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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: As bruxas na eleição

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: As bruxas na eleição

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No fim de setembro e neste início de outubro presenciamos o fenômeno da explosão populacional de mariposas. Conforme matéria que publicamos aqui no jornal O Município, “o surto não envolve necessariamente mudanças climáticas, mas sim o ciclo natural das estações. Quando o inverno passa e a população de insetos começa a aumentar”, explicou o biólogo Pedro Cavalim à nossa reportagem.

A mariposa eclode de um ovo como lagarta, depois produz um casulo e sai em forma de mariposa após passar por um processo de metamorfose. Elas têm vida curta e duram de 15 dias até dois ou três meses. Algumas delas também são conhecidas como bruxas.

Esta massa de mariposas, de bruxas, deixou um lastro de sujeira na cidade. Atraídas pela iluminação urbana invadiram as ruas, calçadas, praças e como são menos a ativa de dias acabam pousando, sendo esmagadas pelos carros e pedestres.

A ocorrência deste fenômeno aconteceu junto com o período eleitoral. Tal qual o ciclo da mariposa ele foi curto, durou cerca de três meses da definição dos candidatos até eleição e também deixou um lastro de sujeira, fake news, mentiras e conchavos. 

As estações do ano trouxeram a explosão de insetos e a política trouxe um aumento de candidatos das mais diversas origens e siglas. Eles invadiram as casas pelo rádio e TV e tomaram as ruas com seus santinhos.

Ao contrário das mariposas, que são inofensivas, muitos destes políticos são um perigo ao chegarem no poder

Eles saíram de seus ovos, de sua dormência e entraram nos casulos políticos para tentar uma vaga ao poder. Nesta metamorfose deixaram seu passado, seus defeitos de lado para se transformar em salvadores da pátria, capazes de resolver os maiores e mais complexos problemas. 

Atraídos pelas luzes do poder se multiplicaram pelas cidades, tentado voos para todos os lados, tanto Executivo quanto legislativo. A grande parte se apresentou como as mariposas que vimos na cidade, sem brilho, sem cor. Apenas um marrom sem graça. 

Ao contrário das mariposas, que são inofensivas, muitos destes políticos são um perigo ao chegarem no poder. Tem interesses pessoais mais feios que a bruxa e podem fazer um estrago por mais de quatro anos, sujando não só as ruas e calçadas, mas a vida de todos os cidadãos.  

Não se sabe ao certo o que levou à explosão populacional das mariposas, mas o fenômeno da multiplicação de candidatos é bem conhecido. As benesses do poder movem muitas destas criaturas.

Ao fim do primeiro turno parece que acabou o surto das bruxas na cidade. Também acabou o voo cego de muitos candidatos que agora se preparam para a próxima revoada, a próxima eleição. 

É claro que ainda temos o segundo turno e muitos destes vão tentar fazer seu casulo em outras candidaturas, em outras instâncias de poder. Tudo para continuar este ciclo, de vida e morte na política.

Manter nossa cidade e nosso país limpo é sempre um objetivo a ser perseguido, sem as bruxas nas ruas nem na política. 

 

 

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