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Eleição em Brusque: “Podemos ter VLTs na cidade”, diz Cedenir Simon (PT); veja entrevista

Entre outras propostas, candidato defende discutir com entidades e lojistas transformar avenida Cônsul Carlos Renaux em calçadão

Nome de urna: Cedenir Simon – Cedê (PT)
Candidato a vice: Rodolfo Beuting (PT)
Coligação: Para o Progresso de Brusque (Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), Federação Psol-Rede, PSB e PDT)
Número de urna: 13
Idade: 50 anos
Profissão/ocupação: historiador

O candidato Cedenir Simon (PT) é ex-secretário de Governo. Ele concorre ao cargo pela coligação Para o Progresso de Brusque, formada pelas federações Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) e Psol-Rede, além de PSB e PDT. O candidato a vice na chapa de Cedenir é Rodolfo Beuting (PT). Ao jornal O Município, ele falou sobre propostas e ideias para o mandato. Confira abaixo a entrevista.

Brusque enfrenta anualmente transtornos relacionados a cheias e enchentes. Qual a sua proposta de investimento em ações preventivas relacionadas às mudanças climáticas?

Temos que efetivamente dar vazão e organizar para fazer valer a construção da barragem de Botuverá, e isso é tarefa do prefeito de Brusque. Na medida em que construíremos a barragem de Botuverá, já resolveremos de vez os problemas das cheias na cidade, que atingem principalmente o canal extravasor.

Isso é uma questão fundamental e tem sido pauta nossa. Inclusive, fiz gestão junto ao governo federal recentemente, também com a deputada Ana Paula Lima, e foi adquirido recurso federal para construir a barragem de Botuverá.

Já atuo fortemente junto ao governo para viabilizar a barragem. Resolvido isso, vamos verificar a questão das encostas e dos bairros como todo. A regra geral é capacitar a Defesa Civil, como já começamos a fazer no governo Paulo Eccel, para que o órgão possa fazer um trabalho preventivo nos bairros junto às famílias.

A construção da ETA Cristalina, que futuramente será importante para o abastecimento de água do município, ainda é um objetivo distante. Como o senhor pretende de fato tirar essa obra do papel para que ela seja entregue o mais rápido possível?

A ETA Cristalina é a prova da incompetência dos prefeitos que sucederam Paulo Eccel. Foram cinco prefeitos da direita. O valor da ETA foi subindo. O atual governo pediu mais de R$ 90 milhões junto ao BNDES para construir a ETA Cristalina. Algo está errado ou algo foi feito errado.

A ETA Cristalina merece primeiro ser concluída, mas merece também uma auditoria, para saber de fato o que aconteceu, se foi erro no projeto ou desvio de dinheiro público. Precisamos urgentemente concluir a ETA, porque a cidade cresce e a questão da água é fundamental para a vida das pessoas.

O preço do aluguel em Brusque está cada vez mais alto. Quais as suas propostas para atender a população de baixa renda que precisa de moradia? O senhor pretende construir moradias populares? Caso sim, em quais modelos?

Precisamos alinhar a prefeitura e Brusque ao governo federal. Retomamos o programa Minha Casa Minha Vida com muita força no governo Lula. Brusque está de costas para isso. A prefeitura nem se credenciou para participar do programa.

Nós precisamos viabilizar todos os tipos de moradias populares. Pode ser na forma como foi o último, no governo Paulo Eccel, em que foram mais de 1 mil, entre casas e apartamentos, mas podem ser também modelos diferenciados.

Há modelos construtivos modulares, por exemplo, que podem facilitar. Precisamos mapear terrenos públicos e importantes. Hoje, pelos dados que temos, são mais de 8 mil pessoas na fila para habitação popular em Brusque. O último programa de habitação popular foi no tempo do PT.

É um absurdo ter um preço médio de R$ 1,4 mil de aluguel para uma quitinete. Isso é impossível para a população de baixa renda. Encaminhar um projeto amplo de habitação popular é uma tarefa para janeiro

Quando o senhor discursa, menciona sempre a gestão do ex-prefeito Paulo Eccel, na qual o senhor fez parte. Caso o senhor vença a eleição, qual será o papel dele no governo?

Eu tive uma enorme alegria em ser secretário de Comunicação, secretário de Governo e Gestão Estratégica e chefe de Gabinete no governo Paulo Eccel. Era um governo que tinha planejamento, atuava no dia a dia, que tinha participação popular e que ouvia as pessoas. Quem ouve as pessoas erra menos e acerta muito mais na gestão pública.

O Paulo sempre será um ótimo conselheiro. Ele é suplente de deputado estadual e superintendente do Ministério do Trabalho no estado, além de ter um papel fundamental na contribuição com nosso estado e com o Brasil. Então, a minha expectativa é que ele sempre nos acompanhe e seja um ótimo conselheiro, e que ele também possa seguir o caminho dele, que nos orgulha muito.

