Editorial: Encerrando o semestre com um dia de fúria
O mês de junho encerrou esta semana e no balanço do mês e do semestre podemos afirmar que nunca fomos submetidos a tantas situações extremas como as vividas neste período. Está sendo um dos maiores testes de resiliência e provações que se tem notícias. Neste semestre vimos aparecer por aqui o coronavírus, que alterou de […]
O mês de junho encerrou esta semana e no balanço do mês e do semestre podemos afirmar que nunca fomos submetidos a tantas situações extremas como as vividas neste período. Está sendo um dos maiores testes de resiliência e provações que se tem notícias.
Neste semestre vimos aparecer por aqui o coronavírus, que alterou de forma indelével o nosso cotidiano, ameaçando nossa saúde. Foi chegando devagar e agora está a galope em seu processo de contágio. Neste mês de junho a curva subiu geometricamente, com 156 casos no início do mês e 585 no fim.
Na esteira deste problema de saúde, veio também a crise financeira. Em nossa região seu reflexo mais direto pode ser visto no aumento do desemprego. Conforme publicamos na edição de quarta-feira, somente no período da Pandemia (março, abril e maio) foram perdidos 4024 postos de trabalhos formais. São números difíceis de digerir em uma economia como a nossa, que é acostumada a manter um saldo positivo.
Saindo da economia e entrando na política, podemos ver a dificuldade e incapacidade do poder público em lidar com tais situações extremas neste semestre. Decisões equivocadas, compras mal feitas, e a demora em fazer chegar na ponta os recursos tanto para a saúde como para economia, tornaram as coisas ainda mais difíceis.
E como consequência, neste mês de junho muitas peças do tabuleiro foram mudadas tanto a nível federal como estadual. No ministério da Educação o ministro Abraham Weintraub foi substituído em junho por Carlos Alberto Decotelli, que saiu ainda dentro do mês, deixando a pasta acéfala. Na saúde, depois da saída de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, estamos chegando a 50 dias com um ministro interino.
Mais do que nunca nossa fé e esperança precisam ser exercitadas e nossas forças renovadas
No estado, a crise dos respiradores já sugou quatro secretários. Primeiro foi a prisão do secretário da casa civil, Douglas Borba, em abril, depois a exoneração de Helton Zeferino em maio e por fim Amândio João da Silva em junho. Para fechar o mês, na terça feira foi a vez do controlador-geral do estado, Luiz Felipe Ferreira, deixar o governo, e há quem diga que a contagem não vai parar.
Além destas questões de saúde, econômicas e políticas, as questões ambientais também foram marcantes neste semestre. Tivemos uma das maiores estiagens da história que apesar de proporcionar bonitos dias de sol, secaram nossos mananciais. As chuvas de junho não foram suficientes para normalizar o abastecimento de água por aqui e seguimos em estado de alerta.
E para finalizar o mês e o semestre tivemos um dia de fúria na terça feira, com a ação de um ciclone extratropical. Os fortes ventos que chegaram a mais de 90 km em Brusque deixaram um rastro de destruição, levando o estado a uma situação de calamidade pública.
O fenômeno provocou o maior dano da história na rede elétrica de Santa Catarina. Só em Brusque foram 21.695 residências que ficaram no escuro. Nossas vizinhas Nova Trento e São João Batista na quarta feira ainda estavam quase completamente sem energia.
Realmente não foi um semestre esperado e com certeza nunca será esquecido. E diante de tantas notícias adversas o maior desafio hoje é manter nosso moral elevado para que possamos fazer esta travessia. Mais do que nunca nossa fé e esperança precisam ser exercitadas e nossas forças renovadas. Já superamos muitas outras dificuldades e com certeza vamos superar esta também.