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Editorial: Acabou a eleição, começou outra preocupação

No último domingo tivemos eleições municipais e conhecemos o prefeito e os vereadores que irão governar a cidade pelos próximos quatro anos. Até então o assunto político estava tomando conta da agenda da cidade e toda atenção estava voltada a ele. Nos noticiários, nas mídias sociais, nas rodas de conversa os ânimos estavam exaltados na […]

No último domingo tivemos eleições municipais e conhecemos o prefeito e os vereadores que irão governar a cidade pelos próximos quatro anos. Até então o assunto político estava tomando conta da agenda da cidade e toda atenção estava voltada a ele. Nos noticiários, nas mídias sociais, nas rodas de conversa os ânimos estavam exaltados na defesa desta ou aquela candidatura.

Passada a eleição e conhecidos os vencedores, outra preocupação tomou conta da cidade, o aumento expressivo de novos casos da Covid-19. Coincidência ou não, já na segunda feira o centro de triagem estava lotado e fez mais de 288 consultas, 112 eletrocardiogramas e 188 coletas de exames.

A prefeitura dobrou o número de médicos, e aumentou o número de enfermeiros e técnicos em enfermagem e mesmo assim há relatos de pessoas que ficaram mais de nove horas na fila para serem atendidas.

Esta nova onda veio mais intensa que a primeira. Se olharmos no gráfico publicado nesta edição, e comparar o período atual com julho, que foi o pico até então, vamos ver que na metade do tempo chegamos à mesma marca.

Nesta velocidade, a ocupação dos leitos e da UTI que estava em 2 e 3 pessoas respectivamente no início deste mês, pulou para 12 internados na enfermaria e 12 na UTI em menos de 20 dias. O número de contaminados em relação aos recuperados, que andava junto, também descolou, mostrando um aumento de casos ativos. Até ontem tínhamos 931 casos suspeitos e 1442 sendo monitorados. Neste cenário, estamos caminhando para uma situação pior que o da primeira onda, com o agravante de que continuamos a subir.

Sabemos que a população está saturada deste assunto, que vem sendo abordado a exaustão deste março, mas diante deste quadro, não há como ignorá-lo

Segundo as projeções do secretário de Saúde de Brusque, Humberto Fornari, ainda teremos seis semanas de aumento de contágio, o que vai nos levar a uma situação muito mais grave.

Sabemos que a população está saturada deste assunto, que vem sendo abordado a exaustão deste março, mas agora, depois da eleição, e diante deste quadro, não há como ignorá-lo.

Esta evolução imensa de casos positivos se atribui à flexibilização das restrições, levando muitas pessoas ao descuido. Os eventos sociais são um dos ambientes propícios ao contágio e se intensificaram muito nas últimas semanas, sendo um dos vilões desta história.

Sabemos que o lockdown não é saída, mas uma nova medida que impeça as aglomerações e fiscalize a aplicação das regras sanitárias é fundamental neste momento, para tentar mitigar o problema.

Mais do que nunca precisamos estar conscientes de que vivemos um novo ciclo, muito mais perigoso que os que já passamos e que requer, novamente, uma atitude de cuidados e restrições. Precisamos eleger estas prioridades que vão influenciar muito na saúde e no futuro dos brusquenses.