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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Brusque, berço do voto eletrônico

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Brusque, berço do voto eletrônico

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Na quarta-feira o jornal O Município publicou uma matéria resgatando a história da criação da urna eletrônica há 31 anos atrás. Com muito orgulho todo este processo eleitoral informatizado nasceu em Brusque, no alinhamento do sonho do então juiz eleitoral Carlos Prudêncio junto com a iniciativa de Itamar Mosimann, Juliano Benvenutti, Gerson Ricardo de Freitas Ferreira e outros abnegados. A ideia ganhou forma e em 1989 e estreou nas eleições presidenciais de segundo turno, disputada entre Fernando Collor e Lula.

Antes mesmo da urna eletrônica, Brusque já era conhecida pela rapidez com que concluía a apuração de votos. Na eleição de 1986 para governador e deputados, fomos a primeira cidade do Brasil a finalizar a contagem dos votos. Sempre houve um esmero de todos os participantes para ter celeridade no processo tornando-se um campo fértil para a inovação que estava por vir.

O fato chamou a atenção da imprensa nacional na época e também da Justiça Eleitoral. Na eleição do dia 3 de outubro de 1990 o próprio presidente do TSE veio a Brusque para acompanhar a votação e presidir e eleição de nossa cidade. A partir daí a urna eletrônica ganhou força e hoje está consolidada como um sistema eficiente e seguro no processo eleitoral.

Mesmo com uma história tão bonita de pioneirismo ela ainda é desconhecida por muitos e tem interpretações diferentes. No próprio site do TSE a referência à primeira eleição informatizada é da eleição de 1996, quando 57 cidades com mais de 200 mil eleitores votaram de forma informatizada. Nesta linha vai também a grande imprensa dando relevância a este estágio mais avançado, ao invés do embrionário.

Não podemos esquecer dos 790 eleitores brusquenses que usaram pela primeira vez o equipamento que agora, evoluído, será utilizado por 147 milhões de brasileiros

Estas divergências partem de questões conceituais diferentes. Em 1996 o sistema e a urna eram completamente diferentes das de 1986 e já foi aplicada em larga escala. Além disso, um jogo de interesses e de versões dá mais ênfase e voz aos magistrados que apareceram depois e reivindicaram a paternidade do negócio.

Mesmo assim não há como negar a história. A realidade é que a urna eletrônica nasceu aqui e está até hoje na casa de Prudêncio. Mesmo que ela tenha evoluído para um equipamento moderno e o sistema seja drasticamente diferente, isso não muda o fato de termos dado o primeiro passo.

Nesta defesa vem a imprensa de Santa Catarina e também sites como o Wikipédia, que traz um relato realista e detalhado desta saga. Nós do jornal O Município também não podemos deixar de registrar e defender esta história, que tanto nos envaidece. Não podemos esquecer dos 790 eleitores brusquenses que usaram pela primeira vez o equipamento que agora, evoluído, será utilizado por 147 milhões de brasileiros, na maior eleição informatizada do mundo.

Esta história é muito oportuna para vermos que aquela semente de 31 anos atrás ajudou a criar um sistema de votação modelo para o Brasil, para o mundo. Um sistema eficiente, seguro, capaz que captar, processar e entregar o resultado de cada intenção de voto em um resultado final, decisivo, em poucas horas.

No próximo domingo, dia 15, vamos novamente ter a oportunidade de reencontrar esta tecnologia para escolher nosso prefeito e vereadores, e exercer na plenitude a democracia, num sistema que vimos nascer.

 

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