 milhões (R$248 milhões). “Ligue para Deus e o mundo para descobrir informações e depois vários sites replicaram”, conta.
Também, a coluna trouxe entrevistas com nomes marcantes como Sabrina Sato, Didi Wagner, Carpinejar, Adriane Galisteu, Glória Coelho, Arthur Aguiar, Roberto Justus, Chris Flores, Carlos Bertolazzi, Beca Milano e Celso Portiolli. As ocasiões foram proporcionadas em eventos de empresas locais, como a própria Havan, a Colcci e o River Mall.
Em 2020, no início da pandemia, André lançou um canal no YouTube que entrevistou Daniel Mafra, Patrícia de Sabrit, Manu Berger, Jade Baraldo, Anderson Baumgartner, Vanessa Paz, entre outros.
No dia 3 de junho de 2021, o colunista se mudou para São Paulo, onde criou a Growth Global, uma agência especializada em relacionamento, marketing de experiência e influência e gestão de crise.
Para André, a coluna social representa o cotidiano dentro de uma editoria e ele observa mudanças nos últimos anos. “A curiosidade das pessoas em saber o que as outras estão fazendo mudou, porque é mais fácil acompanhar elas nas redes sociais”, explica.
“Quem vai para a coluna social hoje, mais do que nunca, são pessoas que fazem algo que mereça esse destaque. Isso nunca foi ligado a poder social, aquisitivo ou sobrenome, mas sim a essência dela no cotidiano. A coluna social é aberta para todos”, reflete.
A tecnologia atual facilita a escrita, desde um celular com uma boa câmera até o acompanhamento pelas redes sociais. Fascinado pelo jornalismo, André explica que está sempre atento às informações e às mídias. “O que nutre a minha alma é o jornal, é o O Município e é escrever essa coluna. Naturalmente, faço com amor e engajamento”, destaca.
Também, para ele, escrever o cotidiano na coluna social é uma contribuição para o registro histórico de Brusque. “Eu me sinto, de certa forma, pertencente à história. Por muito tempo participo da história do principal jornal de Brusque e um dos principais de Santa Catarina. É uma responsabilidade muito grande. Hoje, é publicada a notícia, amanhã ela se torna a história”, finaliza.
– Chegada do Burger King a Brusque;
– Vanessa Paz, artista de Guabiruba, selecionada para expor no Louvre, em Paris;
– Escândalo envolvendo o estilista Ronaldo Fraga, quando não quis tirar foto com uma fã em um restaurante por ela ter votado no Bolsonaro. A nota repercutiu tanto que o desfile que ele exibiu na última edição do SPFW, em parceria com a Renauxview, quase não foi adiante;
– Adriane Galisteu em Brusque para gravar uma campanha para um shopping. Quando ela voltou para São Paulo, André foi de carona com ela no carro até o aeroporto e fez uma entrevista exclusiva no caminho;
– Grazi Massafera como novo rosto da FG Empreendimentos, quando substituiu a Sharon Stone.
Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município. Clique na opção preferida: