Eleição em Brusque: “Temos que botar a cidade no mundo tecnológico”, diz Danilo Visconti (DC)
Candidato pretende realizar parcerias com iniciativa privada e critica atual governo
Candidato pretende realizar parcerias com iniciativa privada e critica atual governo
Nome de urna: Danilo Visconti (DC)
Candidato a vice: Moacir da Acapra (DC)
Número de urna: 27
Idade: 37 anos
Profissão/ocupação: empresário
O candidato Danilo Visconti (DC) é oficial substituto do Registro de Imóveis, atualmente licenciado. Ele concorre ao cargo de prefeito em chapa pura do Democracia Cristã. O candidato a vice na chapa é Moacir da Acapra (DC). Ao jornal O Município, ele falou sobre propostas e ideias para o mandato. Confira abaixo a entrevista.
Brusque enfrenta anualmente transtornos relacionados a cheias e enchentes. Qual a sua proposta de investimento em ações preventivas relacionadas às mudanças climáticas?
Primeiro, nós temos que reestruturar a Defesa Civil. Vemos a Defesa Civil no atraso que está hoje, ainda sendo utilizado a régua manual para medição. Temos que utilizar a parte tecnológica junto à Defesa Civil e trazer a comunidade para participar das ações da Defesa Civil. Temos que utilizar drones. Hoje existem treinamentos com utilização de realidade virtual. Temos que botar a cidade no mundo tecnológico.
Além disso, temos que dar um enfoque na questão dos PACs. Temos a Primeiro de Maio, em que precisamos terminar de vez com a obra. É inadmissível que 10 ou 15 minutos de chuva coloque 1 metro de água na casa do cidadão e ninguém faz nada para resolver. Precisamos colocar profissionais capacitados na Defesa Civil, não por indicação de partidos.
A construção da ETA Cristalina, que futuramente será importante para o abastecimento de água do município, ainda é um objetivo distante. Como o senhor pretende de fato tirar essa obra do papel para que ela seja entregue o mais rápido possível?
É um objetivo distante por questão política, de perseguição. Essa ETA Cristalina já estava contemplada no Fonplata. Já estava com projeto praticamente montado. Quando o atual prefeito assumiu, ele simplesmente parou o projeto do prefeito anterior e agora está falando em inflacionar a obra.
O que nós temos que fazer? Aproveitar todo o terreno já terraplanado, montado, e construir. Não tem o que inventar. Se nós não fizermos isso, até 2030, Brusque terá muita falta de água. O sistema que nós temos hoje não vai mais dar conta.
O preço do aluguel em Brusque está cada vez mais alto. Quais as suas propostas para atender a população de baixa renda que precisa de moradia? O senhor pretende construir moradias populares? Caso sim, em quais modelos?
Existem dois tipos de projetos de moradia: para quem já tem o imóvel, tem a posse, mas não tem a propriedade desse imóvel; e aqueles que nem a posse têm. Para isso, teremos que recriar o plano de casa popular, ao estilo que era até 2008, em que são casas mesmo, não como o residencial Sesquicentenário.
A prefeitura pode dar o lote e a pessoa entrar com a construção, um tipo de modelo em que a prefeitura pode, inclusive, fazer a casa e parcelas baixas, em parceria com a Caixa Econômica e com os governos estadual e federal, em que facilita o pagamento para essas pessoas para que elas realmente saiam do aluguel.
O senhor, em seus vídeos nas redes sociais, é defensor ativo de uma gestão eficiente dos gastos públicos. Quais as suas propostas para garantir uma boa saúde financeira da prefeitura?
Somos um partido de chapa pura. Para concorrer na eleição, eu não precisei fazer um loteamento de cargos. O que eu quero, é loteamento de casas. Quero dar casas populares para as pessoas, não dar cargos. Já parte daí. Quando eu contratar qualquer funcionário, ele passará por uma comissão de avaliação. Essa comissão vai buscar os antecedentes, o histórico, a capacidade e currículo dessa pessoa.
Não vou colocá-la lá [na prefeitura] só por questão política. Não preciso ficar contratando diretores-gerais e mais diretores, em que os salários são altíssimos.
O salário de diretor-geral é R$ 13, R$ 14 mil por mês. Com mais alguns reflexos que têm, deve custar R$ 18 ou R$ 19 mil para prefeitura por mês. Se eu tiver dez cargos desses, estou falando de R$ 190 mil por mês. Se eu usar isso durante 12 meses, estou falando de R$ 2,2 milhões por ano só para manter uma estrutura partidária de poder.
Durante sua trajetória no setor público, o senhor foi aliado do ex-prefeito Ciro Roza e hoje critica quem se entrega a uma “velha política”, como o senhor mesmo define. Como mostrar que o senhor é uma alternativa a este grupo se por tantos anos foi aliado ao ex-prefeito?
Eu fui advogado do Ciro há mais ou menos 12 anos. Quando alguém está na condição de advogado, tem a sua profissão. Então, defende o cliente no qual atua. Evidentemente, tenho uma amizade também com ele. Respeito.
