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Eleição em Botuverá: “A barragem por si só não é a solução”, diz Victor (PP); veja entrevista

Entre outras propostas, candidato defende construção de nova área industrial para geração de empregos

Nome de urna: Victor (PP)
Candidato a vice: Kaio (PP)
Coligação: Renovação, é Hora de Mudança (PP e PSD)
Número de urna: 11
Idade: 38 anos
Profissão/ocupação: contador

O candidato Victor (PP) é vereador em Botuverá. Ele concorre ao cargo de prefeito pela coligação Renovação, é Hora de Mudança, formada por PP e PSD. O candidato a vice na chapa de Victor é Kaio (PP). Ao jornal O Município, ele falou sobre propostas e ideias para o mandato. Veja a entrevista abaixo.

Anualmente, as chuvas que atingem Botuverá e enchem o rio afetam diversos moradores, sobretudo da margem esquerda, que ficam ilhados. Quais obras pretende realizar para minimizar os danos?

Hoje, já existe a construção de uma ponte para aquela margem. No nosso entendimento, essa ponte já deveria ser feita em um ponto estratégico para o futuro desvio do trânsito do Centro. Vamos trabalhar na construção dessas pontes para, futuramente, mudar o trânsito da rodovia.

Observamos ações que o governo do estado está fazendo que geram uma boa melhoria: dragagens de rio. Vamos fazer o leito do rio voltar a ser o que era anos atrás. Hoje, há muitos sedimentos que acabaram levantando o leito do rio. Vamos focar na construção de pontes e na dragagem do rio em parceria com o governo do estado.

O hospital mais próximo de Botuverá fica no bairro Dom Joaquim, em Brusque, o que gera um deslocamento considerável por parte dos moradores quando precisam de atendimento de urgência e emergência. O que pretende fazer para melhorar o acesso dos moradores ao sistema de saúde?

Construir um hospital na cidade seria um gasto inviável para os padrões do orçamento do município, mas tentaremos trazer mais a parte de exames. Quanto a urgência e emergência, temos o Hospital Dom Joaquim, que é próximo e não nega atendimento, mas o hospital referência é o Azambuja. Eles mesmos (Dom Joaquim) indicam levar [pacientes] até o Azambuja.

O Hospital Dom Joaquim presta o serviço de “porta aberta” a Brusque, para urgência e emergência. Queremos ver o que podemos fazer juridicamente com esse contrato, para que possam sair recursos do município para que [o atendimento] fique mais próximo com o Dom Joaquim, desafogando o Azambuja com um hospital mais próximo para atender a população de Botuverá, o que já melhoraria bastante.

Conforme os anos se passam, as tradições ítalo-bergamascas de Botuverá, como o dialeto, estão se perdendo. Qual sua proposta para manter viva a cultura italiana do município por meio de iniciativas do poder público?

O poder público precisa investir em artistas e tradições locais. A Festa Bergamasca é a maior do município, sem dúvidas, e há vários artistas de nomes nacionais. Porém, pensamos em colocar mais artistas locais e exposições das tradições locais. Na festa, podemos fazer competições de móra, brìscola e trazer artistas que fazem artesanatos e cantores locais.

Para os turistas que vão assistir uma atração nacional, podem ver também como são nossas tradições. Muitos turistas não conhecem os jogos de móra, brìscola e cinquì, que os mais idosos jogam. Assim, conseguiremos transmitir aos turistas as nossas tradições.

O senhor foi escolhido pelo seu partido, o PP, como candidato de última hora, após um impasse relacionado à candidatura de Alex Tachini e César Dalcegio. O senhor sente que está preparado para assumir a prefeitura mesmo sendo tratado como um “plano B” do partido?

Sempre tive como meta me preparar cada vez mais para os cargos que almejava. Me preparei para ser candidato a vereador e me preparei para um segundo mandato ser melhor que o primeiro.

Na impossibilidade de César e Alex participarem das eleições, até mesmo quando eles ainda eram candidatos, o partido já me destacava com a possibilidade de ser candidato [a prefeito].

Eu sou contador público há 11 anos, trabalhando com orçamentos públicos e arrecadação de recursos. Gostaria de me preparar até melhor, mas, diante do cenário atual, me vejo preparado para encarar o desafio.

