Doenças evitáveis: saiba como está a adesão de vacinas disponíveis pelo SUS em Brusque

Apesar da imunização evitar a forma grave de doenças, cobertura é baixa para algumas vacinas

Doenças evitáveis: saiba como está a adesão de vacinas disponíveis pelo SUS em Brusque

Apesar da imunização evitar a forma grave de doenças, cobertura é baixa para algumas vacinas

Muitas doenças, chamadas tecnicamente de imunopreviníveis, podem ser evitadas por meio da vacinação. De acordo com a enfermeira de imunização, Natália Cabral Marchi, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 19 tipos de imunizantes que previnem doenças graves em Brusque. Elas vão desde a gripe, o sarampo, febre amarela até o tétano e hepatite.

No município, é feito controle da cobertura de vacinas aplicadas em crianças, com base no percentual a ser vacinado de um determinado público alvo, estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a Natália, para ser considerada uma excelente cobertura é preciso atingir 95% do público alvo em diante. Já menos que isso é uma baixa cobertura.

“A vacinação nas crianças é obrigatória e passível de acionamento do Conselho Tutelar, devido ao amparo do Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA]. A população de crianças que temos vem descrita por faixa etária. Já os adultos estão englobados num geral pela estimativa do IBGE. Então não temos dados precisos”, explica.

Na cidade, três vacinas aplicadas em crianças registraram baixa cobertura vacinal em 2021, conforme dados da Secretaria de Saúde. Trata-se da Tríplice Viral, Tetraviral e Varicela.

A Tetraviral, aplicada no primeiro ano de vida, está com cobertura de apenas 24,2%. O resultado, segundo Natália, é porque o imunizante está em desabastecimento a nível nacional desde março de 2021. “As vacinas faltam no Ministério da Saúde, que não passam pelo estado e o município não recebe”, explica.

Na falta da Tetraviral, que é contra caxumba, rubéola e sarampo, Natália explica que é necessária a aplicação da Tríplice viral com a Varicela monovalente, que substitui essa imunização. “Então, a cobertura da Triviral Dose 1 foi para 112,2%, pois ela supriu a cobertura de crianças de um ano, que é feita com a Tetraviral”, explica.

Baixa cobertura em análise

A enfermeira detalha que a Triviral é aplicada em crianças com um ano e três meses de idade. Entretanto, a Varicela Dose 1, que é aplicada junto com a Triviral em crianças de até um ano, está em 67,5%.

“Se eu faço essa ‘vacina casada’, por mais que a Tetraviral esteja em falta, essa porcentagem mostra que tivemos pouca procura pela Tetra”, observa. “Já a cobertura da Varicela Dose 2, que é feita com quatro anos de idade, está com 113%”, completa.

Segundo ela, a vacina BCG contra a tuberculose continua sendo aplicada nos recém nascidos nos hospitais, logo no momento do nascimento. “Num geral, a gente precisa deixar essas vacinas em dia, tanto quem faz parte do público alvo das campanhas e quem precisa ter elas em dia”, diz

“Que a comunidade volte a procurar as unidades de saúde, volte para as salas de vacinação, porque temos as vacinas de rotina e elas estão sendo fornecidas. Não estamos em desabastecimento. No caso da Tetraviral que não temos, existem outras duas vacinas que a substitui”, completa.

Atenção à febre amarela

Em relação à cobertura vacinal de Brusque em 2021, Natália ressalta que a imunização contra a febre amarela é boa em crianças. A dose é recebida aos 9 meses de vida e a outra aos 4 anos de idade.

Entretanto, aponta que adultos não têm a cobertura adequada. “Temos uma baixa adesão. Os adultos se preocupam muito em levar os filhos até as salas de vacinação e esquecem de se vacinar”, conta.

Além da dengue, zika e chikungunya, o mosquito Aedes aegypti também é o principal vetor da febre amarela urbana. No último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), divulgado em 25 de março, neste ano já foram notificados 36 casos humanos suspeitos de febre amarela no estado, sendo que 35 foram descartados. Contudo, um caso foi confirmado e evoluiu para óbito, com local provável de infecção em Tocantins.

