EEB João Boos convive com adaptações e improvisações enquanto aguarda lançamento de nova licitação
Empresa que começou os trabalhos em 2022 teve contrato rescindido
A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Brusque, informou que o novo edital para reforma e ampliação da EEB João Boos está em fase final e deve ser lançado até o fim de novembro, prazo que encerra nesta quinta-feira, 30.
A SED rescindiu em abril o contrato com empresa ESE Construções, de Palhoça, responsável pelas obras na EEB João Boos, em Guabiruba. A alegação do governo estadual foi que a medida tem como objetivo o “correto andamento da obra que será entregue à comunidade”.
A Secretaria identificou erros de leitura do projeto, ritmo lento da obra e, em certos momentos, abandono. A SED informa também que já está acionando a segunda colocada no processo licitatório para dar andamento ao processo em caráter de urgência.
A empresa ESE Construções, de Palhoça, foi a vencedora da licitação para realizar a aguardada reforma da João Boos em janeiro do ano passado. A proposta vencedora foi de R$ 4,38 milhões. Na nova licitação, o valor deve subir para mais de R$ 6 milhões
A segunda colocada na licitação é a Salver, de Araranguá, com um orçamento de pouco mais de R$ 650 mil a mais. A empresa, porém, decidiu não tocar a obra após ser informada.
Situação atual
O longo imbróglio que envolve a João Boos fez com que a diretoria realizasse uma série de adaptações nos últimos anos, inclusive funcionamento de turmas em outros endereços. Atualmente, apenas cinco salas estão disponíveis. O ginásio teve que ser utilizado também para outras estruturas, incluindo uma outra sala, refeitório e depósito. Atualmente, as atividades esportivas estão sendo realizadas dentro da estrutura, mas, no ano passado, os alunos chegaram a ficar um período sem poder utilizá-la para esse fim. A escola ainda montou uma cozinha improvisada devido às limitações estruturais.
Uma parte da escola está interditada por causa da fragilidade da estrutura. De acordo com a diretoria da João Boos, a empresa palhocense que iniciou os trabalhos deixou adiantado a parte da reforma desta área, que a nova responsável pela obra, quando definida, deve liberar em pouco tempo. Isto, porém, deixou a escola com aspecto de canteiro de obras, mas sem avanço e perspectiva de melhorias para uma comunidade escolar já exaurida pela quantidade de promessas que não foram cumpridas.
A João Boos é uma de duas escolas do município que atende Ensino Médio e atualmente atende cerca de 460 alunos. Outra medida que a unidade tomou nos últimos anos foi a abertura de turmas no período vespertino para que fosse possível atender todo o volume de alunos.
“É uma expectativa muito grande para os alunos e a diretoria. A equipe se esforça ao máximo para manter um ensino de qualidade, a gente merece um ambiente de trabalho muito bom, melhorado 100%. E é uma espera longa, né? Mas eu tenho fé, eu acredito que uma hora vai sair”, diz, esperançosa, Lenir Jost Lofhagen, gestora escolar.
Longo histórico
As reformas na escola iniciaram em março do ano passado e foram paralisadas em agosto, retomadas e depois paralisadas novamente em setembro. Entre os moradores e também no poder público, surgiu a suspeita de que a obra poderia ter sido abandonada pela empresa que estava prestando o serviço.
A expectativa da população sobre a reforma da escola João Boos vêm de mais de uma década, e a população e o poder público da cidade batalharam desde então para que ela fosse efetuada. Em 2013, estava encaminhada uma reforma na instituição, mas as coisas se complicaram durante visita do governador Raimundo Colombo, que sugeriu que o projeto de reforma fosse substituído pela construção de uma estrutura nova.
Além da situação precária de um bloco, que foi interditado em 2021, a escola já vinha sofrendo com problemas de estrutura há muito tempo. Aparelhos de ar-condicionado comprados através de emenda parlamentar e instalados nas salas, por exemplo, nunca foram utilizados por problemas na rede elétrica.
O projeto aprovado previa a construção de área de 2,18 mil metros quadrados, com um novo bloco três, acesso coberto às áreas esportivas e campo de futebol. Os blocos um e dois, o refeitório e o ginásio de esportes seriam reformados, totalizando área de 2,9 mil m².
“A coordenadoria hoje não nos coloca várias informações, mas não temos datas. Apesar de todo o imbróglio de todos os outros governantes anteriores, tivemos ano passado a infelicidade de uma empresa que não cumpriu com o que era necessário. Infelizmente faz parte de obras públicas. Mas esperamos que o governo atual cumpra o que prometeu, já no seu primeiro ano de administração”, destaca Thomaz Nagel, assessor da direção da João Boos.
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