Editorial: Nossa alma na cultura
Editorial: Nossa alma na cultura
- Por Página 3
- 15/07/2022
- 6:00
Na sessão da Câmara Municipal de Brusque do dia 5 deste mês, foi realizada uma sessão ordinária para homenagear a escritora Aline Pozzolo Batista, a Associação Artístico Cultural de Brusque (Assac) e o Sindicato dos Taxistas Autônomos de Brusque com a comenda do mérito.
A iniciativa é louvável em reconhecer o trabalho da escritora, coautora do livro “Peraí, tá estranho esse carinho”, que foi selecionado ao Prêmio Jabuti. Na mesma oportunidade a Assac recebeu a Comenda do Mérito Associativo, pelos 50 anos de relevantes serviços prestados ao município.
Homenagear a Assac é reconhecer o trabalho incansável da presidente da entidade, a professora Eneida Schaefer. Quantas pessoas já passaram pelas suas aulas, quantas vidas mudadas pelo aprendizado de um instrumento, quanta cultura gerada.
Eneida tem mostrado que muito além de seu talento musical é a sua perseverança em preservar a nossa cultura e tradição. No seu discurso não deixou de lembrar do maestro Aldo Krieger que fundou o Conservatório Brasileiro de Música em 1955, semente da Assac. Desde então tem participado de forma vital para honrar este legado.
Uma cidade não são só prédios, ruas e carros. Precisa ter uma alma e o que molda esta alma é a cultura
Sua iniciativa em prol da cultura se junta a outras, de áreas distintas, como a literatura, afinal Brusque tem se tornado um berço de escritores. Eles já lotam uma prateleira inteira em livrarias da cidade, de forma especial, a Livraria Graf. São mais de 150 títulos dos mais variados temas e estilos que dão azo à criatividade de autores e personagens locais.
O proprietário, Eleutério Graf (Telo), além das vendas de livro idealizou também o “Espaço Cultural Graf”, no segundo andar da livraria, que estreou com sua exposição de fotos sete anos atrás. É um lugar privilegiado que Telo tem utilizado para celebrar as mais diversas manifestações culturais com workshops, oficinas, eventos e exposições.
Prestigia desde personalidades tradicionais da cidade, como foi no lançamento do livro Conversas Praianas, de João José Leal no mês passado, até exposições de pinturas surrealistas como a “Ato l”, da jovem artista Marina Roza, que acontece durante este mês.
Uma cidade não são só prédios, ruas e carros. Precisa ter uma alma e o que molda esta alma é a cultura. Sem isso a cidade é somente um monte de tijolos sem sentido. Por este motivo é tão importante o reconhecimento destas pessoas que nos brindam com seus talentos musicais, literários, fotográficos de pinturas e todas as demais artes, que enchem nossa alma brusquense.
Esta alma se acende a cada iniciativa, a cada nota, letra ou quadro pintado florescendo nos talentos de dona Eneida, Aline, Telo, Marina e tantos outros artistas e entusiastas que não deixam esta chama da cultura se apagar.