“Sabe doutora, não tenho me sentido bonita, minhas roupas não me servem mais e desde que meu bebê nasceu meus cabelos estão presos, minhas unhas estão por fazer e quando penso em tirar um tempo para tudo isso, decido dormir”.
Frases como essa são verbalizadas diariamente, por mães que de alguma forma estão fazendo o seu melhor mas, ainda assim, acham que não. Quando ouço isso, soa como um pedido de “socorro”. E não um socorro porque se arrependeram de ser mães ou porque não amam seus lindos filhos, mas um socorro porque estão se autocobrando demais, ouvindo palpites demais e estão exaustas de suas próprias consciências lotadas de culpa e medo.
Medo de ser fraca, de não educar direito, de fazer tudo errado e seu filho ser o único que não faz determinada coisa ainda. Mas por que? O que fizeram com as mães que as deixaram assim? Que propaganda foi essa que as deixou escravas de sua própria consciência?
Em que momento a maternidade deixou de ser intuitiva e passou a ser “comercial de margarina”? Queremos as mães de volta: as que sabem seguramente o que estão fazendo, mesmo que talvez não seja perfeito, afinal de contas, o perfeito sequer existe.
Queremos que nossas relações médico-paciente possam mostrar a vulnerabilidade deste sentimento, para então poder ajudar e que o mesmo se faça entre os casais, os amigos – afinal de contas, é perfeitamente normal estar cansada ou mau humorada eventualmente, mas não é normal abafar esses sentimentos com choros baixinhos no banheiro ou angústias reprimidas no peito.
Quero que você, mãe, entenda: este trabalho é o mais nobre que existe e de nenhuma forma ele é ou deve ser perfeito. Ele deve ser seguro, calmo, tranquilo e do seu jeito, do jeito da sua família. Tire um tempo para você, ou durma o quanto quiser delegando para o pai o cuidado do bebê em um final de semana ou folga – deixe ele fazer do jeito dele.
Ria do seus erros e das suas preocupações, não leve tudo tão a sério! Seja você e seu filho será este belo reflexo. Conte comigo para ajudar!