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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: A novela da vacina

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: A novela da vacina

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Na terça-feira os primeiros brusquenses foram vacinados, conforme matéria publicada em nosso portal e na capa do jornal O Município de quarta-feira. No evento, o senhor Walter Orthmann foi o primeiro a ser vacinado, sendo seguido pelo chefe de gabinete Aurinho Silveira de Souza, pelo secretário de saúde Osvaldo Quirino de Souza e mais seis profissionais de saúde da cidade.

Brusque seguiu a liturgia de outras cidades e fez da primeira vacinação uma cerimônia. Tal iniciativa serve tanto para marcar o início da vacinação quanto para exaltar sua importância, escolhendo pessoas emblemáticas e assim ter maior visibilidade.

Mas mesmo com tanta pompa e circunstância o início da vacinação e só mais um capítulo desta novela que estamos assistindo, ansiando pelos próximos episódios. 

E para entender esta novela, nada melhor que começar pelos primeiros capítulos, com o surgimento do vírus Sars-Cov-2, causador da atual pandemia de Covid-19. Sua proliferação foi rápida e mundial e como estamos acostumados a ter uma solução na prateleira para tudo, todos os países do mundo cobraram da ciência e dos governos uma reposta.

Começou então uma maratona científica que pudesse dar uma resposta adequada à pandemia. China, Rússia, Inglaterra, Índia, Reino Unido saíram na dianteira, anunciando sucesso em suas vacinas ao mesmo tempo que levantaram suspeitas sobre os prazos recordes de sua concepção.

Estas discussões e suspeitas arrefeceram quando a Rússia iniciou a vacinação no dia 5 de dezembro do ano passado. O problema deixou de ser a confiabilidade das vacinas e passou a ser a corrida pela imunização. Naquele mesmo mês, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e mais 46 países aprovaram emergencialmente as vacinas e iniciaram a vacinação. 

Esperamos um alinhamento de interesses, de organização, de logística e comunicação, dando transparência e tranquilidade aos brasileiros

E se a ciência começou a fazer as pazes com a humanidade, o foco virou a gestão que cada governo está desempenhando neste processo. Neste sentido o Brasil está ganhando um capítulo à parte. 

Somos um país familiarizado com processos de vacinação e temos uma rede de saúde capilarizada, tudo para termos um final feliz. Mas aí entra em cena a briga política e ideológica que coloca a casa de pernas pro ar, tal qual aqueles dramalhões mexicanos.

A disputa passa ser quem terá mais visibilidade (com destaque para o embate entre Bolsonaro e Doria) e para isso vale tudo, mentiras, fake news, ataques, discussões, mudança de ideias e de estratégias, deixando até os mais exaltados seguidores atordoados, pois o que se diz agora muda lá na frente.

Este cenário gera mais dúvidas do que certezas, é aquela parte dramática de uma novela, quando não sabemos se o mocinho foge ou se vacina. Ou se o mocinho é o vilão. Ou se o mocinho vai querer assumir a empresa da família com as responsabilidades ou continuar como bon vivant.

Mesmo que noticiamos o início da vacinação, foi só uma amostra pequena de vacinas, simbólica. Não se sabe quando vai vir de novo, nem quantas, nem de quem. Nem no site do governo tem informação sobre uma das maiores e mais importantes campanhas de vacinação da história. Ainda estamos às escuras, com informações fragmentadas aqui e acolá.

Para as cenas dos próximos capítulos esperamos um alinhamento de interesses, de organização, de logística e uma intensa e sistemática comunicação, dando transparência e tranquilidade aos brasileiros. Este posicionamento evitaria estes vácuos de poder, que dão margem a esta chicana. O Brasil merece assistir um final feliz, com todos informados e protegidos.

 

 

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