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Editorial: O propósito da mudança

Vivemos em constante mudança. Seja na nossa vida, na forma como trabalhamos ou na forma como vivemos em nossa cidade, a única certeza é a mudança. Algumas mudanças são mais perceptíveis, mais visíveis, outras aparecem de forma mais tímida, mas com grande potencial de impacto futuro. A mais emblemática neste sentido em nossa cidade é […]

Vivemos em constante mudança. Seja na nossa vida, na forma como trabalhamos ou na forma como vivemos em nossa cidade, a única certeza é a mudança.

Algumas mudanças são mais perceptíveis, mais visíveis, outras aparecem de forma mais tímida, mas com grande potencial de impacto futuro. A mais emblemática neste sentido em nossa cidade é a implantação do curso de medicina pela Unifebe.

O assunto, que foi tema do último almoço de ideias realizado semana passada, já foi várias vezes noticia por aqui, sempre no seu lado mais visível. Conhecemos os valores quantitativos envolvidos com a implantação do curso, a estrutura necessária, a quantidade de alunos envolvidos e até o impacto que ele vai gerar em nossa economia.

Mas a grande joia da coroa foi apresentada pelo médico Osvaldo Quirino de Souza, que é o coordenador do curso de medicina. Em seu discurso ele brindou os convidados com o compromisso de formar médicos mais humanizados. 

Sua inspiração veio justamente da frustração em ver, ao longo de 27 anos de atuação no hospital, a transformação do médico, que deixa de ser “aquele aluno que entra puro, casto no curso de medicina, absolutamente ingênuo e cheio de boa vontade de aprender e servir, e se transformava naquele bruto…”.

Quirino entende que esta transformação está relacionada à convivência com outros médicos e que não passa nem pela remuneração nem pelo ambiente de trabalho, é um problema de formação. Por este motivo viu a possibilidade de assumir o curso e ter como propósito de vida mudar esta realidade.

Esta mudança pode sair de ficção e forçar muitos médicos acomodados a deixar suas áreas de conforto e se atualizar

Seu posicionamento é de uma clareza e lucidez surpreendentes. Deixando de lado as vaidades e o corporativismos, Quirino apresenta uma esperança de que a saúde possa mudar e melhorar muito em nossa cidade. 

Sua visão de um médico profissional, acolhedor e humanista vai ao encontro da expectativa da sociedade, que assim como ele não quer ver nenhuma “excrescência” se formar aqui. Ao contrário, a ideia é transformar a Unifebe como referência também em medicina.

Todos nós conhecemos bons médicos que fazem um ótimo trabalho, mas também os relatos de atuação de “médicos brutos” nos chegam as dezenas. Temos exemplos em relatos de familiares, de amigos e até experiências próprias. 

O propósito do curso de medicina, ao diagnosticar este problema e trabalhar numa estratégia para erradicá-lo, com certeza será o grande diferencial da Unifebe promovendo uma verdadeira revolução na formação e conduta dos novos médicos e consequentemente em toda a cadeia de saúde.

Este movimento até lembra a nova série da Globo, Hospital New Amsterdam: Toda Vida importa, aonde o médico idealista Dr. Max Goodwin (Ryan Eggold) quer mudar as regras vigentes e humanizar o hospital. 

Por aqui esta mudança pode sair de ficção e forçar muitos médicos acomodados a deixar suas áreas de conforto e se atualizar para poder acompanhar o ritmo das mudanças, criando um ciclo virtuosos aonde todos ganham. 

Vamos acompanhar e torcer para que estes passos que estão sendo dados pelo doutor Quirino e pela Unifebe sejam realmente efetivos e que, apesar de toda pressão e críticas que vão receber, consigam preservar o bem mais valioso que que temos: nossa saúde.