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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Somos 141 mil

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Somos 141 mil

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Na semana passada foram divulgados os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). A coleta, realizada mais de dez anos após a edição anterior da pesquisa, aponta que Brusque chegou a 141.385 habitantes, um aumento de 34% em relação ao Censo de 2010.

Seguindo a tendência nacional, esse número foi considerado abaixo da expectativa, não só em Brusque, como também nas cidades vizinhas. No Brasil, por exemplo, esperava-se uma população de 214 milhões, e a contagem atualizada chegou apenas a 203 milhões.

Conforme já divulgado anteriormente, os números claramente estão defasados. Confrontados com as bases de dados de atendimentos em saúde e assistência social das prefeituras da região, é evidente que a população real é maior do que a divulgada pelo IBGE.

Uma das justificativas para a defasagem é de que muitas pessoas se recusaram a atender os recenseadores, impedindo, dessa forma, que se fizesse uma coleta de dados mais completa e eficiente.

Esse crescimento populacional abaixo do esperado registrado em Brusque acompanha o cenário nacional. De acordo com o IBGE, o crescimento médio anual da população brasileira atingiu a menor taxa desde 1872, quando foi realizado o primeiro Censo. Entre 2000 e 2010, o crescimento da população foi de 1,17% a cada ano. Hoje, o crescimento da população foi reduzido a uma taxa anual de 0,52%.

Além do crescimento vegetativo mais baixo, também há a percepção de que é possível que tenha havido uma redução na migração, que sempre foi um grande fator de desenvolvimento de Brusque.

Esse cenário vai impactar diversos setores, tais como habitação, saúde, transporte e educação. Os governos federal e estadual seguem as estatísticas oficiais de população para destinação de certos tipos de recursos, principalmente para saúde e assistência social. Se a população real é maior do que a que está no papel, naturalmente haverá uma defasagem de recursos.

Esse cenário vai impactar diversos setores, tais como habitação, saúde, transporte e educação

As novas estimativas populacionais também pode trazer consequências políticas: os números do IBGE são a base para a definição do número de cadeiras que cada estado tem no Congresso Nacional, e, havendo vontade política, podem ser recalculados.

A conta atualizada indica que Santa Catarina ganharia três vagas na Câmara dos Deputados, passando de 16 para 19 representantes. Também abre espaço para que seja proposto aumento do número de vereadores nos municípios.

Com isso, a redução da população, que deveria ser um fato normal, se torna uma situação problemática, à medida que mexe na configuração atual do modelo federativo.

 Há também a questão de que a população ativa está diminuindo: há mais idosos e pessoas aposentadas, e menos pessoas disponíveis para o mercado de trabalho. Essa redução da população economicamente ativa em relação à inativa acontece de maneira acelerada no Brasil, e também trará consequências em breve.

Hoje, somos 141 mil moradores de Brusque. Tínhamos a pretensão e a expectativa de sermos mais, mas os números acabaram acompanhando a tendência nacional de menor crescimento vegetativo. Mesmo assim, devemos buscar soluções para este novo desafio de menor crescimento com desenvolvimento e qualidade de vida.

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