Editorial: A solidariedade aquece o coração
Sempre que essas ondas de frio extremo fazem tremer o Sul do Brasil, deveríamos acordar para a situação daqueles que não têm como se proteger dos rigores do inverno.
Talvez porque o período de calor dure mais tempo, talvez porque em regiões como a de Brusque os verões são extremamente quentes, o fato é que só nos lembramos que aqui também pode fazer frio quando os termômetros baixam e somos obrigados a recorrer aos agasalhos (em geral esquecidos no fundo de algum armário desde o inverno passado), para poder sair à rua.
Muitos moradores da nossa região, contudo, não têm sequer armários, quanto mais casacos e agasalhos “esquecidos” por lá. É para ajudá-los e mostrar que a nossa comunidade ainda tem um sentimento de humana solidariedade e de generosa preocupação com o bem estar de todos, que é montada uma verdadeira rede de apoio e socorro, pelos projetos sociais e várias entidades.
Felizmente, são várias as organizações que preocupam-se em amenizar os efeitos do frio entre aqueles que têm maiores dificuldades
Mas esse esforço, para ser ainda melhor sucedido, precisa de todos nós. Quanto mais gente acordar para a necessidade de procurar essas iniciativas e encontrar formas de colaborar, melhor para toda a cidade. Não só porque será possível ajudar a mais famílias, mas principalmente porque vai demonstrar que sabemos o significado da empatia e temos calor em nossos corações.
Os leitores deste nosso O Município acompanharam, desde a segunda metade de maio, projetos como o do Tiro de Guerra, que mesmo antes dos termômetros chegarem às marcas espantosas desta semana, tratavam de arrecadar os quase 5 mil agasalhos que, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Social, foram levados às famílias mais vulneráveis.
E, felizmente, são várias as organizações que desenvolveram e desenvolvem esforços desse tipo na região. Ligadas a igrejas ou a instituições leigas, preocupam-se em amenizar os efeitos do frio entre aqueles que têm maiores dificuldades, moram em situação precária e nem sempre conseguem se alimentar adequadamente.
Cabe ao cidadão de Brusque e da região, engajar-se em algum desses esforços. Seja oferecendo tempo, para ajudar, seja oferecendo agasalhos. O número de famílias que precisa dessa ajuda é grande.
Segundo as entidades que estão atuando nessa área, “a demanda tem sido crescente”, daí a importância de não ficar indiferente. A indiferença é uma espécie de vento frio no meio da noite de inverno. Com a diferença que, em vez de assobiar nas janelas da casa, sopra dentro do peito: enrijece o coração e atrofia a alma.