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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Todos na Escola

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: Todos na Escola

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Com este nome o governo de Brusque lançou na semana passada o projeto que objetiva diagnosticar e promover alternativas para inserir as crianças na escola e combater à evasão escolar.  A iniciativa vai contar com um trabalho conjunto das Secretarias de Educação, Saúde e Assistências Social em parceria com o Conselho Tutelar de Brusque.

Segundo a secretaria de educação, Eliani Aparecida Busnardo Buemo, a intenção é diagnosticar os problemas para que as famílias e crianças sejam acompanhadas pelos profissionais da Saúde, Educação e Assistência que trabalham em conjunto com o conselho para unir forças e não deixar nenhuma criança fora da escola.

Este tema é oportuno e necessário, afinal, a evasão escolar é um drama nacional. Estamos entre os países com o pior desempenho neste quesito. Segundo pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), feita entre 2014 e 2015, temos 12,9% de evasão do ensino médio, 12,7% na 2ª série do ensino médio, 7,7% no 9º ano do ensino fundamental e 6,8% na terceira série do ensino médio. 

As causas são as mais variadas. Nos primeiros anos o transporte escolar é um dos principais motivos. No ensino médio é a falta de interesse. A situação econômica também influencia muito, levando jovens ao mercado de trabalho sem ter concluído os estudos. Aliado a isso temos um modelo educacional marcado pelo subfinanciamento e desperdício de recursos, além de desmotivação de boa parte dos estudantes e professores.

Este sistema produz números assustadores, como mostrou um levantamento da revista Isto É, em abril do ano passado. 52% dos brasileiros entre 19 e 25 deixaram de estudar, não se dedicam à escola como deveriam ou estão atrasados na formação; 62% não estudam no ano adequado à sua idade, um em cada quatro brasileiros entre 15 e 17 anos abandona os estudos anualmente.

A evasão começa cedo, na infância, e vai virando uma bola de neve que leva a uma multidão de brasileiros à ignorância, à margem da sociedade

Assim, a evasão começa cedo, na infância, e vai virando uma bola de neve que leva a uma multidão de brasileiros à ignorância, à margem da sociedade. A evasão condena o futuro digno do cidadão, fora de uma formação e de oportunidades.

Nesse sentido, mesmo que Brusque esteja numa situação mais favorável do que a nacional, é louvável a união de forças entre as secretarias e o Conselho Tutelar para fazer frente ao problema objetivando garantir a todos os brusquenses um futuro melhor.  

Além de ser uma “ação para fazer valer o direito das nossas crianças e adolescentes em relação à educação” como afirmou a secretária Eliani, é um dever de toda sociedade assegurar que este direito seja exercido.

E para cumprir esta missão o projeto de Brusque é inédito e pioneiro. Ele conta com a base do sistema da Unicef, mas foi adaptado à uma ação mais ampla, que contempla, com efetividade, a realidade local. 

O projeto já está chamando a atenção e sendo analisado como o sistema oficial que o Tribunal de Contas quer recomendar para todos os demais municípios de nosso estado. 

O enfrentamento deste problema nos deixa otimistas e pode ser o início de uma verdadeira revolução. Por isso toda a sociedade deve estar comprometida e ajudar nesta caminhada. Ela começa pela inclusão, participação e evolui para a construção de um cidadão pleno. Brusque pode ser novamente um exemplo neste sentido, mostrando que com a união de esforços e determinação, não deixamos nossas crianças sem educação. 

 

 

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