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Dois envolvidos na Operação Arrastão são demitidos da Polícia Civil

O agente Roberto José Lídio, o Azul, e o ex-delegado Ademir Braz de Sousa pretendem recorrer da decisão

Dois suspeitos de envolvimento na Operação Arrastão foram demitidos da Polícia Civil na sexta-feira, 27, de acordo com a publicação no Diário Oficial do Estado de Santa Catarina. Segundo o processo administrativo, o policial Roberto José Lídio, conhecido como Azul, e o ex-delegado Ademir Braz de Sousa não poderão exercer o cargo ou outro emprego público pelos próximos seis anos. Eles garantem que ainda não foram notificados oficialmente, mas que pretendem recorrer da decisão.

“Eu já estou em contato com o meu advogado e vamos ver qual é a melhor forma de fazer a minha defesa. Na verdade, eu descobri essa demissão através da imprensa, por isso, precisamos ver do que se trata esse processo administrativo para que eu possa definir melhor a minha situação”, diz Sousa. Assim como o ex-delegado, Azul – que trabalha na delegacia de Guabiruba – também soube do seu afastamento por meio da imprensa e garante que seu advogado irá entrar com um mandato de segurança para derrubar a decisão.

A reportagem do Município Dia a Dia entrou em contato com a Delegacia Regional de Brusque, mas o atual delegado, Francisco Ari Plantes dos Anjos, entrou em férias na sexta-feira, 27, e só a partir de hoje outro delegado assume o cargo temporariamente. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, em Florianópolis, esse é um processo administrativo que passou por diversas instâncias e atualmente está na Gerência de Ingresso e Movimentação de Pessoal, onde foi autorizada e emitida a decisão de demitir Sousa e Azul, no entanto, a secretaria não soube informar qual será o prazo para que eles sejam notificados e afastados de suas funções.

Segundo a publicação no Diário Oficial, tanto Azul quanto Sousa foram demitidos de acordo com os artigos 208, 209, 210 e 211 da Polícia Civil, que indica a prática de contravenções por parte dos funcionários, como a corrupção passiva, falta de cumprimento do dever policial, facilitar a revelação de assuntos sigilosos, má fé no exercício de suas atribuições e improbidade no exercício da função pública.

Operação Arrastão

O esquema foi deflagrado pela Polícia Federal em 2009 e envolvia a exploração de máquinas caça-níqueis nas cidades de Brusque, Tijucas, Blumenau, Canelinha, São João Batista, Itapema e Balneário Camboriú. Ao todo, 25 pessoas foram indiciadas por participar da Operação Arrastão, sendo que doze delas eram de Brusque, entre eles, Ademir Braz de Sousa e Roberto José Lidio, o Azul.

De acordo com o inquérito policial, Souza e Azul respondem a processo pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção passiva. Em setembro do ano passado, eles foram julgados em primeira instância na Vara Criminal da Comarca de Tijucas. O ex-delegado recebeu a pena de três anos e dois meses em regime aberto, quase a mesma que o policial, que foi condenado a três anos e um mês em regime aberto. Os dois recorrem da decisão em liberdade.