Editorial: Uma morte e o debate
Os ciclomotores, bicicletas e patinetes elétricos estão circulando há bastante tempo, e agora começam a se tornar representativos no contexto do trânsito de Brusque. Nesta semana, com pesar publicamos a morte de uma adolescente de 14 anos, que era passageira em um patinete elétrico que colidiu na lateral de um caminhão em Brusque. O assunto, […]
Os ciclomotores, bicicletas e patinetes elétricos estão circulando há bastante tempo, e agora começam a se tornar representativos no contexto do trânsito de Brusque. Nesta semana, com pesar publicamos a morte de uma adolescente de 14 anos, que era passageira em um patinete elétrico que colidiu na lateral de um caminhão em Brusque.
O assunto, que estava praticamente adormecido até o momento, ganhou relevância novamente após a tragédia. Discussões esporádicas foram feitas, mas nada que efetivamente servisse para a implantação de políticas públicas para regular o tema.
Sem regramentos, o casos está instaurado. Cada pessoa entende que pode agir da maneira que achar melhor e, dessa forma, vemos veículos andando na contramão e nas calçadas condutores sem equipamentos de proteção e fazendo manobras perigosas, entre outros tipos de irregularidades.
Os condutores desrespeitam as leis e a sinalização, e agem como se estivessem à margem, ou até mesmo acima das leis feitas para os veículos convencionais.
Outro ponto importante é que boa parte dos condutores são crianças e adolescentes, que não têm a idade e a maturidade necessária para andar no trânsito de Brusque. Eles não têm prática e orientação suficiente para se aventurarem pelas ruas com esses veículos. Há, ainda, a responsabilidade dos pais, que permitem que os filhos, sem qualquer qualificação, andem com patinetes elétricos no meio do tráfego pesado.
Essa discussão permaneceu tímida até que houve a trágica morte, a qual lamentamos profundamente. Ficamos extremamente consternados pois o acidente, talvez, pudesse ter sido evitado, se o debate sobre os ciclomotores tivesse sido iniciado mais cedo.
Neste ano, efetivamente, é que a discussão começou de fato, com a aprovação de um projeto de lei capitaneado pelo vereador Paulinho Sestrem, para estabelecer regras para esses veículos. Recentemente, a prefeitura anunciou também a realização de uma audiência pública para discutir o tema.
Exemplos dos problemas da falta de regras não faltam. Cidades próximas, como Itapema, Penha e Balneário Camboriú já registraram acidentes e até mortes envolvendo patinetes e bicicletas elétricas.
O fato que a morte ocorrida em Brusque agora suscita uma discussão mais séria, mas que acontece de forma tardia. Parece que temos que esperar algo grave acontecer para começar a discutir a solução do problema.
É latente a necessidade de uma regulamentação para inserir esses condutores nas regras do trânsito de Brusque. Se nada for feito, mais acidentes e tragédias certamente vão acontecer. O jornal reitera a importância dessa audiência pública, e deseja que se consiga chegar a um consenso para regulamentar o tráfego dos veículos ciclomotores no trânsito de Brusque, e evitar novos casos fatais.