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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: A tradição de finados 

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: A tradição de finados 

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Na terça feira, enquanto muitas pessoas curtiram o feriado em casa, muitas outras foram aos cemitérios da cidade para rezar por seus entes queridos. O tempo ajudou e os cemitérios e celebrações tiveram um movimento intenso, conforme publicamos em nosso portal e na edição de quarta-feira.

O Dia de Finados é uma tradição em Brusque e como tal tem todo um cerimonial envolvido. Começa pela preparação do túmulo, onde algum familiar assume a tarefa de deixá-lo limpo para o dia. É o asseio para aquele que não vive mais em nosso meio mas precisa estar com este “lar” limpo. 

 Também tem a colocação de flores que precisam “combinar” com a ocasião. Quando mais natural e mais florido o túmulo, mais é demonstrado os sentimentos de amor e carinho com o familiar que partiu.

O próprio túmulo é um sinal de nossa cultura, pois assim como precisamos ter uma casa para morar em vida, toda família tradicional de Brusque tem seu lote para ser colocado quando morrer. Muitos inclusive já deixam tudo pronto, a seu gosto, e não querem incomodar a família com esta questão quando partir.

E como no cemitério todos compartilham o mesmo terreno, as comparações são inevitáveis e um túmulo bonito, bem ornamentado, também pode representar um status social. Esta cultura já foi mais intensa, hoje perdeu força e não se vê muita suntuosidade nos novos jazigos. 

Os cemitérios, lugar tão temido, também precisam ser lembrados, cuidados e preservados

A relação dos cemitérios com a cultura é muito antiga. Eles são fontes de estudo de história, arquitetura, costumes e religiões e aqui em Brusque não é diferente. Podemos visitar os fundadores da cidade, os empresários e políticos proeminentes, andando pelos jazigos, viajando pela história.

Assim, mesmo sendo este um assunto um tanto desconfortável, muitos cemitérios viraram pontos turísticos, movimentando o chamado turismo cemiterial. Ele tem como foco principal a exploração do patrimônio artístico e arquitetônico, mas também objetiva a busca de personalidades que mesmo depois de mortas continuam sendo veneradas.

Neste sentido, o cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, é um dos principais pontos turísticos da cidade, assim como o Père-Lachaise, em Paris, fundado pelo próprio Napoleão Bonaparte. No Brasil, o Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro e o Cemitério da Consolação em São Paulo tem atraído cada vez mais interessados, tanto pela história e arquitetura quando pelas personalidades que foram enterradas lá.

Os cemitérios de Brusque estão longe destas referências, mas ainda atraem muitas pessoas. A motivação é diferente, mais voltada para a religiosidade, sem deixar de ter um cunho social, principalmente no Dia de Finados, onde viram ponto de encontro entre os familiares vivos que aproveitam a ocasião para colocar a conversa em dia. 

Por todos estes motivos, os cemitérios, lugar tão temido, também precisam ser lembrados, cuidados e preservados. Eles são as referências de onde viemos, através de nossos ancestrais, e para onde iremos. 

Mas enquanto isso vamos mantendo a tradição de finados, rezando e cultuando nossos entes queridos que partiram, e sendo, ao menos por enquanto, só a visita nos cemitérios.

 

 

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