Editorial: os feriados são um problema?
Uma das principais equações que empresários e empregadores precisam, o tempo todo, enfrentar e resolver, é a proporção entre folgas e dias trabalhados. Os feriados oficiais, municipais, estaduais e federais às vezes criam situações complicadas, ao isolar dias de trabalho entre folgas e sugerir a possibilidade de “emendar” o descanso. Felizmente, a maioria do empresariado […]
Uma das principais equações que empresários e empregadores precisam, o tempo todo, enfrentar e resolver, é a proporção entre folgas e dias trabalhados. Os feriados oficiais, municipais, estaduais e federais às vezes criam situações complicadas, ao isolar dias de trabalho entre folgas e sugerir a possibilidade de “emendar” o descanso.
Felizmente, a maioria do empresariado tem uma visão clara e moderna sobre a necessidade de dialogar com os empregados e encontrar, para cada caso, ramo, situação e período, uma solução que ajude a empresa a se manter competitiva e, ao mesmo tempo, dê a todos o necessário tempo de repouso e lazer.
Há inúmeros estudos que fazem uma relação direta entre produtividade e horários adequados de trabalho. Mas nunca é um problema fácil de encarar e resolver. E exige também, dos empregados, maturidade e compreensão sobre a conjuntura em que a empresa se movimenta.
Este nosso O Município tem publicado reportagens que mostram como vêem e pensam, à respeito do assunto, entidades e profissionais.
Quem sabe seja possível aproveitar os feriados para pensar numa forma inteligente e produtiva de encontrar o equilíbrio e a boa convivência
Ainda que o “excesso” de feriados não seja um problema apenas brasileiro, os problemas criados são, em geral, locais. Mesmo diante da fixação de datas sobre as quais empresários e empregados têm pouco a fazer, talvez seja possível administrar essas questões com um pouco mais de bom senso.
Vamos pegar um exemplo próximo, desta época carnavalesca. A segunda-feira é feriado aqui em Brusque, mas dia normal de trabalho em Guabiruba, Botuverá, Nova Trento e São João Batista. E só Guabiruba faz feriado na terça-feira. Cidades próximas, com grande integração, essa dualidade cria problemas para quem mora aqui e trabalha lá ou mora lá e trabalha aqui no caso dos transportes públicos. Ou o caso de quem, num dia de trabalho, precise algum contato ou informação do vizinho, que está de folga.
Com o crescimento do estado e das cidades, cada vez mais as fronteiras municipais ficam restritas a uma convenção geográfica ou administrativa e o normal acaba sendo conurbar regiões cada vez maiores. Unificar os dias trabalhados (ou os feriados) nessas regiões onde ocorre grande integração, poderia reduzir a gravidade de um problema, por si só, complicado. E em datas em que isso seja impossível, pelo menos ajustar os serviços essenciais, como o transporte coletivo, para atender a demanda e não impedir a ida, ou a volta, ao trabalho.
A propósito, aqui na região, em junho, ocorrerá uma outra situação que vai desafiar a todos: Botuverá faz aniversário dia 9, terça, Guabiruba dia 10, quarta e dia 11, quinta, este ano, coincide com o feriado nacional de Corpus Christi. O dia dos namorados, data importante para o comércio estará ali, na sexta, espremida entre feriados e o fim de semana. E sempre que o feriado municipal não coincide com o feriado bancário, surgem novas dificuldades. Como ficam as datas de vencimento dos boletos?
Quem sabe seja possível aproveitar os feriados para pensar numa forma inteligente e produtiva de encontrar o equilíbrio e a boa convivência, entre o descanso e o trabalho.