Editorial: Brusque infestada
No dia 12 de abril o prefeito Ari Vequi assinou o decreto 9168, que declara emergência de saúde pública em todo território municipal em decorrência do aumento dos casos de dengue. Com o decreto, o poder Executivo ganhou mais liberdade para contratar pessoas e adquirir insumos necessários para o combate ao mosquito. A medida é mais […]
No dia 12 de abril o prefeito Ari Vequi assinou o decreto 9168, que declara emergência de saúde pública em todo território municipal em decorrência do aumento dos casos de dengue. Com o decreto, o poder Executivo ganhou mais liberdade para contratar pessoas e adquirir insumos necessários para o combate ao mosquito.
A medida é mais uma tentativa de conter o aumento desta moléstia. Ela se junta a outras iniciativas como o Mutirão D, o projeto da secretaria de Educação Xô Dengue, a disponibilização de caçambas para recolhimento de materiais, além do carro fumacê enviado pelo governo de Santa Catarina e da atuação dos agentes da Vigilância Epidemiológica.
Mas tudo isso parece não surtir efeito e a Dengue cresce de forma meteórica. Para se ter ideia da evolução, no início deste mês tínhamos 114 casos de dengue na cidade. No dia do decreto já eram 784, e no último boletim, divulgado na segunda-feira, já eram 1352 casos. Isso sem contar as situações em que as pessoas contraíram a doença, mas não procuraram ajuda médica, ficando fora destes registros.
Este aumento está relacionado à quantidade de focos de mosquito na cidade. Conforme publicamos em nossa edição de quarta-feira, já temos mais de 800 focos, distribuídos em 25 bairros de Brusque.
O jornal tem recebido muitos reportes dos fortes sintomas que acometem o infectado e o longo tempo que leva para o restabelecimento. O próprio prefeito, Ari Vequi, sentiu a força do vírus e teve que ser internado por três dias. O problema é que a dengue, além destes sintomas, pode ser uma doença mortal e já fez cinco vítimas somente neste mês por aqui.
A solução não é ficar em casa à espera da vacina, agora é ir a luta no combate ao mosquito
Esta alta quantidade de focos e de infectados caracteriza Brusque como uma cidade infestada. O número de casos é muito maior que cidades da região como por exemplo Blumenau que tem 509 casos e Itajaí que tem somente 21 casos. Esta triste realidade está lotando os ambulatórios e hospitais, com nossa gente à procura de socorro.
Mesmo com tudo isso acontecendo, parece que muitas pessoas estão adormecidas, achando que este é um problema distante. Ao contrário da Covid-19, a solução não é ficar em casa à espera da vacina, agora é ir a luta no combate ao mosquito, e isso deve ser uma missão de todos.
Estamos com uma cidade infestada e cada um precisa fazer a sua parte. Os munícipes precisam ver na sua casa e no entorno identificando e eliminando potencial criadouros, além é claro de usar repelentes para se proteger.
O governo municipal vai ter que intensificar e muito as ações de combate se não quiser ver uma explosão de casos no próximo mês. Não dá pra acreditar que o mosquito vai voar para o além.
Ele continua aqui se reproduzindo muito mais rápido que as passagens do “fumacê” e dos agentes de endemias. Sabemos que o sucesso no combate à Dengue não é uma prerrogativa exclusiva do governo, mas ele vai ser o principal motivador deste combate, vai ter que dar o tom tanto fora como dentro de nossas residências e assim engrossar a voz e as ações para dar um Xô à Dengue.