Ciro foi uma pessoa muito importante para a história da cidade. O Ciro, na década de 1990 e 2000, era uma nova política, focada no empreendedorismo, com um jeito visionário. Porém, o grande problema era a parte de gestão. Os governos do Ciro não tinham gestão, eram uma bagunça.
O Ciro pagou um preço muito alto em razão da bagunça, da falta de gestão dele. Quando falo em nova política, ela tem que somar a experiência do passado, que é a visão, que é trazer para Brusque turismo, tecnologia, inovação e modernidade, sem cometer os mesmos erros da velha política, que é só para fins de cargo.
O Democracia Cristã é um partido capitaneado pelo ex-vereador Jocimar dos Santos, que foi preso por suspeita de rachadinha e teve o mandato cassado. Como mostrar ao eleitor uma postura anticorrupção se o senhor se filiou a este partido sabendo deste histórico do Jocimar, já que sua filiação aconteceu após a prisão e cassação do ex-vereador?
Se houve o problema, foi na gestão do André [Vechi], porque o Jocimar era cabo eleitoral forte do André. Foi ele que capitaneou a candidatura do André. A minha chegada ao DC ocorreu em virtude de uma moralização que o partido passou. Toda a diretoria municipal foi mudada.
Hoje o presidente é o pastor Cristofer, que não tem nada a ver com o Jocimar. A mulher do Jocimar é filiada ao partido, como qualquer outra pessoa tem direito, e o Jocimar está trabalhando para a esposa, para elegê-la vereadora. Ele não tem nenhum tipo de comando nas minhas decisões internas do partido.
Ele não teve nenhum tipo de comando na decisão de articulação do partido, seja coligado ou chapa pura. Toda parte política passa por uma nova diretoria e a minha vinda para o DC é justamente no sentido de moralizar o partido.
Em Brusque, temos muitos protetores de animais independentes que passam por dificuldades. O seu vice, Moacir da Acapra, é engajado à causa animal. Quais suas propostas para essa área?
Nós estamos focados em entender o ciclo da causa animal. O poder público vai agir dentro de cada etapa desse ciclo. Por exemplo: se o cachorro está na rua, quem vai recolher esse cachorro? Um voluntário, porque o poder público não vai. Esse voluntário vai recolher como? Com recursos próprios.
Ele pega o cachorro e vai levar para onde? Quem vai pagar a conta na clínica veterinária? Um voluntário. Tem voluntário que deve de R$ 26 mil a R$ 30 mil em clínica. Nossa visão para a causa animal é, primeiro, criar a Secretaria de Bem-Estar Animal.
O segundo ponto é fazer convênios com essas clínicas veterinárias para que elas possam atender os cachorros vindos por voluntários. Nós podemos fazer convênios para construção de uma clínica veterinária pública. A prefeitura vai comprar o serviço. Além disso, fazer convênios com lares temporários.
Entre suas propostas, o senhor pretende elaborar diversos programas em parceria com a iniciativa privada, mas são projetos menores, em áreas como segurança e cultura. O que o senhor pensa sobre concessões de espaços públicos, como Arena Brusque, pavilhão da Fenarreco e outros?
Sou totalmente a favor. O Zoobotânico está lá, parado. Temos que ajudar o Zoobotânico, temos que fazer algo pelo Zoobotânico. Por que não fazer uma concessão com a iniciativa privada para tocar o Zoobotânico e reerguer o Zoobotânico ao nível [do zoológico] de Pomerode? Arena Multiuso, por que não posso fazer uma concessão para gerenciar a Arena Multiuso? Evidentemente com cláusulas que estabeleçam possibilidades de eventos gratuitos. Isso é fato.
Hoje, o poder público é pesado, pois coloca muitos cargos para fazer política. Isso tudo é custo. O Estado tem que ser diminuído. Como vou diminuir? É fazendo parcerias. Isso eu só vou conseguir saindo do gabinete. Não é fazendo videozinho no gabinete, fazendo “memezinho” ou pintando o cabelo de azul.
Nessa eleição, sendo bem popular, é como entrar em uma sorveteria. Lá, tem quatro picolés. Um é um picolé de bosta (sic), que todo mundo já sabe o que é. Nós temos também o picolé de carniça, que tem um monte de urubus e tucanos por trás desse picolé. Nós temos o picolé de melancia, que se vende de verde, de azul, mas que, no fim, é um baita de um vermelho. Por fim, temos um bala de prata.
Talvez a pessoa não conheça o bala de prata, mas esse bala de prata é que vai trazer modernidade, inovação, tecnologia, vai trazer boa gestão, moral, vai defender as famílias, não precisa ficar usando a camisa do Bolsonaro, mas é bolsonarista. Esse picolé de prata, quem é? É no dia 6 de outubro, votar 27, Danilo Visconti e Moacir da Acapra. E pode ter certeza que será um tiro certeiro.
Dance music e passinho agitaram a pista da Danceteria Palmeira nos anos 90: