Editorial: A praça é nossa
A vinda do coronavírus impactou a vida de todas as pessoas. O confinamento, as novas exigências sanitárias e os cuidados neste período geraram uma mudança de hábito, mudando também alguns costumes na cidade e região. Um dos fenômenos observados neste sentido é a busca por programas mais voltados a natureza num contraponto ao confinamento. As […]
A vinda do coronavírus impactou a vida de todas as pessoas. O confinamento, as novas exigências sanitárias e os cuidados neste período geraram uma mudança de hábito, mudando também alguns costumes na cidade e região.
Um dos fenômenos observados neste sentido é a busca por programas mais voltados a natureza num contraponto ao confinamento. As pessoas estão buscando trilhas e atividades ao ar livre para se aproximar de recantos naturais. Basta dar uma olhada nas mídias sociais para ver a grande quantidade de postagens neste sentido.
Na vizinha Guabiruba, os morros de São José, Santo Antônio e Gueba são os preferidos e atraíram um público massivo. Estes e outros pontos turísticos que até pouco tempo atrás precisavam de um incentivo para visitação, agora precisam ser monitorados para evitarem aglomerações
Esta movimentação necessitou de uma intervenção da Secretaria de Turismo de Guabiruba e da Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventuras do Vale do Itajaí (Assepavi).
Juntas realizaram no mês passado uma blitz educativa em vários pontos de visitação, com a instalação de banners contendo orientações de segurança e saúde, conforme publicamos aqui no jornal.
Mas não é só em busca de trilhas e de natureza que as pessoas estão. A utilização das praças aqui na cidade é outro fenômeno recente. Nos fins de semana é possível observar um grande número de famílias passando momentos de lazer nestes espaços.
A praça do Maluche é emblemática neste sentido. No ano passado foi tema de várias matérias falando de reivindicações de moradores em relação ao barulho, festas, uso de bebidas e entorpecentes. O movimento pedia um policiamento mais ostensivo, pois a presença destes elementos perturbava a vizinhança e inibia a sua utilização.
O assunto chegou a ser tema de audiência pública em agosto do ano passado, com a participação da comunidade, da prefeitura e até da polícia militar. Na ocasião o vereador André Rezini, autor do requerimento, afirmou que as praças “em vez de serem utilizadas para as famílias estão sendo utilizadas para o barulho, consumo de drogas e bebidas desenfreadas”.
A esperança é que esta situação de pandemia passe logo, mas que estes novos hábitos permaneçam
Hoje, com a vinda das famílias para as praças estes problemas arrefeceram e afastaram, naturalmente, muitos inconvenientes de tempos atrás. É claro que esta nova ocupação não é tão benéfica assim, pois acaba gerando aglomerações e expõe as pessoas à Covid-19.
Também não podemos afirmar que os problemas com bebidas acabaram, como vimos nas edições de segunda e quarta-feira desta semana, que mostrou uma foto com grande quantidade de bebidas consumidas no fim de semana e a reunião de jovens sem máscara na praça Sesquicentenário.
O caminho talvez seja cultivar este novo comportamento das famílias tanto em relação a caminhadas ecológicas quanto em relação ao uso das praças, tomando o cuidado que o momento requer.
A esperança é que esta situação de pandemia passe logo, mas que estes novos hábitos permaneçam, afinal temos uma natureza exuberante em nossa região que pode e deve ser usufruída com consciência. Assim como também as famílias podem e devem utilizar as praças para seus momentos de lazer, afinal a praça também é nossa.