Editorial: Na defesa da informação
Nesta segunda-feira, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina realizou sessão especial para celebrar os 90 anos da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista, entidade que ao longo de décadas trava batalhas pela defesa do Jornalismo e dos profissionais da imprensa catarinense.
Na sessão, marcada por muitas memórias da evolução e dos desafios enfrentados pela categoria, também foram homenageados os jornalistas que presidiram a ACI, com nomes destacados no cenário estadual, como Moacir Pereira, Ademir Arnon, Osmar Aires Teixeira e Cyro Barreto, que foi o primeiro presidente da ACI.
Débora Almada, atual presidente e primeira mulher a comandar a ACI, relembrou a dura trajetória de quem trabalha para informar a população em Santa Catarina. Nos 90 anos em que a ACI existe, foram enfrentadas ditaduras, censura, violência e pressões diversas, e as atividades da associação chegaram até a ser interrompidas no período do Estado Novo, durante o governo de Getúlio Vargas.
Mas o jornalismo catarinense não se deixou intimidar. Como lembrou a presidente, a democracia sempre esteve no DNA da ACI, assim como a defesa intransigente da liberdade de expressão, presente no estatuto da associação, escrito em 1937.
Hoje, 90 anos depois, é notório que manter a independência e desvencilhar-se das pressões, do partidarismo e das ideologias foi fundamental para a comunicação catarinense. Serviu para construir credibilidade, e nos aproximar daquilo que mais importa: destacar com imparcialidade as coisas locais, o que interessa e é necessário ao cidadão.
O reconhecimento dado à ACI, cuja sessão solene foi prestigiada por autoridades de todos os poderes, é mais do que merecido, e chega em um tempo em que a imprensa, de forma geral, está sob ataques de todos os lados.
De um lado as pressões e as tentativas de que os veículos de comunicação assumam um lado, defendam um ponto de vista, em vez de se manterem independentes e focados apenas nos fatos. De outro, a presença cada vez maior de difusores de desinformação e notícias falsas, que competem com os veículos sérios no mesmo espaço.
Buscamos ser sempre imparciais e independentes, pois essa é e sempre será a nossa vocação, que tem que ser seguida, custe o que custar
Esses perpetuadores de notícias falsas tentam confundir a população, e minar a credibilidade de quem trabalha atrelado à verdade, que precisa enfrentar diariamente a batalha de apurar, pesquisar, comprovar e publicar somente o que é calcado na realidade.
No entanto, o prestígio que a imprensa catarinense detém atualmente mostra que essas tentativas fracassaram, derrotadas pelo apego inabalável de seus representantes à Democracia e ao profissionalismo.
O jornalismo nunca foi tão necessário e tão acionado como atualmente, sobretudo durante os anos vividos em uma pandemia. Com determinação, soubemos escapar de todas as armadilhas colocadas pelo caminho.
Em meio a tantas ideologias, pressões políticas e os ânimos exaltados do ano eleitoral, assim como a concorrência desleal da desinformação, buscamos ser sempre imparciais e independentes, pois essa é e sempre será a nossa vocação, que tem que ser seguida, custe o que custar. Afinal, uma imprensa forte, independente e destemida é pilar fundamental que sustenta a nossa Democracia.