Eleições 2016: Entrevista com o pré-candidato a prefeito de Brusque, Ari Vequi
"Me sinto preparado para administrar a cidade", diz Vequi
Depois de passar algum tempo tendo dois pré-candidatos, o PMDB de Brusque resolveu endossar o nome de Ari Vequi, ex-secretário adjunto da Casa Civil do governo do estado.
Vequi já atuou em diversos cargos ligado à administração pública estadual, e também já foi funcionário do Senado. Nos últimos meses, ele deixou o cargo para disputar a eleição em outubro.
Nessa entrevista, ele fala de suas propostas enquanto pré-candidato, que incluem uma opinião favorável à eleição para diretores nas escolas, e uma rediscussão do modelo econômico de Brusque, que para ele precisa ser revisto.
Entre outros assuntos, o pré-candidato também defende um “chamamento à sociedade” para discutir o saneamento básico, sobretudo a implantação do tratamento de esgoto doméstico.
Município Dia Dia: Por que quer ser prefeito?
Ari Vequi: Me apresento como um projeto novo, com vontade de fazer uma política nova em Brusque. Tenho estudado para isso. Nos últimos 20 anos estive na vida pública, estou preparado, espero poder construir um projeto político-administrativo novo, que eu possa ter uma forma de ajudar a melhorar a qualidade de vida da nossa população. Hoje o poder público está com escassez muito grande de recursos e com isso há necessidade de buscar em outras esferas. A receita própria do município é muito vinculada, o prefeito não tem muito poder de decisão, quem não tiver uma certa articulação com os governos federal e estadual vai ter dificuldade em administrar. Me sinto preparado neste momento para administrar a cidade, é pra isso que tenho me dedicado.
Município: Qual o principal problema da cidade hoje?
Vequi: É a falta de planejamento. A cidade mal planejada gasta mal e os serviços não acabam saindo de acordo com o que a população espera dos governantes. A falta de planejamento se traduz em descontinuidade dos projetos, e isso em Brusque está muito claro, ao longo da história: a descontinuidade de projetos começados por prefeitos anteriores. Quando falo em planejamento, é chamar para dentro da prefeitura pessoas com qualidade para que possam desenvolver isso, junto à sociedade civil organizada. Não podemos fazer um planejamento de quatro anos, tem que ser de no mínimo 30 anos, um planejamento estrutural, para que a cidade não perca tempo com projetos que não são viáveis. A desunião da classe política é muito grande, e essa divisão não constrói nada. O que for bom tem que ser continuado, e o que for ruim corrigido, sem parar a cidade.
Município: O que acha das administrações que passaram pela prefeitura neste mandato?
Vequi: Esse momento político que Brusque está passando continua sendo de judicialização da última eleição, é um momento muito ruim, teríamos que passar a limpo o mais rápido possível, quanto mais rápido chegarmos a solução seria o melhor para a cidade. Enquanto isso não acontece temos que trabalhar com o que está aí. O momento político é complicado, torço para que os investimentos não parem, que a população não seja prejudicada. Muitos programas que tinham sido começados pelo prefeito anterior foram paralisados, outros não foram executados, recursos foram perdidos no meio do caminho, cito aquela votação em que a Câmara rejeitou o empréstimo para fazer o contorno viário de Brusque, que era extremamente importante para a cidade. A população não pode mais pagar esse preço.
“A receita própria do município é muito vinculada, o prefeito não tem muito poder de decisão, quem não tiver uma certa articulação com os governos federal e estadual vai ter dificuldade em administrar”
Município: Como o senhor vê a ideia de reduzir o número de secretarias?
Vequi: O governo, em todas as esferas, tem comentado muito sobre o custo da administração pública, o custo operacional do governo. A Democracia é o melhor modelo, todos defendemos, só que ela nos deixou abertos à criação de vários partidos políticos, e os governantes foram criando várias formas de poder agregar esses partidos, criando secretaria. E chegou o momento que o país não aguenta mais essa carga. Sou favorável à diminuição, tem que voltar àquele modelo de 10 ou 12 secretarias, para que possamos aproveitar os quadros que o município já tem, aproveitando o funcionário efetivo do município.
Município: Como governar sem ficar refém dos partidos?
Vequi: Na Democracia, os partidos são essenciais, acredito que nesse modelo que queremos construir, vai ter que ter competência, habilidade e poder de agregação. O próximo prefeito vai ter que ter esse poder de agregar politicamente as forças municipais dentro de um projeto de mudança. Acredito que a minha experiência de ter vivido os últimos 15 anos ao lado de Luiz Henrique [ex-senador e ex-governador] me deu essa capacidade de enxergar e ter essa condição de conversar com todos os partidos, com aqueles que forem eleitos à Câmara, sem rancor, sem ódio. Acho que conseguirei administrar essa questão de maioria na Câmara, com muita conversa, com muito diálogo.
Município: Detalhe alguma de suas propostas de campanha?
Vequi: Não adianta chegar e dizer que vai fazer tal obra e tal situação se não tivermos recursos disponíveis, com a receita própria é muito difícil. Eu começaria pela área da saúde, que vamos ter que buscar a informatização de todos os procedimentos. Tem recursos a serem buscados no governo federal e estadual. Tem que haver agilidade nos procedimentos, informatizando, tendo um histórico da pessoa, tanto na rede pública quanto particular. Temos grandes obras que precisamos agilizar o mais rápido possível, a principal, neste momento é a obra da barragem de Botuverá, assim como o Centro de Inovação.
Também me preocupa muito a questão do prolongamento da Beira Rio, vamos chegar com a rodovia Antônio Heil duplicada em 2018 e se não terminarmos a Beira Rio até o bairro Limoeiro vamos ter um problema muito sério de mobilidade, essa é uma obra prioritária, que tem que ser começada o mais rápido possível.