A doçura de um gesto: idosa de Brusque serve suco para coletores de resíduos de sua rua
Dona Ruth Dittrich aguarda ansiosamente a chegada das segundas, quartas e sextas para poder conversar com os trabalhadores
Dona Ruth Dittrich aguarda ansiosamente a chegada das segundas, quartas e sextas para poder conversar com os trabalhadores
Aos 88 anos, dona Ruth Dittrich, aguarda ansiosamente a chegada das segundas, quartas e sextas-feiras. Nestes dias, o caminhão da Recicle by Veolia passa na rua em que ela mora, no bairro Santa Rita, para fazer a coleta do lixo.
Durante a passagem do caminhão, dona Ruth faz questão de acolher os coletores Izael Rosa Souza, 26 anos, Alisson Farias da Silva, 20 anos, e o motorista Sidnei Schroder, 40 anos, responsáveis pela rota.
Todos os dias, a moradora serve um copo de água gelada, um suco ou refrigerante, e às vezes também oferece frutas para eles enquanto realizam o trabalho de limpeza da rua.
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Filha de dona Ruth, Roseli Pretti conta que a mãe faz esse gesto há anos. “Meu pai trabalhou durante muitos anos na prefeitura e ele sempre dizia para nunca maltratar os garis, que é uma profissão que deveria ser mais valorizada. No Natal ela sempre compra uma caixinha de cerveja pra eles, dá chocolate, e fica ansiosa para a coleta passar durante a semana”.
Com problemas de audição devido à idade, nem sempre a dona Ruth consegue ouvir quando o caminhão se aproxima, mas pede sempre para a filha ou até mesmo os vizinhos a avisarem. Se eles passam e não param para beber água, ela fica muito triste.
“Às vezes quando ela está lá atrás, não escuta o caminhão. Então ela fica sempre perguntando se já passaram, ansiosa. Na segunda, que eles passam depois do meio-dia, ela nem dorme, fica esperando eles passarem. Na semana que ela sabe que não vai estar em casa na hora da coleta, ela avisa eles”, relata a filha.
O contato entre a moradora e os coletores é bastante próximo e já se transformou em amizade. “Eles são muito queridos e educados. Ela enlouquece quando eles não param aqui para conversar um pouquinho com ela. Quando vamos ao mercado, a primeira coisa que ela diz é: ‘não podemos esquecer o suco dos meninos’”.
Emocionada, dona Ruth afirma que é uma satisfação poder oferecer um suco gelado para trabalhadores tão essenciais para a cidade. “Fico feliz demais. Eles têm que ser muito bem tratados”, diz.
Para os coletores, o carinho com que são tratados pela dona Ruth faz toda a diferença. “A gente fica muito agradecido, feliz, porque não é todo mundo que faz isso, que valoriza o nosso trabalho”, destaca Izael.