Eleições 2016: Entrevista com o pré-candidato a prefeito de Brusque, Serafim Venzon
"O difícil é buscar alternativas para fazer melhor", diz Venzon
Nome sempre especulado como possível candidato em toda eleição para prefeito realizada em Brusque, o deputado estadual Serafim Venzon (PSDB), desta vez, tem garantido que estará na disputa em outubro.
Com experiência de mandatos como deputado estadual e federal, além de ter sido vice-prefeito e secretário de Estado de Assistência Social, Venzon se considera preparado para disputar um cargo.
Para o tucano, as prefeituras já estão com os orçamentos completamente comprometidos, e o sucesso ou o fracasso de uma administração depende, em grande parte, da habilidade do mandatário em buscar recursos em outras instâncias, leia-se: os governos federal e estadual.
Nessa entrevista, ele explica suas propostas de campanha e analisa a atual situação política e econômica do município.
Município Dia a Dia: Por que quer ser prefeito?
Serafim Venzon: Ser prefeito não é bem para quem quer, tem que estar credenciado. Se credencia tendo comprometimento com as pessoas, conhecendo bem todas as realidades. Quem se dispõe a ser o prefeito tem que ter a capacidade de ter relacionamentos nas instâncias fora da cidade. Ser prefeito não é só administrar, não é só fazer o que é certo. É fazer melhor do que alguém imagina que é o certo. O que é fácil de fazer as pessoas já fizeram, o difícil é buscar alternativas para fazer melhor. Para ser prefeito precisa ganhar essa credibilidade, ter o comprometimento e ter, historicamente, a habilidade para se envolver com o estado e com a União.
Município: Qual o principal problema da cidade hoje?
Venzon: As coisas da família são as principais. Tudo aquilo que a afeta, como a questão da creche. O pai e a mãe saem para trabalhar fora e a criança não tem com quem ficar no contraturno escolar. O ideal é a escola em turno integral. Temos 3 mil pessoas com deficiência física que precisam de apoio especial da família, e a questão do emprego. A principal ação em que deveríamos agir é justamente neste apoio às coisas da família, o conjunto que dá estabilidade e que o pai e a mãe conseguem ver para o filho uma projeção de futuro melhor. Existem programas para isso que poderíamos implantar. Talvez o emprego seja a parte mais importante, existe como fazer uma política de apoio ao emprego, ao empresário, ao microempreendedor. Às vezes ele fica trancado um ano e meio na parte da burocracia. Vamos pegar o empresário no colo, ter uma equipe cheia na área de análise de projetos, para dar a resposta em pouco tempo.
Município: O que acha da administração Prudêncio?
Venzon: Ele tem se esforçado muito, a pior situação é a de interino. Nada é mais forte do que ser ungido pelas pessoas. Quando tem uma eleição, a gente é abençoado, de mão em mão, pela urna. Tem aquele que votou a favor, aquele que votou contra, mas tem a opinião de cada eleitor na escolha do prefeito. Ele não tem essa condição, por uma situação que se criou. Talvez isso seja a principal coisa que o atrapalha. Qual a relação que ele tem com a Câmara? Como buscou a governabilidade? Ele está conseguindo governar, mas a situação de interinidade gera uma dificuldade na sua governabilidade. Eu estou ajudando o prefeito, até o fim do mês vamos liberar R$ 1,2 milhão para obra na rua Bulcão Viana. Estou ajudando o prefeito, não sei como vamos estar na eleição de outubro, coligados ou não. Mas ele tem tocado a prefeitura, com uma certa dificuldade, mas o tenho apoiado, porque a cidade é nossa.
“A principal ação em que deveríamos agir é neste apoio às coisas da família, o conjunto que dá estabilidade e que o pai e a mãe conseguem ver para o filho uma projeção de futuro melhor”
Município: Como governar sem ficar refém dos partidos?
Venzon: Não há como governar sem o apoio da Câmara. Todos os vereadores são a favor de transformar a cidade num paraíso, só que para fazer isso precisa buscar um dinheiro emprestado. E às vezes a forma que se busca, o juro que é pago, pode ter alguma controvérsia. Se os vereadores não estiverem em consonância com o prefeito, acabam tendo uma oportunidade de ser contra, uma oportunidade para politicamente ser contra. Qualquer prefeito, numa estrutura que nós temos, precisa desse apoio. Por isso acredito que se os partidos conseguirem coligar antes da eleição é melhor. Mesmo que o partido A, B ou C ganhe a eleição, depois vai ter que contar com os vereadores de todos os partidos.
Município: Como você vê a ideia de reduzir secretarias?
Venzon: A gente precisa enxugar o tamanho da máquina, mas no sentido de aprender a usar mais o corpo funcional que a prefeitura tem. Temos funcionários concursados que podem fazer a função no auxílio administrativo. Temos que aproveitá-los, parar com essa mania de achar que o prefeito quando entra os funcionários ficam contra ele. Naturalmente você pode levar alguns, para conseguir fazer a interação, mas a principal equipe que faz um prefeito ir bem são as pessoas que já estão lá, eles conhecem bem. O aproveitamento do funcionário efetivo é que é indispensável para economizar recursos. Com número menor de comissionados, vai ter mais dinheiro para fazer a creche, fazer a ponte, pavimentar a rua.
Município: Detalhe alguma de suas propostas principais de campanha.
Venzon: Uma coisa a se destacar é a questão da Saúde, como podemos otimizar o recurso. Com o apoio dos técnicos temos que encontrar uma maneira de criar um protocolo para não faltar nada, mas também não pedir o exagero. Um protocolo por exemplo, diante de um caso de gravidez, a gente pode estipular quantos exames serão necessários, o mesmo para as pessoas que têm diabetes, hipertensão. A digitalização de um prontuário para que o paciente possa ser atendido em qualquer lugar da cidade, em que o médico tivesse acesso às informações do paciente. Se nós otimizarmos, vamos gastar menos com exames e vamos ter mais recurso para investir no profissional da saúde, valorizar mais o seu trabalho.