X
X

Buscar

Editorial – Eleição: o grande espetáculo

Desde o primeiro momento em que se soube da cassação do ex-prefeito Ari Vequi e a marcação da nova eleição, Brusque ganhou uma dinâmica diferente, e o pleito passou a ser o espetáculo, o protagonista no debate público. As alianças feitas culminaram na disputa de uma chapa de esquerda e três de direita, que até […]

Desde o primeiro momento em que se soube da cassação do ex-prefeito Ari Vequi e a marcação da nova eleição, Brusque ganhou uma dinâmica diferente, e o pleito passou a ser o espetáculo, o protagonista no debate público.

As alianças feitas culminaram na disputa de uma chapa de esquerda e três de direita, que até pouco tempo estavam juntas. A estratégia delas foi apostar na qual colava mais a imagem de bolsonarista, qual teria mais chances de suplantar a esquerda. No fim, a busca era a migração do chamado voto útil antipetista. E quem mais soube vender essa ideia foi o prefeito eleito, André Vechi, que se sagrou vencedor.

Nesse sentido, notou-se poucos embates das chapas de direita contra a chapa de esquerda. Pelo contrário: os embates concentraram-se entre as próprias chapas de direita, com divulgação de vídeos de questões pessoais e acusações diversas.

Outro ponto de destaque foram as pesquisas eleitorais. Foram registradas seis, das quais somente duas tiveram a publicação autorizada. Ainda assim, as que foram publicadas não refletiram a realidade. Uma delas colocou o prefeito eleito em terceiro lugar. A outra, que acertou o primeiro lugar, errou o segundo colocado. Fora isso, diversas pesquisas falsas circularam nas redes sociais.

Houve candidatos que até pegaram a marca do jornal e colocaram como cabeçalho em publicações sobre as pesquisas, tentando dar credibilidade aos levantamentos. Isso porque na maior parte das pesquisas, ninguém quis assumir a autoria da contratação, sendo o contratante o próprio instituto que realizou a pesquisa.

Ao final da eleição, conforme já publicamos, diversos políticos sairam enfraquecidos. Ciro Roza, Jones Bosio, Paulo Eccel, Ari Vequi e, inclusive, o ex-prefeito Bóca Cunha, que não conseguiu ser candidato, conforme pretendia. A velha guarda da política brusquense perdeu espaço, e a eleição de André e Deco demonstra que este é o momento para a ascensão de novas lideranças na cidade, inclusive com a possibilidade de outros nomes surgirem com força para a eleição de 2024.

Essa eleição trouxe também novidades na votação em si. A estreia do QRTot, aplicativo de apuração de votos, proporcionou a apuração em tempo recorde: em poucos minutos já se sabia quem venceu a eleição – resultado que só se tornou oficial uma hora depois, com a totalização do TRE-SC. A cidade que foi o berço da urna eletrônica também foi pioneira no uso desta tecnologia.

O jornal O Município acompanhou essa eleição desde o primeiro momento, com uma cobertura completa, em que o cidadão pôde ter acesso às informações de todos os candidatos de forma equilibrada e democrática, para poder dar subsídios para a decisão de voto.

E esse papel foi cumprido com sucesso. Só para se ter uma ideia, o debate eleitoral, o último antes do dia da votação, teve 11.937 visualizações somente no Youtube, tornando-se a maior audiência entre os debates desta eleição.

No domingo, dia de votação, fizemos uma cobertura de 12 horas, que foi encerrada com o programa especial de apuração dos votos e análises, o qual também teve audiência recorde: 11.711 visualizações no Youtube, um número que mostra que somos referência em credibilidade neste momento importante.

Porém, por mais que a gente viva esse momento de cidadania e democracia plena, muitas pessoas deixaram de exercer esse direito. O prefeito se elegeu com uma quantidade de votos menor do que a soma da abstenção, votos brancos e nulos. Essas pessoas que deixaram de cumprir o seu dever cívico poderiam ter eleito seu representante se exercessem efetivamente seus direitos de cidadão, fortalecendo ainda mais a democracia participativa.