A atual gestão do município tem boa relação com a Secretaria de Estado de Infraestrutura, por meio do secretário Jerry Comper, muito próximo do seu adversário. Se eleito, acredita que conseguirá manter a boa relação com a secretaria e interceder por obras na cidade?

Meu mandato de vereador sempre foi de construir pontes, com aproximação ao poder Executivo. No tocante a ser prefeito e construir essas pontes, vou manter isso no mesmo nível. É necessário cobrar e mostrar à população que estamos indo atrás de recursos. Durante meu mandato de vereador, busquei recursos com deputados e governo do estado.

Em relação ao Jerry, acredito que, independente de ganharmos a prefeitura, ele sempre se colocou como um “amigo de Botuverá”. Creio que, como secretário, ele continuará tendo essa relação, até porque nosso partido também apoiou a candidatura do Jorginho Mello no segundo turno, que foi vencedora com esmagadora votação em nosso município. Na nossa parte, será uma relação construída, e creio que da parte dele também.

Botuverá é um município com uma atividade industrial e econômica muito forte. Quais medidas o senhor pretende viabilizar para atrair novos investimentos na cidade?

Temos em nosso plano de governo a intenção de ampliar a área industrial, construída há mais de 20 anos, ou a construção de outra [área industrial] em direção à parte alta, com benefícios fiscais para que as empresas sejam alocadas ali e gerem empregos.

Para garantir ao empresário que vai colocar a empresa na parte alta [que haverá mão de obra], queremos fazer um plano habitacional, com casas populares que possam ser financiadas pela Caixa Econômica e outros bancos. Assim, teremos um distrito industrial e daremos certeza ao empresário que terá moradia para atrair mão de obra ao local.

A construção da barragem de Botuverá divide opiniões no município. Há favoráveis e contrários. O que pensa o senhor sobre esta pauta? O senhor irá defender a construção ou não enxerga a barragem como solução?

Minha visão pessoal é que a barragem por si só não é a solução, até porque, como constam em reportagens, ela teria outras serventias, como captação de água para o Litoral e geração energia elétrica. O município arrecadaria muito com isso (captação de água e geração de energia), mas tenho que pensar na população.

Na minha visão pessoal, a barragem não seria a solução. Acredito que as dragagens, como o governo estadual está investindo, se investisse em Brusque e Botuverá haveria um efeito melhor [do que a barragem]. Porém, penso que não devo colocar minha visão pessoal, mas sim realizar audiências públicas e plebiscitos para ver o que a população decide.

Vejo que hoje há uma maioria contrária à construção da barragem. Não é porque não querem contribuir com o desenvolvimento ou reduzir as cheias, mas sim por todo risco que se corre com a barragem e por haver outras opções para reduzir os estragos das cheias.

O MDB hoje tem sete vereadores na Câmara de Botuverá e o seu partido tem apenas dois. Caso o MDB eleja novamente a maioria na Câmara, como o senhor conseguirá apoio do Legislativo para governar?

Já neste mandato que fiz de vereador, foi um mandato sem picuinhas e partidarismo, pois sempre fui técnico nas votações. Foi uma promessa de campanha. Como a população pode ver, eu consegui cumprir e não coloquei o partido acima das outras coisas.

Tenho boa relação com todos. Sempre tivemos alguns debates mais quentes e opiniões contrárias, com provocações, mas sempre fui pela parte técnica. Se a maioria for do MDB, vou conversar com todos.

Como teremos que construir pontes com o governo do estado, dentro da nossa casa também vamos construir essas relações e dar voz aos vereadores. Vejo que, neste mandato [atual da prefeitura], houve pouco atendimento aos vereadores. Torço que a maioria da Câmara seja do PP, mas, caso não seja, vamos construir essa relação.

Recado do candidato ao eleitor

Muitas pessoas me acompanharam nesse mandato de vereador e viram minha persistência e entusiasmo em fazer um mandato transparente e participativo. O que podem esperar de mim é um mandato [de prefeito] transparente, participativo e presente na comunidade, dando voz para todos. Não terá distinção partidária com nenhum morador da cidade. Vamos governar para a cidade. Não terá vinganças políticas.


Assista agora mesmo!

Bar da Toca, no subsolo de restaurante, foi curioso point em Brusque no século 20: