Eleição em Brusque: conheça as propostas e ideias do candidato Simas (PP)
Entre outras propostas, ele defende cadastro reserva para suprir falta de médicos
Entre outras propostas, ele defende cadastro reserva para suprir falta de médicos
Nome de urna: Simas (PP)
Candidato a vice: Danilo Rezini (PSD)
Coligação: Unidos pelo povo, comprometidos por Brusque! (PP e PSD)
Número de urna: 11
Idade: 48 anos
Profissão: auditor fiscal
O candidato Simas (PP) é vereador pelo terceiro mandato em Brusque. Ele foi eleito pela primeira vez em 2009 e já foi presidente da Câmara entre 2021 e 2022. Simas tem como candidato a vice na chapa Danilo Rezini (PSD). Ao jornal O Município, ele falou sobre propostas e ideias para o mandato. Confira a entrevista:
O mandato de pouco mais de um ano não é pouco tempo para colocar suas ideias em prática? O que o senhor pretende realizar agora que não poderia esperar até 2025?
Nossa campanha será pautada pelos pequenos detalhes: o cuidado com a saúde e ter médicos e dentistas dentro dos postos de saúde. Nós vamos pegar alguns postos de saúde e estender o horário até 21h para as pessoas que trabalham no dia a dia. Vamos focar na abertura do Pronto Atendimento do Santa Terezinha, que está há tanto tempo para ser aberto. Vamos comprar mais serviços e exames médicos para diminuir a fila.
Vamos também cuidar da cidade com tapa-buracos. É inadmissível que tenhamos seis… três meses um buraco na rua que não seja arrumado. Nosso foco principal serão as pessoas, o atendimento às pessoas, com a prefeitura aberta para atender as demandas das pessoas.
A falta de médicos na rede pública é constante. Quais medidas o senhor pretende tomar para mudar esse cenário? Por que há tanto desinteresse da classe médica em atender pelo SUS?
Porque a gente precisa entender que, dentro do posto de saúde, sequer eles têm condição de trabalho. Eles não têm estrutura para trabalhar. Temos a grande dificuldade que é o médico permanecer às oito horas dentro dos postos de saúde.
Nós temos que verificar a possibilidade de compra de consultas. Vamos precisar contratar serviços e consultas. Em relação tanto aos médicos quanto aos dentistas, vamos ver uma forma para resolver isso, para que tenhamos um cadastro de reserva para quando o médico pedir licença, sair ou pedir exoneração.
A arrecadação do município tem apresentado dificuldades neste ano. Quais medidas pretende tomar para melhorar o cenário? Pretende aumentar impostos ou reduzir isenções fiscais?
Acho que a arrecadação como todo vem diminuindo para todo mundo. Precisamos nos adequar a essa realidade. Aumentar impostos ou reduzir incentivos acredito que não é o caminho. Inclusive, a gente vê que a redução de um determinado imposto impacta positivamente na receita do município.
O setor de serviços e eventos tem uma alíquota de 5% de ISS, uma alíquota muito alta. A pessoa que lida com esse dia a dia acaba trabalhando na informalidade. Se a alíquota for baixada e ela tiver condições de trabalhar e ter lucro no negócio, ela vai querer pagar o imposto. Temos como buscar arrecadação sem aumentar impostos.
Na sua proposta de governo, o senhor tem a segurança pública como prioridade e pretende até criar secretaria e guarda municipal para isso. Como justifica essa necessidade já que Brusque é considerada uma das cidades mais seguras do Brasil, segundo as estatísticas?
Acho que temos sempre que melhorar. Temos o exemplo de Balneário Camboriú e de várias outras cidades onde funciona melhor ainda. Em parceria com a iniciativa privada, a exemplo das 60 câmeras OCR que a gente já tem na cidade, queremos aumentar isso para 150 câmeras.
Serão algumas mais OCR, mas, principalmente, as câmeras panorâmicas, que pegam identificação facial. Existem vários bairros que estão descobertos. Não acho que seja justo que a gente tenha câmeras no Centro e em alguns bairros específicos não tenha. Temos que levar essa tecnologia para todos os bairros da cidade.
Além da Secretaria de Segurança Pública, o senhor fala na sua proposta de governo sobre a criação das secretarias da Juventude e Bem-Estar Animal. Por que pretende criar três secretarias para um período de mandato curto para realização de ações efetivas?
