Editorial: Obras emperradas
As eleições municipais se avizinham e, com elas, a expectativa de que os governantes consigam atender as necessidades e expectativas da população. Nesse sentido, as entidades da sociedade civil, como a Acibr, por exemplo, se organizam para montar um roll de reivindicações que serão pleiteadas aos futuros governantes. No entanto, cada vez que esse movimento […]
As eleições municipais se avizinham e, com elas, a expectativa de que os governantes consigam atender as necessidades e expectativas da população. Nesse sentido, as entidades da sociedade civil, como a Acibr, por exemplo, se organizam para montar um roll de reivindicações que serão pleiteadas aos futuros governantes.
No entanto, cada vez que esse movimento é deflagrado, nos deparamos com situações que se repetem há anos, demandas antigas e ainda não solucionadas, algumas há mais de uma década.
Entre essas demandas, nesta semana tivemos um “avanço”, com a inauguração do Pronto Atendimento 24 horas, uma obra prometida há mais de 10 anos, que iniciou no segundo mandato de Paulo Eccel, e passou por mais cinco prefeitos: Roberto Prudêncio Neto, Bóca Cunha, Jonas Paegle, Ari Vequi e André Vechi, até ser finalmente entregue.
Por mais que haja críticas quanto ao fechamento da Policlínica no Centro, a inauguração é claramente um avanço na saúde pública, tendo em vista que funcionará 24 horas, enquanto a outra estrutura fechava às 22 horas.
O jornal fica feliz em noticiar quando obras finalmente são entregues e, nesta semana, uma outra notícia também trouxe alento à população. A escola João Boos, em Guabiruba, teve sua reforma iniciada. O educandário funciona em parcas condições, de maneira improvisada, e precisa receber uma revitalização e ampliação.
Nesse caso específico, mais do que a falta da reforma, causada pelo abandono da Secretaria de Estado de Infraestrutura, houve um distanciamento por parte da Secretaria de Estado de Educação, e aparentemente isso foi vencido desde a última troca da gestão da Coordenadoria Regional de Educação (CRE), com a vinda de Flávia d’Alonso, e agora ambas as pastas parecem estar em sintonia.
Para o andamento das obras, é preciso haver uma sinergia entre o poder público e a sociedade. A cobrança constante leva os governantes a saírem do campo da promessa e entrarem no campo da realização.
Os dois casos citados são alentos para a sociedade, mas há ainda outros que se mantém na esfera da promessa.
O novo trevo da BR-101, por exemplo, está emperrado há anos, sem que uma licitação seja concluída e nenhuma obra seja iniciada. O Centro de Inovação de Brusque, da mesma forma, voltou praticamente à estaca zero, e o que já foi construído se deteriora pelo abandono.
A barragem de Botuverá, uma promessa de 11 anos, ainda não saiu do papel, embora tenha havido avanço recente, com a aprovação, no Senado, de projeto de lei que altera os limites do Parque Nacional da Serra do Itajaí, uma condicionante para construção da barragem.
Esses são alguns exemplos entre tantas outras obras necessárias e que acabam ficando escondidas por anos a fio, até que alguem decida efetivamente alinhar os interesses e fazer acontecer. Esperamos que essas obras, assim como o Pronto Atendimento e a escola João Boos, consigam seguir o seu caminho e possam atender a nossa população da forma que ela merece.