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Editorial: Atrasos na Fenarreco

Nesta semana o jornal O Município publicou informações sobre o fato das licitações para escolha da fornecedora de chope e dos food trucks da Fenarreco ainda não terem sido finalizadas pela prefeitura. No caso do chope, a situação é mais complexa, já que uma das empresas inabilitadas conseguiu reverter o caso na Justiça. Agora, está […]

Nesta semana o jornal O Município publicou informações sobre o fato das licitações para escolha da fornecedora de chope e dos food trucks da Fenarreco ainda não terem sido finalizadas pela prefeitura.

No caso do chope, a situação é mais complexa, já que uma das empresas inabilitadas conseguiu reverter o caso na Justiça. Agora, está aberto até o dia 2 de outubro o prazo para recursos relacionados ao processo licitatório, que deve ser encerrado poucos dias antes da festa.

Consultada sobre o tema, a prefeitura informou que a situação está tranquila, e que tudo será finalizado a tempo. No entanto, considerando que a festa inicia no dia 10, está claro que não houve um planejamento da forma que deveria ter sido feito.

Se olharmos para os eventos semelhantes, é nítida a diferença de planejamento. A Oktoberfest, em Blumenau, anunciou os fornecedores de chope em julho deste ano, três meses antes da festa. A Prefeitura de Brusque só abriu a licitação em agosto, para efeito de comparação.

O atraso nesta definição prejudica todo o plano de divulgação da festa. Na Oktoberfest, o patrocinador utiliza essa informação para fazer propaganda e atrair atenção para o evento, projeta sua marca para o mercado nacional, promove ações e se engaja na festa.

No caso de Brusque, mesmo que o vencedor da licitação tenha interesse em patrocinar ações para divulgar a festa, não haverá tempo hábil.

Aliás, os problemas na organização da Fenarreco parecem ser corriqueiros. Todo ano há um capítulo diferente. Em uma edição os caixas são insuficientes e provocam filas enormes. Em outra, o sistema de pagamento por meio de tag é um fracasso. E neste ano as licitações se arrastam até a véspera da festa.

Está claro que ainda não há uma estrutura profissional para fazer a festa, que pense como um produto exportação da cultura de Brusque para outros lugares. Parece que sempre há algo que é feito de afogadilho.

Talvez seja o momento de pensarmos se é realmente um bom negócio deixar a organização da Fenarreco somente na mão da prefeitura, que já se mostrou incapaz de deixar tudo em ordem com antecedência.

Envolver outros personagens ligados ao turismo e negócios, com participação da sociedade e planejamento antecipado pode alavancar a festa. As entidades, aliás, cobraram a prefeitura sobre os processos licitatórios necessários para a realização da festa em algumas oportunidades.

Dessa forma, esse caso reflete um pouco do estilo de organização e planejamento que a gestão municipal tem, que poderia ser muito melhor.

A Fenarreco é um ícone de nossa cultura, deve ser impecável, um espelho de nossa sociedade. Não pode ser algo feito às pressas, merece mais carinho e planejamento. Neste ano, não há mais nada que possa ser feito, mas a reflexão precisa servir de inspiração para quem for organizar as próximas edições.