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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Brusquenses desaparecidos

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Brusquenses desaparecidos

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Nesta semana o jornal O Município publicou reportagem sobre os desaparecidos em Brusque, pessoas que não foram mais vistas pelos seus familiares, os quais registraram a ocorrência junto à Polícia Civil, e aguardam ansiosamente pelo retorno dos entes queridos.

Os dados do site da Delegacia de Pessoas Desaparecidas de Santa Catarina mostram o registro de 24 pessoas desaparecidas em Brusque. São desde adolescentes – o mais novo tinha 15 anos na data do desaparecimento – até um idoso de 81 anos. O caso mais antigo é de 2008, mas somente em 2023 nove pessoas foram dadas como desaparecidas.

É quase que inacreditável que em pleno século 21 ainda tenhamos um cenário em que seres humanos somem e ninguém mais saiba seu paradeiro. Não se sabe se de fato ainda estão vivos, se por acaso estão morando nas ruas, se adotaram outro nome, ou se estão em lugares ermos, com objetivo de se isolar da sociedade.

Também não é possível dizer se foram vítimas de crimes, como raptos e sequestros, pois não há um padrão de classe social, gênero ou idade nos desaparecimentos registrados.

Em que pese os desaparecimentos ocorrerem em circunstâncias misteriosas, com poucas pistas a serem fornecidas para a polícia, também é inacreditável que, com toda a tecnologia que temos disponível, não conseguimos rastrear essas pessoas, saber o que acontece com elas.

 Os números só aumentam sem que a tecnologia hoje existente seja capaz de identificar e mapear os passos de uma pessoa que deixou o convívio familiar

Atualmente, são cerca de 1,3 mil desaparecidos em Santa Catarina. No Brasil, em um período de três anos, mais de 200 mil pessoas entraram na lista de desaparecimentos. Conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em média 183 pessoas desaparecem por dia no país.

Ou seja, os números só aumentam sem que a tecnologia hoje existente seja capaz de identificar e mapear os passos de uma pessoa que deixou o convívio familiar. Trata-se de um fenômeno também incompreensível do ponto de vista tecnológico.

Para reduzir essas estatísticas, a Polícia Civil recomenda fortemente, conforme explicado na matéria, que se faça o registro o quanto antes, sem esperar 24 ou 48 horas. Quanto mais cedo o caso for levado às autoridades, mais aparentes estarão os rastros do desaparecimento, o que facilitará a investigação e aumentará as chances de que a pessoa seja encontrada.

Por fim, cabe ressaltar o fator social presente nesse tema. Atualmente, o ser humano está tão envolvido com as telas – computador, celular, tablet e afins -, vendo filmes, vídeos e atento às redes sociais, que às vezes deixa de prestar atenção em quem está do seu lado.

Talvez essa falta de atenção generalizada que se tem com os outros, que nos torna distantes até mesmo daqueles que convivem na mesma casa, seja um dos fatores que fazem com que, como sociedade, nós não percebemos, ou demoramos a perceber, o sumiço de diversas pessoas.

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