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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: O valor de uma vida

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: O valor de uma vida

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Em março do ano passado, Antonella Garcia da Cunha Moro, com menos de um ano, foi diagnosticada com Amiotrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença degenerativa que afeta os neurônios motores e que se não for tratada a tempo leva à morte.

Como o tratamento é muito caro, a família recorreu a Justiça para conseguir o medicamento via SUS e também iniciou uma campanha de arrecadação nas mídias sociais. Mesmo conseguindo na justiça o direito ao tratamento a família teve notícias de um novo medicamento que pudesse curá-la.

Mas para isso a família precisaria de R$ 9 milhões e aplicar o remédio antes da Antonella completar dois anos. Parecia uma missão impossível, pelo elevado valor e pelo pouco tempo para arrecadá-lo. Tudo levava a crer que fosse mais uma de tantas campanhas para ajudar pessoas doentes e em dificuldades que nem sempre têm um desfecho feliz. 

Mas Antonella conseguiu um fato extraordinário: sensibilizou as pessoas. A partir daí o que parecia impossível começou a virar realidade. Artistas famosos como Ivete Sangalo, Lucas Lucco, cantor Daniel e Danilo Gentili se engajaram na campanha. O movimento ganhou musculatura com o envolvimento de veículos de comunicação e sensibilizou toda uma cidade, um país. 

No dia 24 e dezembro veio a notícia de que o valor arrecadado tinha sido alcançado. Assim a vida de Antonella valeu R$ 10 milhões e mostrou o quanto as pessoas ainda podem se sensibilizar, podem ser solidárias, podem ser humanas para salvar uma vida.

Como pode ter pessoas que envenenam o rio sem o menor constrangimento. Como podem poluir a natureza e prejudicar a vida de tantos seres humanos?

E se a notícia da Antonella nos deixa esperançoso, a notícia dos despejos criminosos que publicamos na semana passada e nesta nos deixa perplexos. Como pode ter pessoas que envenenam o rio sem o menor constrangimento. Como podem poluir a natureza e prejudicar a vida de tantos seres humanos?

Se de um lado uma coletividade luta por alguém como a Antonella, por aqui alguém prejudica toda uma coletividade. Se a vida humana virou uma causa, por aqui a causa parece que não comove nossas autoridades. Estão passivos, vendo diariamente o rio morrer. Se havia pressa em salvar Antonella, não se tem nenhum sentido de urgência em punir nossos infratores.

Quanto vale a vida humana? Para Antonella valeu R$ 10 milhões a esperança de preservar a vida. Valeu a união, a solidariedade, o propósito. Estes mesmos valores precisamos resgatar por aqui também para não acharmos que a vida de todos que dependem de nosso rio não valha nada. 

 

 

 

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