Eleições 2016: Crescimento do eleitorado brusquense é o menor da década; veja os números
Número de eleitores - a maioria mulheres - cresceu 8,5% desde o último pleito municipal, em 2012
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta semana as estatísticas fechadas do eleitorado que estará apto a votar nas eleições municipais de 2 de outubro. Os dados mostram que o número de eleitores em Brusque cresceu 8,5% de 2012 para cá, quando eram 77,7 mil. Hoje, são 84,3 mil.
O crescimento do eleitorado é menor do que o registrado entre 2008 e 2012 – ano das últimas eleições municipais – que foi de 13,3%. Aumento maior do número de eleitores também foi registrado entre 2004 e 2008: 14,3%.
O ‘boom’ no eleitorado, entretanto, ocorreu entre 2000 e 2004, quando o número de votantes em Brusque aumentou mais de 20%.
Desde 2000, essa é a primeira vez que, entre uma eleição municipal e outra, o eleitorado de Brusque cresce menos de 10%.
Não houve grandes alterações no perfil médio do eleitor brusquense, desde o último pleito. As mulheres continuam sendo maioria (52%); a maior parte tem ensino fundamental incompleto (33,9%) e entre 30 e 34 anos (12,3%).
Voto biométrico para 5,5% dos eleitores
Uma das novidades desta eleição será o aumento significativo do número de eleitores cadastrados biometricamente junto à Justiça Eleitoral. Na última eleição eram apenas 40 pessoas cadastradas em Brusque.
No entanto, de lá para cá a Justiça Eleitoral passou a intensificar o cadastro biométrico de eleitores, uma medida lançada com o objetivo de evitar fraudes que façam com que uma pessoa possa votar no lugar de outra. Neste ano, em Brusque, mais de 4,6 mil terão conferidos suas impressões digitais antes de escolher os candidatos na urna.
O chefe do cartório da 5ª Zona Eleitoral de Brusque, Carlos Neiva Peixoto, explica que urnas mais modernas serão utilizadas nesta eleição, em virtude do modelo híbrido de votação (normal e biométrica). “Até então usávamos urnas modelo 2006; nesta eleição usaremos urnas modelo 2009”, afirma.
Peixoto diz que o leitor biométrico ficará acoplado ao terminal do mesário, não na cabine de votação, e que não deve haver muita diferença entre a eleição passada e esta, já que as urnas onde haverá votação com identificação biométrica já estarão “carregadas” com os dados dos eleitores.
Mais de 8% não é obrigado a votar
Além do crescimento abaixo da média, chama a atenção, no novo perfil do eleitorado brusquense, o grande número de eleitores que não é obrigado, legalmente, a comparecer às urnas. São quase 7 mil eleitores acima dos 65 anos, os quais, conforme a legislação eleitoral, são dispensados do voto.
Na mesma situação estão os jovens que ainda não completaram 18 anos. Nessa eleição, pouco mais de 500 deles estão aptos ao voto, segundo os dados da Justiça Eleitoral, mas nenhum é obrigado a comparecer na sessão de votação em 2 de outubro.
No total, 7,2 mil eleitores (8,6% do total de Brusque) está dispensado do voto. Soma-se a isso as possibilidades de voto em branco e nulos, o que pode levar com que essa eleição municipal tenha a maior abstenção registrada na história.
Escolaridade baixa nas cidades da região
Em Brusque, Guabiruba e Botuverá, a maior parte dos eleitores possui o ensino fundamental incompleto, que representa mais de 30% do eleitorado nas três cidades. Em segundo plano, estão os que têm ensino médio incompleto.
Para o professor José Francisco dos Santos, doutor em Filosofia, os dados são indicativos de alguns cenários possíveis na eleição, mas não podem ser considerados conclusivos.
“Em geral, a pessoa com baixa escolaridade tem mais dificuldade de compreender as questões que o país está discutindo e tende a ser mais influenciada pela propaganda e pelo discursos”, opina o professor.
No entanto, ele afirma que este tipo de análise não é conclusiva porque existem muitas pessoas com menos escolaridade formal, mas com capacidade crítica muito aguçada, assim como o contrário. “Mas na média a baixa escolaridade tende a deixar a pessoa mais vulnerável à propaganda”, conclui.
O reitor da Unifebe, Günther Lother Pertschy, diz que o nível de escolaridade é um “fator primordial” para o eleitor embasar seu voto.
“Quanto mais esclarecido, há tendência de ser mais seletivo, mais criterioso. A pessoa não se deixa levar apenas por discursos e formas econômicas de atuação, vai ser uma pessoa com liberdade para uma tomada de decisão mais criteriosa”, afirma.