Eleição para prefeito terá voto aberto
Câmara de Vereadores sacramentou a decisão na segunda votação da proposta, realizada na tarde desta segunda-feira, 27
Poucas horas depois do empresário Ingo Fischer (PP) ter desistido da disputa eleitoral, o Legislativo brusquense sacramentou a aprovação da emenda à lei orgânica que estabelece o voto aberto na eleição do dia 30, a qual terá, agora, a candidatura única do prefeito interino Roberto Prudêncio Neto (PSD).
A medida obteve dez votos, o mínimo necessário para sua aprovação, já que alterações na lei orgânica precisam ter o aval de pelo menos dois terços dos vereadores. O vereador Norberto Maestri, o Kito (PMDB), cujo voto estava indefinido até ontem, optou por se manifestar pela aprovação do voto aberto. A emenda, que já havia obtido votação favorável na primeira análise, dez dias atrás, teve novamente votos contrários dos vereadores da oposição.
Com isso, os parlamentares terão, obrigatoriamente, que declarar seu voto no dia 30, data em que está marcada a eleição para eleição dos novos prefeito e vice-prefeito de Brusque. Kito Maestri, detentor do voto crucial para aprovação da emenda, justifica sua decisão.
“Após a reunião que tive com o partido, defini pelo voto aberto, no qual decidi o que o partido orientou. daremos apoio ao nosso vice-prefeito Danilo Rezini, não tinha como fugir desta decisão. Votamos pelo voto aberto e votaremos no nosso partido”, diz o peemedebista, destacando que a decisão foi tomada em conjunto com o vereador Joaquim Costa, o Manico, o qual é titular do mandato.
O vereador Jean Pirola (PP), presidente do Legislativo, foi o primeiro a defender a aprovação da emenda, logo no início da sessão. Além do mérito da proposta, a qual engajou apelo popular contra o voto secreto, Pirola garantiu a legalidade da alteração.
“Cada passo da mesa diretora é trazido com muito estudo, antes de se tomar qualquer tipo de decisão. O único impedimento [para o voto aberto] é a própria lei orgânica do município, todas as demais votações são abertas. A votação aberta não fere nenhuma lei existente e nem a Constituição, conforme entendimento já consolidado no Supremo Tribunal Federal (STF)”, afirmou o parlamentar.
Moacir Giraldi (PTdoB) e Guilherme Marchewsky (PMDB) também argumentaram pela aprovação da emenda, ambos com a justificativa de fazer a vontade da população, que os cobra sobre seu posicionamento na eleição.
Moacir Giraldi (PTdoB) e Guilherme Marchewsky (PMDB) também argumentaram pela aprovação da emenda, ambos com a justificativa de fazer a vontade da população, que os cobra sobre seu posicionamento na eleição.
“Estamos aqui representando os votos que recebemos da população brusquense, é claro que a população quer saber o voto do vereador”, disse Giraldi. “Todas as pessoas estão cobrando nas ruas sobre qual será o posicionamento dos vereadores no dia da eleição”, afirmou Marchewsky.
Em uma votação rápida, ao contrário do que foi registrado na semana passada, os vereadores da oposição, contrários à proposta, preferiram não utilizar o espaço para discussão do projeto, o qual foi aprovado com os votos contrários dos petistas Valmir Ludvig, Claudemir Duarte, o Tuta, José Isaias Vechi e Marli Leandro, além do pepista Edson Rubem Muller, o Pipoca.
Agora, a Câmara precisa correr contra o tempo e, em dois dias, promulgar a mudança na lei orgânica, modificar o edital da eleição e publicar essa modificação no Diário Oficial do município. Caso isso não ocorra a tempo, a votação se mantém secreta, conforme determina o atual edital.
Veto do Executivo mantém marmita dos funcionários
A Câmara manteve, em votação realizada ontem, veto parcial do Executivo ao projeto de lei que regulamentou a concessão de auxílio-alimentação ao funcionalismo público de Brusque. O veto, encaminhado pelo então prefeito Paulo Eccel, se refere ao artigo da lei que determinava a proibição de qualquer outro benefício semelhante ser concedido a funcionário público que receber o auxílio-alimentação.
Como não houve entendimento com o Sindicato dos Servidores Públicos de Brusque (Sinseb), que se manifestou contrário a essa proibição, tendo chegado a um entendimento com o ex-prefeito de que ela traria prejuízos a alguns trabalhadores.
Isso porque funcionários do Samae e da Secretaria de Obras recebem marmitas, devido à disposição de seus turnos de trabalho e à natureza da função. Considerando isso, o município decidiu manter esse benefício e, para isso, precisaria derrubar o artigo que o proíbe, o que teve consenso de todos os parlamentares.
Os vereadores aprovaram ontem, ainda, projeto de lei complementar que altera regulamentações dos cargos de agente comunitário de saúde e de agente de combate às endemias.
Giraldi critica gestão do PAC Nova Brasília
O vereador Moacir Giraldi (PTdoB), agora na base do governo, criticou a gestão anterior, de Paulo Eccel, em relação à condução das obras do PAC Macrodrenagem no bairro Nova Brasília. Recentemente, a obra foi suspensa temporariamente, porque foi encontrada uma rocha que precisará ser removida. Para isso, a empresa responsável pediu aditivo financeiro, o que está em estudo pela prefeitura.
“Conversei com a empresa para saber o porquê da demora na obra. Fui informado de que o projeto que a empresa recebeu não constava a sondagem do solo, onde aparecia a rocha. Quando foi feita a sondagem pela prefeitura, constava a tal rocha, mas essa informação não foi repassada à empresa”, afirma Giraldi.
“Agora quem sofre é o povo da Nova Brasília, e vão sofrer por mais algum tempo, até que a Caixa Econômica Federal libere o aditivo. Houve omissão da prefeitura em não repassar esta informação para a empresa. O sempre ex-prefeito cassado, no meu entendimento, cometeu um crime, ao não repassar esta informação”, concluiu.