Doadores mortos e beneficiários do Bolsa Família: irregularidades marcam campanhas eleitorais
Apesar de todos os mecanismos de controle do poder Judiciário, as irregularidades em doações para campanhas eleitorais e contratação de fornecedores em 2018 ainda foram registradas em grande número.
É o que aponta relatório divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na semana passada, dando conta da existência de mais de 12 mil irregularidades, em todo o país, somente na primeira verificação das contas de campanha feita pelo órgão.
Há mais por vir, mas os exemplos já demonstrados são vergonhosos.
Entre as irregularidades, o TCU encontrou, por exemplo, R$ 4,1 milhões em serviços prestados por fornecedores com número reduzido de empregados.
Uma empresa com apenas um funcionário, por exemplo, foi contratada em uma campanha ao preço de R$ 661 mil. Uma empresária individual, beneficiária do Bolsa Família, prestou serviços na ordem de R$ 534 mil.
Aliás, doadores de campanha inscritos no programa social foram identificados, no total de 113, cujo valor doado é de R$ 87,4 mil.
O TCU identificou ainda 211 pessoas que fizeram doações no montante de R$ 3,1 milhões, valores incompatíveis com as rendas declaradas à Receita Federal. Desempregados, por sua vez, fizeram doações no valor de R$ 3,7 milhões. E nove doadores, pasme, estão mortos.
De acordo com órgão fiscalizador, o total movimentado por doadores, candidatos e fornecedores sobre o qual recai forte suspeita de irregularidade é de R$ 42,3 milhões.