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Editorial: Pedidos para o Pelznickel
Estamos em contagem regressiva para o Natal e nesta última edição antes da data gostaríamos de escrever uma carta para o Pelznickel. O leitor pode achar estranho escrever uma cartinha para este ícone cultural local ao invés do Papai Noel, mas temos nossas razões para esta mudança. Primeiro porque temos escrito quase a mesma carta […]
Estamos em contagem regressiva para o Natal e nesta última edição antes da data gostaríamos de escrever uma carta para o Pelznickel. O leitor pode achar estranho escrever uma cartinha para este ícone cultural local ao invés do Papai Noel, mas temos nossas razões para esta mudança.
Primeiro porque temos escrito quase a mesma carta para o Papai Noel todo ano e ele não tem nos dado atenção. Pedimos reiteradamente a construção da barragem de Botuverá; a conclusão da duplicação da Antônio Heil, que foi novamente prorrogada; a conclusão da terceira subestação da Celesc; a conclusão do Centro de Inovação, que está quase, mas ainda não foi concluído; e assim vai a lista.
A segunda justificativa é a de que o Pelznickel é mais real, pois em fevereiro foi certificado pelo Ministério da Cultura e neste mês virou patrimônio cultural de Guabiruba, por meio de projeto de lei aprovado na Câmara de Vereadores, enquanto o Papai Noel não tem nenhuma deferência neste sentido.
Outra vantagem é que o Pelznickel está mais perto, em Guabiruba, já no caminho para Brusque, enquanto o Papai Noel mora no Polo Norte e não tem residência fixa por aqui.
Por fim, o Papai Noel tem mais um apelo comercial, se apresentando como o bom velhinho, voltado a atender majoritariamente as cartinhas de crianças, enquanto o Pelznickel é mais “raiz”, querendo resolver o mal comportamento na base do susto, com vitalidade.
Assim justificamos a mudança dos pedidos para que alguém resolva nossos problemas na base da bala, diga-se, na base do chicote, ao invés de apelos emotivos.
O pedido seria um só: para que ele venha morar em Brusque. Vivendo aqui poderia acompanhar mais de perto as notícias do jornal O Município e tomar alguma atitude a respeito.
Um lugar para ele morar que combinaria bem com sua aparência amedrontadora seria o casarão Schaefer, que fica bem no centro da cidade. Talvez só assim alguma autoridade olharia para aqueles escombros e tomaria uma atitude que devolva a beleza ao centro da cidade.
E, se parece utópica esta situação, ela é mais plausível que escrever a carta para o Papai Noel, pois infelizmente aprendemos muito mais pela
dor que pelo amor
Mesmo vindo como convidado, não daria para achar aquela boquinha na prefeitura, que está no limite do valor da lei de responsabilidade fiscal e já cresceu 350% em nove anos.
Assim, para manter-se ocupado, o Pelznickel poderia participar, como voluntário no Observatório Social, no acompanhamento das obras da prefeitura. Com certeza ia espantar muitas empreiteiras corruptas e oportunistas que fazem obras bem mais feias que ele.
Também poderia participar de uma sessão da Câmara de Vereadores e perguntar por que ninguém quis falar este ano sobre a falta de fiscalização, sobre os despejos criminosos que poluem o rio Itajaí-Mirim.
Este seria um tema que o Pelznickel arrastaria a corrente, pois tanto ele como nós dependem do meio ambiente e especialmente da água para viver. Se falássemos para ele que tem vereador até fazendo lobby para liberar empresas poluidoras a operaram na Cristalina, perto da futura estação do Samae, aí o bicho literalmente enlouqueceria.
Para acalmar os ânimos, poderíamos apresentá-lo ao marreco, mascote do Brusque, e ver se os dois seriam pé-quentes na torcida pelo clube na Copa do Brasil. Talvez, com uma força da natureza a mais, o time possa ter resultados melhores na competição do que em outras temporadas.
E se ele gostar desta nova vida, poderia convidar seus irmãos e amigos para virem também À cidade. Cada um poderia morar em um bairro de Brusque e, em parceria com a polícia, dar uma ronda à noite. Garanto que os índices de roubo e criminalidade iriam baixar muito, afinal ele anda armado e adora espantar quem não se comporta.
E, se parece utópica esta situação, ela é mais plausível que escrever a carta para o Papai Noel, pois infelizmente aprendemos muito mais pela dor que pelo amor.
Esta é psicologia intrínseca ao Pelznickel e que trouxemos como reflexão neste editorial. Quem sabe nosso pedido sejam atendidos e no próximo ano teremos uma mudança total em nossa pauta de solicitações.