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Dom Murilo Krieger e padre Adilson José Colombi celebram 50 anos de sacerdócio; conheça suas histórias

Missa festiva será nesta quinta-feira, na Igreja Matriz Paróquia São Luís Gonzaga, em Brusque

O arcebispo brusquense Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger e o professor, escritor e doutor e padre botuverense Adilson José Colombi comemoram 50 anos de sacerdócio em 2019. Para celebrar este feito, está marcada uma missa festiva de Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal nesta quinta-feira, 12, às 19h, na igreja matriz, em Brusque.

Ambos receberam a Ordenação Presbiteral na paróquia, em 7 de dezembro de 1969. Atualmente, Dom Murilo Krieger é arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, na Bahia, e retorna para a comemoração na cidade de origem.

Com a sensação de gratidão, o momento, segundo ele, é uma oportunidade de rever a vida, de renovação do compromisso com Deus e o Evangelho. Além disso, avalia como um convite para crescer no amor e na doação.

“Não é um momento de chegada, mas de partida para uma nova etapa em minha vida. Ir a Brusque para celebrar tal Jubileu será um momento especial: é voltar às minhas raízes, é reencontrar rostos amigos, é conviver um pouco com meus familiares, que foram sempre tão importantes para mim”, conta.

Com o lema Deus é amor, Dom Murilo ressalta que não foi difícil perseverar no caminho sacerdotal por tantos anos, pois se considera muito marcado pela palavra de Cristo: “A cada dia basta o seu fardo!”, exclama.

“O importante é procurar viver intensamente cada dia como se fosse o primeiro da vida, o último da vida, o único da vida. Procuro viver, pois, em função do presente. E o presente é leve, é agradável, mesmo que envolvido por sofrimentos ou perdas”, completa.

Dom Murilo também conta que se sente privilegiado por servir a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo. “De uma coisa me convenço cada vez mais: poucas coisas são tão ridículas na vida humana quanto a vaidade. Não levarei para a eternidade títulos, medalhas, homenagens ou dinheiro. Levarei só o amor que tiver colocado em minhas ações, dia por dia. Tudo passa, mas o amor de Deus permanece para sempre. Ou, dito isso com palavras de Jesus: De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma?”, reflete.

Para o padre Adilson José Colombi, que divide o momento de celebração, a sensação é de ter servido no apoio de viver a vida, para as pessoas e a comunidade,

“Eu sempre prezo muito a vida e dou muito valor a ela. Então, toda a minha trajetória foi tentar ajudar as pessoas a viver o melhor o possível, seja diante de Deus, na própria família, pessoalmente, ou tentando construir e desenvolver aquilo o que de certa forma cada um é. Desenvolvendo as qualidades, dons, talentos e se realizar como pessoa humana”, comenta.

Adilson ressalta que tentar ajudar, mesmo com as limitações e falhas que ele as outras pessoas têm. Também, tenta ser uma presença neste auxílio de ser um pouco melhor em vida. Ele destaca que esta é uma perspectiva dele durante a caminhada e que tenta fazer isso até hoje. 

“Foi na família que aprendi a ser gente, a ser de fato aberto, para que outras pessoas possam ter também aquilo que a gente sempre teve, pela graça de Deus”, completa.

Segundo ele, o evento desta quinta é especial para Dom Murilo, que virá da Bahia especialmente. Contudo, informa que neste domingo, 15, fará uma missa em comemoração ao Jubileu na cidade natal, Botuverá. Será às 9h30, na Igreja Matriz Paróquia São José, no município.

Arquidiocese de Florianópolis/Divulgação

De Brusque para o Brasil

Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger nasceu em 19 de setembro de 1943, em Brusque. Filho de Oscar Gustavo Krieger e Olga Tereza de C. Ramos Krieger, Murilo é o sexto filho de nove irmãos, de tradicional família brusquense.

Desde criança, demonstrou interesse sacerdotal. Tudo teria começado quando, aos 6 anos de idade, curioso, viu o irmão mais velho, Marco Aurélio, arrumar a mala para ir ao seminário. Aos 8 anos passou a ser coroinha na Matriz da Paróquia São Luís Gonzaga.

