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Duplicação da Antônio Heil: uma luta com três governos

Ao mesmo tempo que pressiona para a conclusão da obra, Acibr cobra sobre a rodovia Ivo Silveira

A Acibr teve papel fundamental para que a duplicação da rodovia Antônio Heil (SC-486), que liga o município a Itajaí, saísse do papel. Desde a sua fundação, a entidade atuou com afinco para melhorias na malha viária regional, o que beneficia o empresariado para o escoamento da produção e, em última instância, a sociedade em geral.

Assim como foi importante para a construção da rodovia, iniciada em 1969, a Acibr atuou fortemente para pleitear a duplicação da Antônio Heil. O caminho foi difícil devido à burocracia governamental e à morosidade do poder público.

A pressão para que a duplicação saísse do papel perpassou várias gestões da Acibr. A ordem de serviço foi assinada em 2014, mas a obra só começou em 2015, quando o presidente já era Halisson Habitzreuter.

A Acibr, na presidência de Habitzreuter, teve de lidar com três governadores, devido aos frenquentes atrasos e problemas na duplicação. Começou com Raimundo Colombo, passou por Eduardo Pinho Moreira, em 2018, e agora é com Carlos Moisés.

“Nesses quatro anos, trabalhamos muito forte. Assinei vários ofícios, fomos para Florianópolis várias vezes. A morosidade da política faz a gente ter essa realidade”, declara o presidente da associação. A luta ainda não terminou e ficará para a gestão de Rita Cássia Conti, que assume a presidência no dia 7 deste mês.

Lentidão

Já no fim do governo Pinho Moreira a duplicação praticamente parou. O consórcio Triunfo-Compasa se retirou do canteiro de obras.

A Acibr se manifestou, junto com as prefeituras de Brusque e Itajaí, para pedir a retomada. Depois de várias reuniões e cobranças, inclusive, pessoalmente ao secretário de estado da Infraestrutura, a promessa era de que a obra seria reiniciada em julho de 2019, desta vez, só pela Compasa, já que a triunfo saiu por completo.

“Quem trafega pela rodovia vê que está a passos de tartaruga. A Acibr mantém a sua pressão por meio de ofícios, e quando tem a oportunidade de se encontrar pessoalmente”, diz Habitzreuter.

A obra tem sido bastante criticada desde o início, por ter poucos viadutos e passarelas para quem precisa atravessar a rodovia de um lado para o outro. A Acibr entende que, neste momento, deve-se terminar o serviço como foi licitado, para depois tratar dessas outras intervenções.

Habitzreuter admite que o trevo com a BR-101, que seria uma obra gigantesca de mobilidade, não sairá do papel tão cedo. Trata-se de outra licitação e para a qual não existe dinheiro.

Ivo Silveira

A Acibr chegou a encampar a necessidade da duplicação da Ivo Silveira (SC-108), que liga a cidade a Gaspar, em 2018. A entidade participou de uma audiência pública sobre o assunto em agosto, entretanto, o assunto caiu no esquecimento com o fim do governo Pinho Moreira.

Habitzreuter afirma que a obra é importante, contudo, o foco deve ser centrado na conclusão da Antônio Heil, para evitar dispersões. Mas caso o estado mexa nessa questão, a associação participará do processo.

Ele avalia que a Ivo Silveira é fundamental para que a produção de Brusque chegue à BR-470, em Blumenau. É uma realidade diferente do passado em que os brusquenses precisam ir para a outra cidade para serviços.

“A gente, como cidade, parou de olhar para Blumenau e passou a olhar para o litoral até por causa do porto e do turismo. Ali é nossa ligação com o mundo. Antigamente éramos ligados a Blumenau, mas hoje não é mais. Logo Brusque e Itajaí vão ser uma coisa só”, avalia Habitzreuter.