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Editorial: Foi dada a largada

O processo de seleção para o maior cargo executivo de Brusque começou. Excetuando a Havan, a prefeitura é a maior organização da cidade, com 4086 colaboradores e uma receita estimada em R$ 504 milhões neste ano. Ela atua nas mais diversas áreas, com expressiva participação em todas. Na área de educação detém uma rede de […]

O processo de seleção para o maior cargo executivo de Brusque começou. Excetuando a Havan, a prefeitura é a maior organização da cidade, com 4086 colaboradores e uma receita estimada em R$ 504 milhões neste ano.

Ela atua nas mais diversas áreas, com expressiva participação em todas. Na área de educação detém uma rede de 60 escolas e creches com mais de 6,5 mil alunos. Na saúde tem 26 pontos de atendimento (Unidades Básicas de Saúde) com 73 médicos e um orçamento de R$ 105 milhões. Neste valor está também a gestão do sistema SUS, que repassa valores aos hospitais Azambuja e Dom Joaquim.

Atua também no esporte e na cultura, incentivando e fomentando os talentos locais. Tem iniciativas no turismo, que vende a nossa imagem para outros locais e realiza a Fenarreco, a maior festa da cidade.

Além disso é responsável por autarquias que cuidam de nossa água, esgoto, meio ambiente. Isso tudo sem falar da atividade fim da prefeitura que são diversos serviços como obras, concessões, serviços, fiscalização, projetos, etc.

E mesmo com tantas responsabilidades, o cargo máximo desta organização não exige nenhuma qualificação técnica. Nenhum nível de escolaridade nem experiência é requerida. E mesmo que o candidato tenha uma extensa ficha corrida, pode conseguir uma brecha na nossa burocracia e ser o escolhido como prefeito.

Com toda esta benevolência em relação às exigências de qualificação dos candidatos, o pré-requisito para assumir a função é ser escolhido pelo voto, em uma eleição. Este é um processo mais emocional que racional e permite que ganhe quem for mais simpático, quem conseguir vender melhor a sua imagem e suas promessas e não quem estiver melhor preparado.

Este é um processo mais emocional que racional e permite que ganhe quem for mais simpático, quem conseguir vender melhor a sua imagem

A ideia é que esta escolha seja por um processo democrático, com o povo escolhendo seu líder, mas na realidade ele não é tão romântico assim. No caso de Brusque e região, que não tem segundo turno, não ganha quem tem a maioria dos votos e sim o candidato mais votado. Na última eleição, por exemplo, o candidato vencedor recebeu pouco mais votos do que a soma das abstenções, nulos e branco, e representou menos de ¼ dos eleitores.

Com um cargo tão poderoso e com um processo de seleção aberto, surgem então os candidatos. Eles passaram pelas convenções partidárias que aconteceram no último sábado e registraram suas candidaturas. Os eleitores, por sua vez, vão formando os times que torcem e votam por este ou aquele, muito mais preocupados com seus interesses do que com o bem comum.

De qualquer maneira foi dada a largada desta corrida pelo cargo de prefeito e também de vereadores. Ela vai ter um prazo menor de campanha, mas continua tão complexa quanto em edições anteriores com uma imensa regulamentação que ora tem uma aplicação rígida e rápida e outra leniente e lerda.

Outro fato importante no processo vai ser uma utilização das Fake News em uma escala exponencialmente maior que na última eleição. Elas estão muito mais aprimoradas e destrutivas, e conseguem com eficiência espalhar mentiras dirigidas a favorecer este ou aquele candidato, lançando dúvidas sobre a lisura e transparência no processo.

Este ano contamos ainda com um elemento novo: a pandemia, que vai interferir tanto na campanha quanto nas abstenções desta eleição. Seus efeitos já começam a ser sentidos por aqui pois ao mudar as regras sanitárias se altera também a regra do jogo eleitoral com leis nem sempre coerentes. Na terça-feira, por exemplo, ao mesmo tempo que publicamos a ampliação de público para as celebrações religiosas de 30% para 50%, noticiamos a restrição da realização de debates e sabatinas.

E mesmo com todos estes desafios e obstáculos, a campanha eleitoral dá seus primeiros passos. As estratégias de comunicação vão se tornando conhecidas com jingles, vídeos, slogans e imagens de candidatos. O objetivo a partir de agora é arregimentar eleitores e vencer esta corrida que dá o direito de assumir o maior negócio da cidade.