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Editorial: as lições do fogo

Passaram-se pouco mais de duas semanas desde que Brusque foi surpreendida com a notícia de que um galpão dentro da empresa Irmãos Fischer estava em chamas. No dia 1º de fevereiro, uma densa fumaça passou a tomar conta do céu do município, espalhando-se por diversos bairros, ao mesmo tempo em que grandes labaredas eram vistas […]

Passaram-se pouco mais de duas semanas desde que Brusque foi surpreendida com a notícia de que um galpão dentro da empresa Irmãos Fischer estava em chamas.

No dia 1º de fevereiro, uma densa fumaça passou a tomar conta do céu do município, espalhando-se por diversos bairros, ao mesmo tempo em que grandes labaredas eram vistas da rodovia Antônio Heil e arredores. Foram mobilizadas equipes do Corpo de Bombeiros de várias cidades e, após cerca de 60 horas, os focos de incêndio foram extintos.

O saldo foi uma grande destruição, com perda de maquinário, produtos e itens históricos que eram guardados no galpão. No entanto, ninguém ficou ferido, e todos os que trabalhavam no local conseguiram sair antes que o fogo se propagasse.

Sempre quando acontece um episódio desta magnitude, a sociedade é levada a fazer algumas reflexões, que são positivas e necessárias para que possamos sempre evoluir.

Uma delas é a questão de ter cuidado com a segurança. Recentemente, foi trazido à tona o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que completou 10 anos, e que resultou em uma tragédia sem precedentes, com a morte de mais de 200 pessoas.

No caso da Fischer, o fato de não haver vítimas está ligado, justamente, à preocupação com a segurança e a valorização dos procedimentos para que sejam evitadas tragédias. Há na empresa funcionários preparados e atentos para esse tipo de situação, que souberam rapidamente agir para que todos fossem retirados do galpão em segurança, permitindo que o fogo causasse apenas danos materiais.

No dia a dia, sempre achamos que esse tipo de acidente não pode acontecer na nossa casa, na nossa empresa, somente na do vizinho. No entanto, fica a lição de que o investimento em segurança não é algo supérfluo, e que precisa ser levado a sério, como fez a Fischer, pois o perigo está, muitas vezes, mais próximo do que se imagina.

A segunda questão que deve ser ressaltada neste caso é a preocupação com as pessoas. Nesta edição, publicamos matéria com relatos sobre o incêndio, e o depoimento de Norival Fischer, diretor industrial da empresa, é um exemplo de como a segurança das pessoas foi valorizada durante o incêndio.

O incêndio e as perdas materiais são uma grande tristeza, mas o episódio traz lições que nos fazem melhorar

Ele relatou que estava descansando na hora que o fogo começou, e não teria conseguido sair a tempo se uma funcionária não tivesse corrido até sua sala para avisá-lo. A preocupação e a mobilização dos colaboradores foi muito forte para que todos saíssem ilesos do local.

O terceiro exemplo foi a capacidade de perseverar de nossa gente. Apesar dos prejuízos e do susto causado inicialmente, a Fischer já se mobiliza para reestabelecer suas atividades no local. Temos sempre a motivação de querer reconstruir, mesmo depois de todo o acontecido. Limpeza e conserto estão em andamento para que volte a se produzir no galpão, retomando as atividades normais em breve.

Por fim, precisa ser destacada a capacidade de mobilização do Corpo de Bombeiros. Temos a sorte de ter uma corporação valorosa e preocupada em salvar vidas, que rapidamente conseguiu mobilizar todo o efetivo, não só de Brusque, mas de diversas cidades da região. Os bombeiros fizeram um trabalho persistente e incansável na busca por extinguir os focos de incêndio, e merecem todos os aplausos.

O incêndio e as perdas materiais são uma grande tristeza, mas o episódio traz lições que nos fazem melhorar. Com certeza todos precisam repensar o funcionamento dos seus negócios em termos de segurança, assim como a valorização das instituições e estruturas públicas e privadas que nos protegem e salvam todos os dias.