Editorial: O foco de Érico
Na semana passada publicamos uma matéria sobre a história de Érico Zendron e sua paixão pela fotografia. O impacto da publicação foi enorme, com muita participação e engajamento no portal e nas redes sociais do Jornal.
Para se ter uma ideia, a matéria gerou 456 curtidas na página do Facebook, 274 no grupo do Facebook, mais de 14 mil visualizações e 525 curtidas no Instagram. A publicação também chamou a atenção do empresário Luciano Hang, que gravou três stories sobre o tema.
Toda esta repercussão nos leva a refletir a importância deste cidadão e seu trabalho. Por que um senhor de 93 anos ainda é referência numa atividade e tem um destaque neste mar de informações e reações que recebemos todos os dias?
Conhecendo seu Érico e lendo a matéria pode se concluir que desde cedo ele tinha dedicação pelo seu trabalho. Assim, não via obstáculo em pegar uma câmera emprestada e fotografar o time de futebol ou de ter uma jornada dupla trabalhando na loja de seu pai e como fotógrafo.
Se antes aquela simples foto da praça era só um registro circunstancial, hoje ela é uma memória afetiva, um patrimônio histórico
Também fica claro que sempre foi muito zeloso mantendo seus registros atualizados, o que facilita muito na organização e cronologia dos fatos retratados.
De forma consciente ou não a inovação também sempre fez parte do negócio, seja fotografando locais que os outros não fotografavam, seja gravando vídeos e aprendendo novas tecnologias ainda hoje.
Todas estas características são importantes e fazem parte de uma carreira de sucesso: ser trabalhador, determinado, organizado e inovador, mas o importante, o principal, é ter amor pelo que se faz. O foco de seu Érico talvez não foram as fotos e sim as pessoas, as paisagens, foi o amor a Brusque, cidade que sempre dedicou sua última foto do filme.
Isso sim tem valor, um valor genuíno, que atravessa os anos, as décadas e continua forte, motivando e inspirando gerações. Este foco tão especial vai deixando um legado mostrando que uma só pessoa pode ser o criador e guardião de mais de 60 mil histórias.
É uma vida dedicada a uma causa, a um propósito, que com o passar dos anos foi ganhando uma dimensão maior. Se antes aquela simples foto da praça era só um registro circunstancial, hoje ela é uma memória afetiva, um patrimônio histórico.
Sem este trabalho, estes registros, Brusque seria uma cidade muito mais pobre culturalmente, sem identidade, sem passado. Por isso, cada foto, cada gesto, cada foco de seu Érico nos faz melhores, não só pelo seu rico acervo, mas por todas as lições que nos ensina para mantê-lo vivo e relevante até hoje.