O senhor é apoiador do presidente Lula, e está concorrendo em uma cidade em que Bolsonaro teve quase 80% dos votos em 2022. Como viabilizar a candidatura nesse cenário?

Eu vou mostrar para as pessoas a necessidade de ter um governo municipal que não seja hipócrita e que tenha uma relação direta com o governo federal. O atual prefeito é um hipócrita, porque busca recursos com o governo federal, vai a Brasília e não publica as fotos. O vice igualmente: vai nos ministérios e não publica as fotos.

O trabalho do prefeito é se relacionar com o governo federal e estadual, com clareza, projetos e objetivos, sem misturar questões ideológicas. A minha relação com o governo federal é de proximidade. Tenho portas abertas com o presidente Lula e em vários ministérios. Isso será bom para a cidade e um grande diferencial.

Imagine ter um prefeito que tenha o exato caminho para que a gente possa buscar mais recursos para a cidade voltar a ser grande. Brusque precisa sair do atraso, ser progressista, pensar para frente. Vou debater isso abertamente. Vou discutir gestão, não ideologia.

Em seu plano de governo, o senhor fala em instituir uma política municipal de acolhida a migrantes e imigrantes. Como isso funcionaria?

Quem vem morar em Brusque, vem também para trabalhar. É uma mão de obra fundamental. Quem vier para cá e ser acolhido, poderá ser uma mão de obra qualificada e importante para que se desenvolva a economia da cidade. Nós não podemos tratar essas pessoas com descriminação. Serão todos bem-vindos.

Vamos buscar inserir no mercado de trabalho. Isso significa desenvolvimento, significa “a Brusque grande”. A Brusque grande também é acolhedora. Não se pode ver as pessoas só como um problema, como muitas vezes o governo da direita fala, de forma hipócrita. Eles são contra quem vem de fora, mas querem que venham de fora para trabalhar nas indústrias.

Eu sou favorável para que venham para Brusque, que qualifiquem a mão de obra, que tenham uma vida feliz em Brusque e que ajudem a nossa economia. Vamos discutir as formas que o governo pode acolher. Será uma forma de inserir as pessoas na vida cultural e econômica da cidade.

Uma de suas propostas é a implantação da Tarifa Zero no transporte público. Segundo um estudo da prefeitura, o custo do serviço com o programa aumentaria em 311%. Como viabilizar a Tarifa Zero sem prejudicar os cofres públicos?

É um governo que mente e é hipócrita nas relações e fantoche em algumas questões. No transporte público é a mesma situação. É um governo que não aumentou uma linha, não aumentou um ônibus. Investir em transporte público é fazer com que as pessoas possam colocar dinheiro em outras áreas da economia. Vamos propor a Tarifa Zero, não de imediato. Vamos fazer um procedimento escalonado.

Se a habitação está muita cara, temos que viabilizar o transporte. Como a pessoa que mora no Santa Terezinha vai trabalhar no Dom Joaquim? Não vai, porque não tem transporte público. Inclusive, se eu quiser viabilizar empregos, preciso investir em transporte público. É fundamental para a economia da cidade e não pode ser visto como gasto. Vamos debater uma forma.

Podemos buscar alternativas de Tarifa Zero. Inclusive, vamos discutir com a iniciativa privada e com as empresas estrangeiras a viabilidade do transporte de massa. Podemos ter VLTs na cidade. Posso muito bem colocar um VLT entre Dom Joaquim e Centro, entre Limeira e Centro, dando velocidade ao transporte. A Tarifa Zero não é a única forma que vamos utilizar para melhorar a mobilidade urbana na cidade.

No seu plano de governo, o senhor promete revitalizar a avenida Cônsul Carlos Renaux. Na visão do senhor, o que precisa mudar neste trecho que abriga o centro comercial do município?

Vamos discutir isso com quem tem loja no Centro. No mundo inteiro, ter calçadões são formas de fazer com que as pessoas caminhem. Caminhando, automaticamente, elas observam o que está no entorno. Vamos discutir com a CDL e com as lojas o que significa transformar a avenida Cônsul Carlos Renaux em um calçadão.

Ao mesmo tempo, pode ser inserida em um processo de turismo. Brusque é uma cidade que tem turismo de compras gigante e é nesse contexto do turismo que pensamos e vamos discutir a importância de transformar a Cônsul Carlos Renaux em um calçadão.

Recado do candidato ao eleitor

Quero pedir para que a população pense em gestão e em política pública que de fato possa tornar Brusque grande e fazer com que as pessoas sejam felizes.

Queria pedir muito que, nessa campanha, acima de coisas que não influenciam no nosso dia a dia, a população possa nos olhar pela prática que nós temos e pela relação de governo, de política pública e de gestão participativa e inovadora, para que possamos discutir gestão pública acima de “mimimi” ideológico.


Assista agora mesmo!

Platz foi a choperia mais popular de Brusque por anos: