Editorial: Brusque e a pirataria
Há duas semanas, no dia 27 de outubro, publicamos uma matéria nos canais de comunicação do jornal O Município intitulada “Polícia Civil apreende R$ 4 milhões em roupas e produtos falsificados em Brusque”.
A operação chamada Etiqueta Segura lll, contou com o apoio da polícia, do Conselho Estadual de Combate à Pirataria (Cecop), da Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina e do Procon de SC e teve como objetivo combater os crimes contra as marcas, relações de consumo e tributários.
Em agosto do ano passado, esta mesma força tarefa aprendeu 2526 peças de roupas com indícios de falsidade. Na ocasião, o presidente do Cecop, Jair Schimidt, lembrou que “produzir e vender produtos piratas não é um mero ato irregular, é praticar um crime, previsto na legislação”.
A operação Etiqueta Segura e suas edições não foram as únicas a acontecer por aqui. Temos dezenas de registros de autuações e apreensões de roupas falsificadas em Brusque.
A preocupação com este tema vem acompanhando estas operações e motivou, em abril de 2018 um encontro no Sindilojas envolvendo entidades, empresários e políticos que debateram o tema, estudando inclusive a criação de uma divisão antipirataria. No mesmo ano, em julho, a Câmara de Brusque sediou o Seminário de Combate à Pirataria, com o tema “Panorama do Mercado Ilegal e Combate a Ilegalidade”.
A pirataria não é somente um crime contra o direito autoral, propriedade intelectual e sonegação fiscal. Também pode tirar uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico em Brusque
Com a operação do mês passado, o assunto novamente ganhou força junto a sociedade organizada e foi tema da reunião de diretoria da Acibr e do Conselho de Entidades. Há um consenso na importância de debater o tema e achar caminhos para coibir esta prática por aqui.
A pirataria não é somente um crime contra o direito autoral, contra a propriedade intelectual e sonegação fiscal. Ela também pode tirar uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico em Brusque. Isso porque muitas empresas daqui terceirizam sua produção para marcas famosas e a “fama” de uma Brusque pirata seria um golpe em nossa credibilidade e trabalho.
Somos um importante polo têxtil, conhecido e reconhecido nacionalmente e a pirataria afeta de diferentes formas a todos: as marcas de Brusque que se tornaram grifes famosas e são copiadas e as empresas que produzem para marcas famosas e podem sofrer com a mudança desta produção para cidades que não praticam a pirataria.
Existe todo um esforço para alavancar nosso polo têxtil. Até o mote que a cidade adotou é “Moda Brusque” e não podemos permitir que uns poucos contraventores, que ganham muito dinheiro na pirataria, maculem este trabalho árduo e sério de tantas empresas, de tantos sonhos.
Nosso alento é que, além deste debate nas entidades e na sociedade organizada, vamos contar também com entidades como o Cecop. Seu presidente tem falado nos corredores que estas operações vão se intensificar daqui para frente. Isso é bom, mas seria ótimo que não tivesse mais produtos piratas para apreender. Brusque precisa estar fora da rota criminosa da pirataria.