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Eleição em Botuverá: “Nossa proposta é ampliar o atendimento até às 22h”, diz Nene (MDB); veja entrevista

Entre outras propostas, candidato defende apoio ao agricultor e pretende valorizar cultura local na Festa Bergamasca

Nome de urna: Nene (MDB)
Candidato a vice: Alesc Venzon (PL)
Coligação: Botuverá no Rumo Certo (MDB e PL)
Número de urna: 15
Idade: 61 anos
Profissão/ocupação: agricultor aposentado

O candidato Nene (MDB) é ex-prefeito de Botuverá. Ele concorre novamente ao cargo pela coligação Botuverá no Rumo Certo, formada por MDB e PL. O candidato a vice na chapa de Nene é Alesc Venzon (PL). Ao jornal O Município, ele falou sobre propostas e ideias para o mandato. Confira abaixo a entrevista.

Anualmente, as chuvas que atingem Botuverá e enchem o rio afetam diversos moradores, sobretudo da margem esquerda, que ficam ilhados. Quais obras pretende realizar para minimizar os danos?

O rio Itajaí-Mirim, quando enche muito, possui muita correnteza, e isso danifica as margens. Não temos muitas casas perto das margens, mas o que existe [como proposta], até pelas questões ambientais, é fazer uma mata ciliar. Uma vez, houve um projeto para reflorestar as margens. Inclusive, tivemos algumas conversas sobre isso. A mata ciliar ajuda a conter as margens do rio.

As contenções acontecem sempre em lugares em que há residências, para proteger as famílias que moram perto do rio. Em nosso último mandato, haviam pontes de madeira e transformamos todas em galerias de concreto. Nossa avaliação é que essas galerias precisam ser aprimoradas. Queremos fazer pontes de concreto e apoiar a população com contenções, além de pensar em um projeto relacionado à mata ciliar.

O hospital mais próximo de Botuverá fica no bairro Dom Joaquim, em Brusque, o que gera um deslocamento considerável por parte dos moradores quando precisam de atendimento de urgência e emergência. O que pretende fazer para melhorar o acesso dos moradores ao sistema de saúde?

Em Botuverá, temos 5,5 mil habitantes, o que comportaria dois postos de saúde. Na última gestão, abrimos mais um posto, então há três em Botuverá, nas Águas Negras, no Centro e na parte alta do Ribeirão do Ouro. Nossa proposta é ampliar o atendimento até às 22h para as pessoas que trabalham.

Há possibilidade de ampliarmos o atendimento de urgência e emergência até 24 horas, para que as pessoas não precisem se deslocar até Brusque. Caso ganhemos a eleição, vamos fazer esse estudo. Botuverá já teve um hospital. Não estou dizendo que vamos abrir um hospital, mas vamos conversar com a equipe da Saúde para melhorar o atendimento.

Conforme os anos se passam, as tradições ítalo-bergamascas de Botuverá, como o dialeto, estão se perdendo. Qual sua proposta para manter viva a cultura italiana do município por meio de iniciativas do poder público?

Botuverá não pode perder dialetos, principalmente o bergamasco. Iniciamos um processo na Itália, na cidade de Caravaggio, onde estive pessoalmente com o prefeito e assinamos um termo de compromisso para fazer este intercâmbio. A cultura de Botuverá precisa de uma pasta específica, pois não pode se perder.

Construímos o Museu do Imigrante e conseguimos resgatar muita coisa. Implementamos o dialeto bergamasco nas escolas, mas não sei como está hoje. Começaremos novamente a trazer isso para dentro das escolas. Com a Festa Bergamasca, pretendo “recuar” um pouco, sem ser uma festa nacional, mas sim para valorizar nossa cultura.

O senhor esteve no cargo de coordenador regional de Infraestrutura durante um ano e meio. Sob sua gestão, foi restaurada a rodovia entre Brusque e Blumenau, mas a revitalização da rodovia entre Brusque e Botuverá ainda não saiu do papel. Como prefeito, o que poderá fazer para melhorar a situação desta via?

Estivemos um ano à frente da coordenadoria. Eram 1 mil quilômetros de rodovias. O contrato que tínhamos era um só. É um pouco difícil fazer a revitalização de todos os 1 mil quilômetros com uma empresa só. Conseguimos, com este contrato, revitalizar a rodovia Ivo Silveira, iniciar a terceira faixa de Botuverá e os 2,5 quilômetros da Humberto Mazzolli, em Botuverá.

O contrato foi finalizado no dia 1º de agosto. Nós, junto com o secretário Jerry e com o governador, demos a ideia de fazer essa empresa em três lotes: Vale do Rio Tijucas, Médio Vale e Alto Vale. A licitação já foi aberta, não foi homologada e está em recurso. A revitalização da SC-486, entre Brusque e Botuverá, será a primeira obra a ser realizada. Serão finalizadas também as terceiras faixas, que faltam asfalto.

