Educação de Jovens e Adultos certifica 130 estudantes, em Brusque
Cerimônia foi realizada nesta terça-feira
Nesta terça-feira, 17, 130 estudantes da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Eja) do Sesi Senai de Brusque concluíram a educação básica. Eles participaram do curso profissionalizante, quando ensino recebe a qualificação voltada ao campo profissional. E nesta quarta-feira, 18, a formatura teve continuidade no Centro Empresarial de Brusque (Cescb), com mais de 96 formandos pela Nova Eja.
O gerente-executivo do Sesi Senai no Vale do Itajaí-Mirim, Roberto Zen, avalia que os resultados das oportunidades geradas pela Eja são diferentes de qualquer outra formação. “Das modalidades de ensino a que tem o impacto social mais forte é a educação de jovens e adultos”, afirmou.
Ele reforçou o papel do trabalho de professores e equipe dedicada ao projeto para reduzir as distorções na escolaridade dos alunos.
Zen destaca a baixa evasão constatada em Brusque. Enquanto a evasão do programa Eja no estado chega aos 55% e aos 30% em outras regiões atendidas pelo Sesi Senai, a cidade mantém o índice em 5%.
Neste ano, a presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) e do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento (Sindivest), Rita Cássia Conti, foi escolhida como paraninfa do grupo de alunos. Ela afirmou estar honrada pela oportunidade de representar o meio empresarial, além de reconhecer a importância da formação dos atingida pelos estudantes.
Segundo Rita, a credibilidade do Sesi Senai também serve como um reforço para os recém-formados na busca por vagas de trabalho e a Eja também atende uma necessidade local.
“Temos uma defasagem no dia a dia de nossas empresas e percebemos que existem migrações de profissões”, citou. Segundo ela, setores como o têxtil e a indústria metal mecânica apresentam dificuldades na formação de novos profissionais.
Outro reflexo apontado pela representante com a formação dos alunos da EJA é a possibilidade de um aumento da produtividade das indústrias locais. Segundo ela, a participação e o reconhecimento representam o apoio do meio para a qualificação.
Oportunidades
Entre as mudanças de vida ao longo do curso poucos terão mais lembranças do que o aniversariante do dia e formando, Juvelino Zacarias, 39 anos. O trabalhador do setor de tinturaria, buscou uma oportunidade de melhorar de vida em Brusque.
Inconformado com a dificuldade de entender os diferentes idiomas que escutava no período que atuou em churrascarias em São Paulo, Zacarias resolveu retomar os estudos na cidade, quase dez anos depois. Havia deixado a sala de aula em 2008 e, na época, ainda não havia terminado o ensino básico. O processo exigiu sacrifícios devido à rotina profissional e exigência de atividades escolares, mas ele se diz realizado.
A felicidade e as mudanças não ficaram somente no campo acadêmico e profissional. Foi durante o período do curso que ele conheceu a esposa Marilde Inês Pereira. Do relacionamento nasceu a pequena Emily.
“Eu não imaginava nem metade disso, nem que fosse ter o diploma hoje. Agora eu espero me aprimorar mais, fazer mais cursos, estudar, melhorar no meu trabalho. O que eu puder fazer, vou fazer”.
Aprender para ensinar
Outra aluna que celebrou a formatura foi Bruna Cristina de Melo, 27 anos. Com o término do ensino médio ela aguarda o próximo ano letivo para dar início em sua graduação. A moradora do bairro Volta Grande deve cursar de Pedagogia e sonha ajudar crianças no processo de aprendizagem.
Antes da Eja ela havia estudado até os 16 anos. Precisou deixar a escola por problemas durante a gravidez da filha Sofia, de cinco anos. A retomada exigiu a superação da desconfiança e desafios, mas ela afirma que a oportunidade foi uma ajuda.
“Perdi várias vezes oportunidades de emprego por não não ter finalizado o ensino médio e fui percebendo que precisava voltar a estudar. Quando eu voltei a estudar foi voltando a vontade de ir além”, resumiu.