Eles moram na região de Brusque, mas mantêm paixão pelo Remo acesa
Torcedores do time paraense contam suas histórias e falam da expectativa para partida da Copa do Brasil
A partida da Copa do Brasil entre Brusque e Remo, que acontece na quinta-feira, 20, está mobilizando não só a torcida quadricolor. Muitos paraenses, que também são remistas e moram na região, estão ansiosos para a partida que vale vaga na terceira fase da competição.
Um deles é Josiclei Lobo, de 34 anos, supervisor de logística que mora no bairro Azambuja. Ele se mudou para Brusque há um ano e cinco meses, mas continua acompanhando o Remo. A paixão pelo clube veio do pai e ele se tornou torcedor fanático.
“Cheguei a trabalhar na Federação Paraense de Futebol e sempre ia nas partidas, não só do Remo, mas também Paysandu, Tuna Luso, Castanhal. A torcida remista é muito fanática, barulhenta e é a maior de lá”, conta.
Lobo lembra que em jogos do Remo no Mangueirão à noite, se apagam as luzes e a torcida faz o espetáculo com celulares e fumaça nas cores do clube: azul e branco.
Após a vitória do Remo contra o Freipaulistano (SE) na primeira fase da Copa do Brasil, Lobo ficou na expectativa do resultado do Brusque contra o Sport, para saber se poderia acompanhar o clube do coração de perto mais uma vez. A oportunidade está aí: ele a esposa estão se programando para comparecer ao Augusto Bauer.
A confiança que o Remo consiga eliminar o Brusque, porém, não é das mais altas. “Particularmente, estou com medo. Os dois times estão praticamente na mesma situação, mas o Brusque está com a vantagem, pelo fato de estar muito confiante, ser o campeão da Série D, da Recopa e vem de vitórias importantes. O Remo está em uma correria, muito desgastante”, diz.
Saudade do estádio
Yago Brito, 28, mora no Souza Cruz há dois anos, e tem saudades do ambiente de estádio. Ele costumava ir sempre acompanhar o Remo in loco, não só nas partidas em Belém, mas também em partidas fora de casa.
“Na Série D de 2014, o Remo teve que jogar alguns jogos em estádios a 200 km da capital. Então fui de caravana, para Cametá, Bragança, Paragominas, Tucurí. Sinto falta desse clima de estádio. Se o jogo começava 16h, às 13h a gente já estava no estádio, toda a galera reunida, aquela festa. A gente sempre se reunia, mas na hora de ir para a arquibancada, cada um tinha o seu lugar. Onde eu ficava, dava sorte. Todo mundo se perdia, mas na volta todo mundo se encontrava na rampa”, lembra.
Brito conta que é o único torcedor do Remo em uma família que torce majoritariamente para o Paysandu e que, a tentativa dos familiares de o converter, acabou o convencendo ainda mais em ser remista.
Ele, a esposa, o amigo e família já estão com presença garantida para o jogo no Augusto Bauer e as expectativas são altas.
“Estou nervoso desde que comprei o ingresso. Pelo que eu estou vendo, acredito em um empate e aí iria para os pênaltis. Os dois times têm suas qualidades. O time do Remo tem dois pontas muito bons. E o goleiro, Vinícius, que é o nosso ídolo e ele é o que mais se destaca”, afirma.
Gilva Nascimento, 49, há seis anos mora em São João Batista. Ela costumava se reunir com amigos no mercado público Ver-o-Peso, em Belém para acompanhar as partidas. Mesmo de longe, continua acompanhando o time do coração, lendo o noticiário, ouvindo no rádio e fazendo o possível para continuar atualizada com as notícias do Leão Azul.
“Lá no Pará, ou você é Remo ou é Paysandu. Na minha família, a torcida é bem dividida e a zoação corre solta. Não pode se aborrecer, se ficar bravo é pior”, relembra com humor.
Mesmo sendo difícil de assistir, Camylla Lima do Rosário, 29, continua acompanhando o Remo de longe. Ela morava em Nova Timboteua, interior do Pará, longe de Belém e era difícil ir ao estádio, mas ela comprava as camisas, mesmo sem ser oficiais.
Ela mora em um prédio perto do estádio Augusto Bauer e tem visão boa do estádio. Camylla planeja se reunir amigos para assistir de casa e tem confiança que o Remo avance para a próxima fase.
Torcida dividida
Leandro Augusto é outro torcedor que costumava ir muito ao estádio acompanhar o Remo. Ele mora há um ano no bairro Santa Rita. Augusto lembra que em 2005, quando o time foi campeão da Série C, ele esteve em quase todos os jogos da campanha do time, que terminou em título.
Atualmente, morando tão longe, ele costuma acompanhar os jogos do Campeonato Paraense pela TV Cultura, e as partidas da Série C pela plataforma de streaming Dazn.
Apesar do fanatismo pelo Remo, a paixão pelo futebol fez Augusto também se aproximar do Brusque.
“Remo é meu time do coração, o primeiro que eu escolhi, que tive amor pelo futebol. Como eu gosto de futebol, cheguei aqui em uma boa fase do Brusque. Já fui em vários jogos, ano passado fui em todas as decisões, ainda estou invicto, tenho a camisa.. já me sinto um torcedor também, até campeão já fui. Estou dividido, mas o Remo é meu time. No coração, quero que o Remo passe, mas se o Brusque passar também vou estar feliz também”, confessa.