“Ela não tem que estar no cárcere, mas no hospital de custódia”, diz defesa de Rozalba

Ao fim de sua fala, advogada pediu perdão à família de Flávia

“Ela não tem que estar no cárcere, mas no hospital de custódia”, diz defesa de Rozalba

Ao fim de sua fala, advogada pediu perdão à família de Flávia

Quase 12 horas após iniciar o julgamento de Rozalba Grime, nesta quarta-feira, 24, a advogada de defesa, Bruna dos Anjos, apresentou sua tese aos jurados. Rozalba é julgada pelo assassinato da grávida Flavia Godinho Mafra, em agosto do ano passado em Canelinha.

Ela iniciou afirmando que não está defendendo o crime cometido por Rozalba, pelo contrário. “Se tem o entendimento que só a acusação tem o direito de se indignar com um crime como este. Eu também me indigno. Aqui, o objetivo do Ministério Público é desequilibrar, desestabilizar”.

A advogada sustenta a tese de que Rozalba tem traços de psicopatia e, por isso, deve ir para um hospital psiquiátrico. De acordo com a defesa, o laudo que aponta a sanidade mental de Rozalba não é suficiente.

“Ela tem inúmeras características de psicopatia, mas é mais fácil punir. Ela é uma mentirosa nata, que ludibriou todo mundo. O laudo foi feito baseado em uma hora e meia de conversa com ela”, afirma.

“Ela não tem que estar no cárcere, mas no hospital de custódia. Se ela entra num hospital de custódia, só sai morta porque não dá pra mudar essa mente. Não dá pra acreditar em nada que ela diz”, completa.

Em sua tese, a advogada trabalha para reduzir as qualificadoras do crime cometido por Rozalba.

Uma delas é feminicídio. “O que houve foi um femicídio e não um feminicídio. Feminicídio é discriminar, desprezar a condição de mulher. Em nenhum momento ela manifestou o desejo de matá-la por ser mulher. Ela matou porque queria o bebê, e pelas condições biológicas, só mulher pode gerar”.

Bruna também refuta a qualificadora de que Rozalba assumiu o risco de matar o bebê quando decidiu retirá-lo do útero de Flávia.

“Ela não assumiu o risco de matar a criança, de matar o sonho da vida dela que era ser mãe. Sonho pelo qual ela tirou uma vida”, destaca. “Não é porque é indignante que eu preciso tratar com injustiça”, completa.

Ao fim de sua fala, com a voz embargada, a advogada pediu perdão à família de Flávia.

“Peço perdão a vocês, mas não posso deixar que esmaguem o direito penal ou a criminologia”.

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