Candidato, recentemente o senhor foi condenado em primeira instância a dois anos e oito meses de prisão em regime inicial semiaberto por fraude a licitação, referente ao tempo em que o senhor era prefeito. O que o senhor diz ao eleitor sobre essa condenação?

Essa condenação é de 2013. Essa obra que realizamos era do governo do estado e previa 11 quilômetros. Quando fomos verificar se dava para fazer com R$ 2 milhões, pegamos o projeto do estado e separamos. Dava mais de R$ 20 milhões. Resolvemos fazer a obra com um novo projeto. Contratamos um pessoal para fazer o levantamento.

A obra era fiscalizada pelo BRDE e pelo Tribunal de Contas do estado. A nossa condenação é referente à licitação da fiscalização da obra. Contratamos uma empresa para fiscalizar. A Justiça entendeu que houve problema na licitação, não na obra. A obra foi fiscalizada e aprovada.

Fomos condenados e respeitamos a decisão. É primeira instância. Estou com consciência tranquila. Esses R$ 12 milhões, que depois aceitamos, compramos carregadeira, caminhão, fizemos a obra e devolvemos ao estado R$ 1,5 milhão. Nem aditivo para a empresa autorizamos.

Vamos recorrer da decisão. Jamais faria desvio de recursos. No processo, não existe desvio de verba. Foi um processo administrativo da licitação. Eu, como prefeito, não participo do processo licitatório. Foi a obra mais barata do estado e é isso que tenho que dizer. O prefeito que faz obras com certeza responde a processos. Quando a gente não deve, a gente não teme.

O MDB está no poder em Botuverá desde 2013, ou seja, há pessoas que ocupam cargos na prefeitura há mais de dez anos. Como o senhor pretende realizar a gestão de pessoas com servidores que há tanto tempo estão lotados nos mesmos cargos e também garantir uma renovação nos trabalhos após a mudança de governo?

Bem simples: fazendo mudanças. Existe um vínculo acima de dez anos. Precisamos realmente fazer mudanças. Precisa de renovação, com certeza. Vamos avaliar, junto ao MDB, em uma avaliação criteriosa. A população quer mudanças e precisamos fazê-las.

A partir de janeiro, vamos criar um grupo para que os secretários contratados tenham um prazo de quatro, cinco ou seis meses para serem avaliados. Não será o prefeito que avaliará isso, será um grupo gestor, para, caso a indicação [de algum nome para cargo na prefeitura] “não sirva”, o grupo irá retirá-lo.

A construção da barragem de Botuverá divide opiniões no município. Há favoráveis e contrários. O que pensa o senhor sobre esta pauta? O senhor irá defender a construção ou não enxerga a barragem como solução?

A barragem não é obra da prefeitura. É uma obra do estado. Sempre defendi o projeto. Sabemos que o que aconteceu no Rio Grande do Sul e o que as pessoas falam hoje é por medo. As pessoas que são contrárias têm suas razões, porque muitas coisas aconteceram, como a barragem que estourou. Vou cobrar do governo do estado segurança e as obras complementares.

Quando se constrói uma barragem, existem questões socioeconômicas que envolvem a construção. Estarei do lado das pessoas que moram no entorno. Vou cuidar das pessoas que estão acima da barragem para que tenham indenização e acesso garantido.

A atividade agrícola de Botuverá é muito forte. O que pretende fazer por parte da prefeitura para incentivar a agricultura no município?

Sou agricultor e, há 30 anos, plantava fumo. O apoio ao agricultor não existia. Fui o primeiro secretário de Agricultura de Botuverá. Busquei a Cresol para incentivar o agricultor a ficar no campo. Botuverá é um município industrial, mas já foi agrícola. Os poucos que estão na agricultura têm dificuldades.

Criamos várias ações para que o poder público pudesse apoiar. O que já foi feito: abatedouro municipal, que vamos melhorar. Temos também a serraria móvel, que passa de casa em casa. Temos incentivos com Cidasc e Epagri. Temos uma patrulha agrícola, que precisamos implementar com uma lei específica. Temos duas agroindústrias de linguiça, que apoiamos.

Recado ao eleitor

O eleitor de Botuverá sabe que o Nene não tem preguiça, conhece os caminhos de Brasília e de Florianópolis. Tenho muitos contatos e uma grande abertura nos governos estadual e federal, com Jerry e Peninha. Quero dizer a nossa população que, sendo prefeito, a porta do gabinete estará completamente aberta.

Meu número de celular nunca mudou. Será o mesmo. Vou estender a mão de todos que me procurarem, mesmo que seja para dizer “não”. Meus secretários darão toda a atenção que as pessoas precisam, em todos os lugares que procurarem o poder público.


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