Ainda segundo a Dive-SC, em 2021 foram confirmados oito casos de febre amarela em moradores dos municípios de Águas Mornas, Anitápolis, Blumenau, Imbituba, Palhoça, São Bonifácio e Taió. Destes, três evoluíram para óbito e, em todos os casos, os pacientes não tinham registro de vacina contra a febre amarela.

Influenza e nova campanha

A campanha nacional de vacinação contra a gripe e o sarampo iniciou em 4 de abril. A imunização começa com os grupos prioritários e, nesta primeira etapa, o público alvo para a vacina contra a gripe são profissionais de saúde e idosos acima de 60 anos.

“Tivemos um surto de influenza, causado pela Darwin, em janeiro. Nossa vacina anterior não tinha a imunização contra essa cepa, mas agora temos essa nova formulação, que é uma vacina trivalente”, explica.

Neste ano, o imunizante da gripe vai proteger os brasileiros contra três tipos de vírus: influenza A (H1N1), influenza A (H3N2 a Darwin) e influenza B (comum). “Então, ela vem com duas modificações para prevenir aquele surto que tivemos no início do ano”, conta.

Alta nos casos de sarampo

Já contra o sarampo, o poder público iniciou a campanha para profissionais da saúde. A vacina administrada será a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).

“Os números de casos de sarampo cresceram muito no país e em 2018 a gente perdeu o certificado internacional de erradicação da doença. Então, é uma doença que está prestes a voltar a ser comum para nós”, aponta Natália.

Segundo a enfermeira, as crianças são vacinadas com a Tetraviral (ou Triviral mais a Varicela, pela falta do imunizante) com um ano de vida, que também protege contra o sarampo. Então, a criança retorna a tomar a Triviral com um ano e 3 meses, que também é contra o sarampo.

Já adultos de até 29 anos precisam tomar duas doses da Triviral. Depois, de 30 a 59 anos, uma dose da vacina. Essa regra, segundo Natália, não vale para os profissionais de saúde, englobados na campanha. Portanto, independente se já tem as duas doses, o profissional terá que tomar uma adicional.

O mesmo vale para as crianças, que serão englobadas na segunda etapa da campanha a partir do dia 2 de maio, que deverão receber a dose delas.

“Mesmo que a campanha seja agora só para profissionais da saúde e, depois, para crianças de 6 meses a menores de 5 anos, é importante que a população em geral saiba que ela precisa se vacinar. Mesmo que não faça parte da campanha, a pessoa tem que ter essa imunização”, reforça.

Tétano e hepatite

Nos casos do tétano e da hepatite, que é uma vacina para adultos, a adesão também é baixa. De acordo com Natália, muitos adultos que levam crianças para as salas de vacinação não conseguem comprovar se já foram vacinados.

“Eles falam ‘quando eu era criança, eu vacinei’, ‘ah, não, eu vacinei, mas perdi a carteirinha’, então eles não têm comprovante de vacinação. Eles não querem tomar a vacina, pois dizem que já tomaram uma vez na vida. Lembrando que Hepatite B são três doses, o Tétano são três doses e um reforço a cada 10 anos, ou um reforço com 5 anos se sofreu um acidente com um corte. Então são vacinas importantes”, aponta.

Vacinas disponíveis pelo SUS e as doenças que elas evitam

Na infância, são aplicadas as seguintes vacinas:

– BCG: contra a tuberculose;
– Hepatite B;
– Pentavalente: contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite por Haemophilus Influenzae B;
– VIP: contra poliomielite (forma inativada);
– Pneumo10: previne contra pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo pneumococo;
– Rotavírus: previne contra a diarreia por rotavírus;
– MeningoC: previne contra a doença meningocócica C;
– Influenza;
– Febre amarela;
– Tríplice viral: previne contra sarampo, caxumba e rubéola;
– DTP: contra difteria, tétano e coqueluche;
– VOP: poliomielite oral;
– Hepatite A;
– Tetraviral: contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela;
– Varicela: previne contra a catapora;

Para adolescentes e adultos:

– HPV: para adolescentes contra o papilomavírus;
– Dupla adulta: para adultos contra tétano e difteria;
– dTpa-: contra difteria, tétano e coqueluche acelular (para gestantes e trabalhadores da saúde);
– Coronavírus.

Vacinas especiais (via solicitação ao estado de acordo com a doença do indivíduo):
Pneumo 23 e pneumo 13.


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