Em relação à Secretaria da Juventude, precisamos dar um atendimento ao jovem, pensar em bolsa de estudo. Precisamos pensar na questão do primeiro emprego para o jovem. Se a gente não tiver uma secretaria específica para cuidar desses assuntos, isso não sairá do papel. Um passa para o outro, outro passa para aquele e o negócio não funciona.
Em relação ao Bem-Estar Animal, nosso objetivo principal é acabar com os problemas que temos no dia a dia da nossa cidade. Sempre falo em buscar bons exemplos. Navegantes tem uma Secretaria de Bem-Estar Animal que foi iniciada há pouco tempo e hoje tem zero situação de cachorros de rua.
O ex-prefeito Ciro Roza, um dos seus principais apoiadores, possui diversas condenações relativas ao período em que governava a cidade, por improbidade administrativa e mau uso do dinheiro público, e por isso não pôde disputar algumas eleições. Por que buscou apoio dele para ser candidato?
A gente sempre fala que Brusque foi uma cidade antes do ex-prefeito Ciro Roza e uma cidade depois dele. A visão dele de empreendedorismo, de homem público e de futuro fez com que Brusque passasse a figurar no cenário nacional. Isso é inegável.
Acho que a questão das condenações e tudo mais… ele respondeu por esses processos e, como foi falado, ele não pôde ser candidato em função disso, mas o apoio dele que nós buscamos e trouxemos para campanha é por todo carinho e respeito que a população de Brusque tem por ele.
Por tudo o que ele fez por Brusque, durante muito tempo, ele merece todo nosso respeito. Muitas vezes não concordamos com algumas coisas que ele tenha feito. Normal. A política é essa. A política é dinâmica. É a arte de somar, mas sempre dizendo o seguinte: o prefeito de Brusque será o Alessandro Simas.
O senhor recentemente disse na Câmara que os moradores em situação de rua “estão atrapalhando e fazendo mal” e que “come, dorme, usa droga e incomoda”. A fala foi vista como preconceituosa. Na sua proposta de governo, não há menção a nada voltado aos moradores de rua. Isso não será prioridade no seu governo?
Será uma prioridade. Por ser uma questão mais específica, acabamos não colocando na questão da Assistência Social. Nós vamos, em primeiro lugar, tirar o Albergue do Centro no prazo de 60 dias. Vamos fazer que o centro de atendimento à pessoa que busca o atendimento seja em outro local.
Nós não temos preconceito contra ninguém. O que não podemos aceitar é que pessoas que não querem usar o sistema e que estão no dia a dia incomodando, interpelando, amedrontando e coagindo qualquer cidadão de bem… Nós vamos promover um projeto que proíbe o consumo de bebidas nas vias para poder fazer com que essas pessoas não tenham a liberdade de fazer o que querem em detrimento do cidadão de bem da cidade de Brusque.
O senhor pretende fortalecer a inclusão das pessoas com deficiência, conforme consta na sua proposta de governo. O que pretende colocar em prática nesta área de assistência social se for eleito?
Acho que o mais importante na questão da Assistência Social é a gente poder fazer parcerias com essas entidades que trabalham com inclusão. Por exemplo, nós não temos uma neuropediatra na rede pública e a gente sabe o número de crianças autistas que nós temos. Nós queremos a contratação de profissionais nesse sentido.
Em relação à questão das pessoas com deficiência, queremos criar projetos na área do esporte nessa linha de pessoas com necessidades. Principalmente, temos que firmar parceria com essas organizações que atendem essa demanda. Não adianta eu querer construir um negócio sem ter conhecimento.
O que queremos mostrar é o que queremos fazer por Brusque, pela cidade que a gente ama e luta todos os dias. Nossa proposta é abrir a prefeitura para as pessoas. As grandes obras nós não vamos fazer e nem devemos fazer.
Os pequenos detalhes o poder público está deixando de lado. Isso será o grande norte do nosso trabalho neste um ano e quatro meses: uma cidade pensada para todos e não para um ou para dois. Por isso, quero pedir o voto ao 11 no dia 3 de setembro, ao Simas e ao Danilo.
Desenvolvedor de Guiné-Bissau, na África, conheceu Brusque após contato no LinkedIn: