Dom Wilson prestigia inauguração de Centro Comunitário na Volta Grande
Comunidade Santo Antônio homenageia arcebispo de Florianópolis
Comunidade Santo Antônio homenageia arcebispo de Florianópolis
Um encontro de grandes amigos. Assim pode ser descrito o sentimento que permeou a inauguração do Centro Comunitário Dom Wilson Tadeu Jönck, na noite de sábado, 9, na Comunidade Santo Antônio, na localidade de Volta Grande, no Bateas. O evento iniciou com a celebração da missa, presidida pelo arcebispo de Florianópolis e homenageado da noite, Dom Wilson, e concelebrada pelo pároco da Paróquia São Luís Gonzaga, pe. Diomar Romaniv, que pela primeira vez visitou o local.
“Uma homenagem sempre revela ligações que ficaram e eu penso que este é um grande valor. Foram momentos positivos que serviram de força para a comunidade se organizar e se construir. E me alegra muito a oportunidade de reencontrar lideranças daquela época e conhecer tantas outras que vieram depois, inclusive responsáveis pela obra que recebe o meu nome. Isso demonstra que quem assumiu manteve o mesmo espírito da equipe que a antecedeu e, com certeza, esta é uma alegria que levo para a minha vida”, explica o arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck.
De acordo com o membro do Conselho Geral da Comunidade Santo Antônio, Roberto Pascutti, Dom Wilson iniciou o trabalho no local como padre assistente, no início da década de 1990, um serviço que se estendeu por oito anos. “Ele enxergou potencial na nossa comunidade pequena e nos encorajou na organização, tornando-se um grande pastor. Hoje vivemos a alegria da sua presença, com este sonho realizado: a inauguração simbólica do nosso Centro Comunitário”, enfatiza Pascutti.
Pela primeira vez na Comunidade Santo Antônio, ainda neste trabalho de reconhecimento da Paróquia São Luís Gonzaga, o pároco, padre Diomar Romaniv, destaca a satisfação de acompanhar este momento. “É uma alegria reencontrar Dom Wilson e saber mais sobre a história da comunidade. É um momento de graça, de festa e, como padre, este clima toca o coração. Esses últimos dias têm sido de descobertas, de conhecer pessoas, comunidades, o trânsito da cidade, mas com a certeza de que Deus está nos acompanhando”, pontua o pároco.
O Centro Comunitário Dom Wilson Tadeu Jönck é uma obra com 1100 m², formada por cinco salas de catequese, uma sala de reuniões e um grande salão equipado para festas e eventos.
Águas mais profundas
Durante a homilia, Dom Wilson fez reflexões sobre o Evangelho (Lucas 5:1-3). A primeira delas era sobre a situação dos apóstolos, pescadores experimentados, que lançaram redes a noite inteira, mas não pescaram nada.
“O que podemos aprender com isso? Nas coisas de Deus, na caminhada cristã, quando queremos fazer do nosso jeito, não dá nada certo. Vida cristã é obedecer a Deus, vida cristã é se colocar à disposição para que Deus realize sua obra. Procurar a Deus, de fato, faz a gente corrigir algumas atitudes, porque têm coisas que não combinam com Deus e não fazem bem para a nossa vida”, ressalta o arcebispo.
Natural de Vidal Ramos (SC), Dom Wilson se lembrou da infância e das pescarias à margem das nascentes do Rio Itajaí-Mirim. “Ali, nas águas rasas, a gente pescava Lambari. E ser “cristão de água rasa” é estar na igreja e, quem sabe, até integrar movimentos ou pastorais, mas ainda se incomodar com os outros, ficar de ti-ti-ti, provocar desentendimentos. A vida cristã deve ultrapassar esse nível, em busca de águas mais profundas”, observa.
Dom Wilson refletiu sobre o apóstolo Pedro que, mesmo depois de uma noite inteira de pesca sem sucesso, escutou e seguiu as orientações de Jesus. “Ele não pegou nada porque havia pescado do seu jeito. Mas quando Pedro pesca em nome de Jesus, a rede volta cheia. Quando somos capazes de ultrapassar as intrigas que estão na beira do rio e nos lançamos para águas mais profundas, as brigas, incompreensões e fofocas já não nos abalam mais e esta deve ser a vida do cristão. Que sejamos capazes de sofrer e de viver para o outro, não importando o quão próximo somos”, completa Dom Wilson.