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Editorial: Mais obstáculos na Antônio Heil

O jornal O Município publica hoje uma reportagem sobre a implantação de mais lombadas na Antônio Heil. Agora já chegamos a marca de nove lombadas na área urbana, até a Uvel, e mais dez na parte duplicada, totalizando 19 lombadas e travessias elevadas. Se levarmos em conta que a parte duplicada tem cerca de 20 […]

O jornal O Município publica hoje uma reportagem sobre a implantação de mais lombadas na Antônio Heil. Agora já chegamos a marca de nove lombadas na área urbana, até a Uvel, e mais dez na parte duplicada, totalizando 19 lombadas e travessias elevadas.

Se levarmos em conta que a parte duplicada tem cerca de 20 quilômetros, e na parte urbana 10 km, chegamos a uma média de uma lombada a cada dois quilômetros na parte duplicada e uma lombada por quilômetro na área urbana, desfigurando completamente o projeto.

A duplicação da rodovia é uma reivindicação antiga e foi incluída no programa Pacto por Santa Catarina, lançado em 2013, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A ordem de serviço foi assinada em julho de 2014 com prazo de término em janeiro de 2017.

Assim se sucederam vários obstáculos burocráticos e operacionais na sua execução. Os prazos já foram mudados várias vezes, o consórcio formado pelas empresas Triunfo e Compasa chegou a alegar que não conseguiria dar prosseguimento à obra, e três governadores já prometeram a sua conclusão.

Agora que a obra superou este tipo de obstáculo e está quase pronta (sem levar em conta do trevo de acesso a BR-101 que ainda nem iniciou), começam a aparecer situação inacreditáveis, como a colocação destas lombadas e travessias elevadas.

Esta rodovia foi concebida para que houvesse fluidez e segurança aos veículos, por isso ela não previa lombadas, nem travessias elevadas, nem sinaleiras. Contrariando esta premissa o governo tem “atendido a comunidade” colocando uma lombada atrás da outra, privilegiando a vontade do comerciante local em detrimento dos mais de 25 mil veículos que transitam diariamente na rodovia.

A política de varejo entrou no projeto da rodovia e vai comprometer sua fluidez, segurança e eficiência colocando as lombadas como uma prioridade maior até que sinalização da rodovia, que está precária.

A política de varejo entrou no projeto da rodovia e vai comprometer sua fluidez

Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) avaliou a 486 como “ruim” levando em conta critérios como: estado geral, pavimentação e sinalização. Desde então se observa a continuidade de problemas graves como desníveis e rachaduras. A solução encontrada foi a colocação de placas para reduzir a velocidade ao invés de exigir os reparos dos problemas pelas empresas responsáveis.

No ano passado e início deste ano, várias entidades e poder público já se manifestaram reivindicando a conclusão da obra e a implantação efetiva da sinalização, mas o governo do estado tem feito vista grossa para o assunto.

O desafio agora é, além destas reivindicações, exigir que se cumpra o projeto inicial, admitindo ampliações com trevos e passarelas, e exigindo a retirada de todos os obstáculos da Antônio Heil.

Esperamos tanto tempo por esta obra e não podemos permitir que os interesses de políticos de plantão ajam na surdina, com interesses mesquinhos que vão condenar uma das maiores obras em andamento em Santa Catarina a virar uma malfeita colcha de retalhos.