Murilo realizou os estudos de primeiro e segundo graus no Seminário de Corupá, na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, fundada pelo padre João Dehon, por isso os religiosos são chamados de Dehonianos. 

Entre 1956 e 1962, Murilo continuou e concluiu os estudos; em 1963 fez o Noviciado no Convento Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina.

Em 1964, ingressou na congregação da Arquidiocese de Florianópolis e iniciou o curso de filosofia em Brusque. Foi também neste ano, em 2 de fevereiro, que o então seminarista Murilo fez a primeira profissão religiosa.

Ordenação Presbiteral de Dom Murilo, em 1969/Arquivo pessoal

Os estudos de teologia foram em Taubaté, São Paulo, entre 1966 e 1969. Em 7 de dezembro de 1969 recebeu a Ordenação Presbiteral, ato presidido pelo então Arcebispo de Florianópolis, Dom Afonso Niehues, na paróquia de origem, São Luiz Gonzaga, em Brusque. E, cerca de 16 anos depois o sacerdote, recebeu a Ordenação Episcopal, em 28 de abril de 1985, em Brusque, também presidida por Niehues.

Em 20 de fevereiro de 2002 foi nomeado arcebispo de Florianópolis, assumindo a arquidiocese no dia 27 de abril de 2002. 

Quase nove anos depois, em 12 de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI o nomeou arcebispo de São Salvador da Bahia, Arquidiocese Primaz do Brasil. Ele tomou posse em cerimônia no dia 25 de março do mesmo ano.

Comunidade Nossa Senhora Aparecida/Divulgação

Padre Adilson: dedicado à educação

Nascido em 15 de julho de 1942, em Botuverá, Adilson José Colombi é o décimo filho de onze irmãos, de José Colombi e Rosa Teresa Colombi. Logo cedo, aos 12 anos de idade, Adilson foi para o Seminário de Corupá, onde seguiu a trajetória dos estudos. Lá, completou o antigo ginásio e antigo colegial.

Adilson fez o noviciado em Jaraguá do Sul, de 1962 até fevereiro 1964. Neste ano, voltou para Brusque, onde começou o curso seminarístico, que durou dois anos. Em 1966, foi para Taubaté, em São Paulo, onde cursou teologia.

Em 7 de dezembro de 1969, após finalizar o curso, fez o Ordenado em Brusque, juntamente com Dom Murilo Krieger. 

Logo depois da cerimônia, Adilson voltou para Taubaté, onde iniciou uma nova paróquia, chamada Sagrado Coração de Jesus, que também completou 50 anos, junto com o padre Dom Murilo, padre Dionísio Tecilla e padre Lucas Pereira. 

Em junho de 1970, ele foi transferido para São Paulo, para o Santuário São Judas Tadeu, no bairro Jabaquara. Em 1971, foi transferido para Varginha, sul de Minas Gerais, onde trabalhou por durante sete anos direto. 

Em fevereiro de 1978, saiu em direção ao Rio de Janeiro, para a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro Méier. Em setembro daquele ano, Adilson cruzou o oceano Atlântico, quando foi transferido para Roma, na Itália, para fazer os estudos de filosofia, na Pontificia Universitas Gregoriana (PUG).

Foram dois anos por lá e meio ano em Paris, na França. Em 1981, dia 9 de janeiro, defendeu a tese de doutorado em filosofia. 

Ao terminar, retornou para Brusque, e até hoje está na cidade dando aulas, além de trabalhar na Igreja Matriz Paróquia São Luiz Gonzaga. Apenas saiu em 1982, por durante três anos, quando foi reitor do convento Sagrado Coração de Jesus, de Brusque. No começo de 1985, voltou para a Paróquia. 

Na trajetória, a partir daí, Adilson se dedicou à paróquia, além de ter sido professor da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Centro Universitário de Brusque (Unifebe) e Faculdade São Luiz.